A Marcha contra a Corrupção em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro

Marcha contra a corrupção reúne muitos jovens na Esplanada dos Ministérios

Amanda Cieglinski, Repórter da Agência Brasil

Brasília – Um público formado principalmente por jovens se reuniu hoje (21) sob um sol forte de outono na capital do país para protestar contra a corrupção. Cerca de 1,5 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal, marcharam na Esplanada dos Ministérios vestindo roupas pretas e carregando faixas e cartazes que pediam o fim dos desvios de verbas públicas. A marcha foi reforçada pelo público que participa das comemorações dos 52 anos de Brasília.

Foi a terceira edição da marcha organizada pelo Movimento Brasil contra a Corrupção (MBCC). Os protestos são organizados, principalmente, pelas redes sociais. Segundo um dos organizadores, Rodrigo Montezuma, estão previstas mobilizações semelhantes à de Brasília em cerca de 40 cidades. As principais bandeiras desta edição da marcha são o fim do voto secreto nas votações do Congresso e celeridade no julgamento do escândalo do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre os cartazes, havia muitos que pediam a saída do governador do Distro Federal, Agnelo Queiroz, citado nas investigações da Polícia Federal que levaram à prisão o empresário goiano Carlinhos Cachoeira, suspeito de comandar um esquema de jogos ilegais.

Segundo Montezuma, o MBCC é um movimento apartidário e não tem relação com nenhum grupo político específico. “Todos os dias nós temos notícia de corrupção, no café da manhã, no almoço e no jantar. Os homens públicos que deveriam zelar pelos recurso estão pilhando o dinheiro do cntribuinte”.

A estudante Júlia Freitas, de 15 anos, participou da marcha pela primeira vez e já avisa: vai engrossar os próximos protestos. “O que me motivou a vir foi a revolta. Tem gente que mora na rua e não tem o que comer enquanto outros estão desfilando por aí de carrão, se dando bem com o nosso dinheiro”.

O servidor público Júlio Proença trouxe as três filhas, de 9, 15 e 17 anos, para participar da marcha. Ele acredita que as meninas precisam se conscientizar da importância do problema que é a corrupção. “A minha geração abandonou isso pelo movimento político da época [contra a ditadura militar]. Acho que as crianças têm que ter essa consciência políticas que foi deixada de lado pelo brasileiro”.

A próxima marcha contra a corrupção já tem data marcada: 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil.

Edição: Vinicius Doria

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Manifestação contra a corrupção em São Paulo reúne 800 pessoas, segundo PM

Bruno Bocchini, Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A manifestação contra a corrupção reuniu hoje (21), na Avenida Paulista, em São Paulo, cerca de 800 pessoas, de acordo com estimativa da assessoria de imprensa da Polícia Militar (PM). De acordo com os organizadores, o número foi bem maior, cerca de 3 mil. Com faixas, cartazes e bandeiras, os manifestantes seguiram a pauta do Movimento Brasil contra a Corrupção (MBCC) e pediram rapidez no julgamento do escândalo do mensalão, o fim do foro privilegiado para parlamentares e voto aberto em todas as votações do Congresso.

“Julga logo, mensaleiros na cadeia”, “Fora corruptos!”, e “Ou para a roubalheira ou paramos o Brasil”, foram algumas das mensagens levadas pelos manifestantes.

“O Brasil virou um país da impunidade, não existe Justiça nesse país. Os nossos representantes não nos representam, representam a eles mesmos”, disse Rafael Frota Carvalho, do grupo Quero o Fim da Corrupção. “A marcha contra corrupção é o começo, não é a solução. A gente está dando início à mudança que a gente quer”, acrescentou.

O evento, organizado pelas redes sociais da internet, contou com a participação, além do MBCC, de várias organizações não governamentais e grupos de protesto, como Revoltados On Line, o Dia do Basta, Quero o Fim da Corrupção, Nas Ruas e Pátria Minha. “Queremos mecanismos que dificultem a prática da corrupção, do crime, e que permitam um maior controle sobre os políticos por parte do eleitorado e da sociedade como um todo”, destacou a advogada Lígia Fernandes, que faz parte do grupo Pátria Minha.

Edição: Vinicius Doria

No Rio, a Praia de Copacabana foi palco da marcha contra corrupção

Thais Leitão, Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Com o tradicional brado “O povo unido jamais sera vencido”, um grupo formado principalmente por jovens liderou a marcha contra a corrupção pela Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. Com apitos, nariz de palhaço, cartazes e faixas, os manifestantes pediram a moralização da política e o fim dos desvios de dinheiro público.

Um dos organizadores do movimento, Eric Chendo, disse que entre as principais reivindicações dos manifestantes estão o fim do voto secreto no Congresso Nacional e a tipificação da corrupção como crime hediondo. “O povo está cansado da corrupção, temos que dizer um basta. Esse é um pequeno passo para a gente se mobilizar e filtrar nossos políticos. A ficha limpa foi um começo, mas ainda temos muito a fazer”, disse ele, que se mostrou satisfeito com a adesão dos cariocas à marcha, mesmo em um feriado e com tempo nublado.

Segurando um espanador, a dona de casa Sônia Novaes, de 45 anos, disse que decidiu se juntar à passeata por estar cansada de ver “tanta roubalheira” e impunidade. “É preciso limpar o Brasil, porque a corrupção está demais. Chega de roubo, é uma vergonha. A justiça para os políticos é sempre diferente do que é para o resto da população”.

A estudante Taiane Caroline, de 21 anos, que pintou o rosto de verde e amarelo, acreditar no poder de mobilização dos jovens. “A gente vê que os políticos só pensam em gastar o dinheiro do povo. A gente paga os impostos e não vê as soluções acontecerem. Nós, os jovens, temos que nos mobilizar porque representamos a chance de melhorar isso tudo”.

A musicoterapeuta Luciana Louzada, de 47 sete anos, fez questão de levar o filho Ian, de 8 anos, para o protesto. “Temos que implantar uma consciência desde cedo para ver se alguma coisa muda, porque a gente não pode mais aceitar as coisas como estão. A roubalheira é grande, todo mundo sabe, mas a impunidade continua”, contou.

Esse também foi o sentimento que levou a aposentada Bete Acerbe, de 78 anos, a participar do protesto. Ela contou que estava caminhando no calçadão de Copacabana no início da tarde quando viu a movimentação. “Fui em casa rapidinho, me arrumei, improvisei um cartaz e vim marchar. Todo mundo tem que fazer a sua parte. Se todo mundo cobrar, pode ser que alguma coisa mude”, disse, carregando uma cartolina branca escrita a mão em que pedia o fim da corrupção.

A passeata foi acompanhada pela polícia militar. Os policiais seguiram os manifestantes a pé e com o apoio de quadriciclos e carros de patrulha. A PM não divulgou estimativa do número de pessoas que participaram do protesto.

Edição: Vinicius Doria

Notícias da Agência Brasil.

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