Nós, mulheres do Ceará, organizadas em diferentes movimentos sociais, organizações feministas e partidos de esquerda, nos juntamos para denunciar as opressões, desigualdades e injustiças sociais e ambientais provocadas por um modelo de sociedade dominado pela lógica capitalista, racista e patriarcal, vimos às ruas nos posicionar:
Contra o predomínio de uma falsa democracia imposta pelas elites, que reproduz o machismo, o racismo e que nega à população o direito de decidir sobre os rumos do mundo, impondo padrões econômicos, sociais e culturais.
Contra as políticas e projetos que privatizam as cidades, marginalizam populações, exploram e transformam mulheres e meninas em mercadoria; contra os incentivos ao agronegócio e o trabalho explorado e privatização dos territórios, como o complexo industrial e portuário do Pecém, a mina de urânio em Santa Quitéria e fazendas de camarão.
Contra as políticas autoritárias dos megaeventos, que expulsam comunidades pobres de seus locais históricos de moradia — a exemplo das Comunidades do Trilho, do Serviluz, na Serrinha, no Castelão, no Barroso, no Jangurussu, próximas ao Rio Cocó e Rio Maranguapinho, Comunidade do Dendê, comunidades do Parque Água Fria, do Conjunto Palmeiras, do Poço da Draga e outras, em Fortaleza, com as quais nos solidarizamos — para a realização das obras da Copa e higienização da cidade em benefício das classes ricas, dos especuladores, das empreiteiras e das indústrias imobiliária e do turismo de massa. (mais…)