Urgente – Comunicado da comunidade Pataxó Hãhãhãe tratando de abusos da Policia Federal na área recentemente ocupada da TI Caramuru-Paraguaçu

A comunidade Pataxó Hãhãhãe tomou conhecimento de que o comandante que está conduzindo as operações da Policia Federal na TI Caramuru-Paraguaçu foi o mesmo policial que atirou na perna de um indígena da comunidade Tupinambá de Olivença. O indígena teve que se submeter a operação de amputação de sua perna em razão deste tiro. A operação da Policia Federal na área Tupinambá foi considera pelos indígenas e por todas as organizações indigenistas, assim como de direitos humanos, como abusiva e extremamente autoritária.

Recebemos também a noticia de que a Policia Federal esteve agora pela tarde em uma das áreas recentemente ocupada da Terra Indígena Caramuru-Paraguaçu, onde está instalada a “fazenda” Oriente, acompanhada do “dono” da “fazenda” e seus “funcionários” revistando as coisas dos indígenas sob alegação de que estavam buscando objetos roubados pelos indígenas. Chegaram à área dizendo que os indígenas haviam roubado os pertences dele (o fazendeiro).

A policia deixou o fazendeiro e seus “funcionarios” à vontade para revirar as sacolas etc dos indígenas. A Policia Federal junto com o fazendeiro obrigaram a indígena Maria Souza Melo que estava na área a assinar um documento do qual ela não tinha nenhum conhecimento do conteúdo, em flagrante infração à lei.

A comunidade Pataxó Hãhãhãe está revoltada diante dos fatos narrados e, considerando que a operação da Policia Federal está criando mais insegurança para a comunidade e aumentando a violência contra os indígenas, solicita a imediata substituição dos policiais federais e de seu comandante.

Salvador, 03 de março de 2012

Samuel Wanderley e Olinda Muniz Wanderley
Correspondentes dos Pataxó Hãhãhãe em Salvador

Comments (2)

  1. Quem está tomando alguma providencia diante de tanta violência?Cadê a Funai?O MPF foi acionado.Solicitamos infpormações para repassar a aldeia Jacó-Pataxó hhh-Jordania-MG pois ali há varios parentes há hã hãe.
    Geralda

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