Atenção Chapadinha: Relatório de Impacto Ambiental da fábrica da Suzano é sinistro!

Gato Maracajá: espécie ameaçada que, segundo o estudo, vive na região

O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) da fábrica de pellets a ser instalada no município de Chapadinha-MA, encomendado pela Suzano Energia Renovável, já está disponível na internet.

O estudo é extenso e, dentre outras questões, reitera os motivos da escolha de nossa cidade (logística, aspectos socioambientais, técnicos e operacionais) desmentindo, pela enésima vez, a versão divulgada pelos pseudo-jornalistas locais, de que a prefeitura teria tido papel crucial no processo.

Em suma, o relatório diz que os ‘benefícios sócioeconômicos’ para a nossa região, advindos do empreendimento, justificariam a provável degradação ambiental ou – mais precisamente – que a geração de emprego e renda, a melhoria dos acessos às comunidades ‘isoladas’ e o aumento na arrecadação de impostos (os quais, teoricamente, retornariam à população em forma de benefícios), justificariam, segundo o estudo:

  • a alteração na qualidade do ar pela emissão de gases e partículas;
  • a poluição sonora;
  • a alteração da paisagem regional;
  • a redução da diversidade vegetal;
  • o afugentamento e atropelamento de animais silvestres;
  • a inquietação da população local;
  • a poluição do solo e da água (rios e veios);
  • o risco de assoreamento (obstrução) de nascentes; e
  • o risco de destruição de patrimônio arquelógico, inclusive subterrâneo.>
  • O documento apresenta supostas soluções para os ‘problemas’ acima, como a ‘criação de uma reserva’ para amenizar os danos à fauna. Mas, ao mesmo tempo em que declara o referido impacto como ‘temporário’, diz que ele ocorrerá não só durante a implantação, mas também durante o período de operação da fábrica.

No Capítulo 6, sob o título “Considerando que a Indústria Não Será Instalada”, é possível ler alguns trechos impressionantes, tais como “Sem a implantação do empreendimento não haverá riscos para os recursos hídricos regionais (…)” e também “Sem o empreendimento não haverá geração de fontes potenciais de impactos sobre o solo (…), principalmente no que se refere à utilização de produtos químicos e maquinários que utilizam combustíveis, óleos e graxas.” ou ainda “A não implantação do empreendimento cria um quadro em que não ocorrerão os impactos diretos sobre as espécies animais, causados com a retirada da vegetação, operações de máquinas, tráfego de veículos e caminhões.”

E mais: segundo o relatório, na fase de operação da indústria, serão gerados apenas 250 empregos diretos e 1000 indiretos, número muitíssimo inferior aos 10 mil alardeados pelo Governo do Estado, os atuais ge$tores de Chapadinha e seus ‘jornalistas’ servis.

Confesso que minha opinião sobre a instalação da fábrica mudou após a leitura do documento. Torna-se impossível não avaliar que os prováveis ‘benefícios’ em nada justificariam os impactos ambientais esperados, principalmente a longo prazo – isso sem ponderar que há alternativas à referida monocultura.

http://www.chapadinhaonline.com.br/2012/04/atencao-chapadinha-relatorio-de-impacto.html

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