Na semana passada, recebi um e-mail do movimento “Quem dera ser um peixe”, de Fortaleza, que vem mobilizando a população da cidade contra a construção de um aquário na orla da Praia de Iracema. Os integrantes do movimento têm se reunido todos os sábados, a partir das 16h, entre as duas pontes da praia.
O texto de apresentação do movimento no blog “Quem dera ser um peixe” traz questionamentos e aponta possíveis impactos negativos do projeto. Da falta de discussão pública à realização de um contrato milionário sem licitação, do perigo de remoção do Poço da Draga – tradicional comunidade de pescadores que está lá há mais de cem anos – à natureza do projeto de ocupação e à visão do projeto do que é a fruição artístico-cultural dos espaços públicos, além de todo debate em torno dos impactos ambientais.
Vale a pena conhecer o blog. Na seção “por que questionamos” o movimento resume em seis pontos as principais críticas ao projeto. Como disse um leitor nos comentários desta seção, se a cidade de Fortaleza quer investir no seu potencial turístico, há muito a ser feito antes de construir um aquário milionário: melhorar o saneamento e as condições de limpeza, despoluir as praias, melhorar a segurança da cidade, o calçamento etc, o que vai beneficiar não apenas os turistas, mas toda a população de Fortaleza.
Conheça a página do movimento no Facebook: http://www.facebook.com/contraoaquario
Siga o movimento no twitter: @peixuxaacquario
“Quem dera ser um peixe”: mobilização contra projeto questionável na orla de Fortaleza
*Urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e relatora especial da Organização das Nações Unidas para o direito à moradia adequada