Aos 510 anos, Rio São Francisco busca novo título

Velho Chico volta a ser, depois de uma década, tema da Expedição Halfeld, que vai percorrer leito por 30 dias

são francisco
Velho Chico volta a ser trajeto da Expedição Halfeld, que vai conferir, in loco, mudanças (foto: Mauricio de Souza)

Augusto Franco – do Hoje em Dia

Quinhentos e dez anos depois de ser descrito pela primeira vez pelo português Américo Vespúcio, o Rio São Francisco não é mais o mesmo. Menos água, mais poluição, fruto de muito mais gente morando às suas margens.

A situação, no entanto, é melhor do que a encontrada em 2001, quando um grupo de cientistas e jornalistas percorreu o médio e baixo São Francisco, durante a Expedição Halfeld. Desde então, a situação do Velho Chico está um pouco melhor. Mais água na calha, menos assoreamento, mais matas ciliares, animais e peixes que, aos poucos, voltam a circular.

O novo retrato exato dessa situação será tema de uma série de reportagens que  o Hoje em Dia publica entre os dias 5 de novembro e 5 de dezembro. Nesse período, o jornal vai percorrer toda a extensão do rio, passando pelos pontos visitados durante o Projeto Halfeld, realizado ao longo de outubro, novembro e dezembro de 2001. Na ocasião, uma equipe de biólogos, antropólogos, sociólogos e historiadores, acompanhados por jornalistas de quatro estados, percorreu toda a parte navegável do Rio da Integração Nacional, relatando a situação de degradação do curso d´água e o estado de conservação das cidades e patrimônios históricos instalados ao longo das duas margens. O roteiro abrangeu 34 cidades, em cinco estados. (mais…)

Ler Mais

Jornada nacional reivindica habitação popular

Os movimentos realizam uma série de atividades nos estados e em Brasília, a fim de reivindicar uma política permanente de habitação

Patrícia Benvenuti

Movimentos de moradia de todo o país realizam, nesta semana, a Jornada Nacional da Moradia e da Reforma Urbana. As atividades também marcam a Semana Mundial dos Sem Teto.

Os movimentos realizam uma série de atividades nos estados e em Brasília, a fim de reivindicar uma política permanente de habitação para o país, que vá além do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Programa Minha Casa Minha Vida.

O coordenador do Fórum Nacional de Reforma Urbana, Donizete Fernandes, lembra que as iniciativas do governo, atualmente, não contemplam as famílias situadas na faixa de zero a três salários mínimos. “Os recursos do [programa] Minha Casa Minha Vida são para a construção de três milhões de moradias, mas há uma burocracia grande para acessar esse dinheiro. Esses recursos têm que chegar nas pessoas que precisam de moradia”, afirma.

A maior ação da Jornada deverá ocorrer na capital federal nesta terça-feira (04). Cerca de seis mil pessoas são esperadas para um ato que começará às 10h na Catedral de Brasília e culminará no Palácio do Planalto. O objetivo será abrir negociações com o governo federal. (mais…)

Ler Mais

Moção do XV Encontro Nacional da RENAP contra isenção fiscal para agrotóxicos

A Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares- RENAP, reunida em seu Encontro Nacional, vem se manifestar contra as isenções dadas à produção e comercialização de agrotóxico no país.

O uso de agrotóxicos tem trazido uma série de transtornos à população. Há registros de impactos à saúde de trabalhadores, óbitos, danos ambientais em diversas regiões do país, como no Vale do Jaguaribe, no Ceará; ou até no leite materno das trabalhadoras, como na região central do Mato Grosso.

O Aqüífero Jandaíra, reserva de água de inestimável valor em estados do semi-árido, Ceará e Rio Grande do Norte, já possui presença de agrotóxico, por exemplo. O Brasil possui o triste estigma de ser o campeão de uso de agrotóxico.

Deve se mudar este quadro, com estímulos a outras formas de produção, como a agroecologia, mais condizente com a agricultura familiar, que é responsável por mais de 70% dos produtos da cesta básica dos brasileiros.

Fortaleza, 01 de outubro de 2011.

Enviada por Rodrigo Medeiros.

Ler Mais

Resultado de licitação do Incra de empresas para elaboração de relatórios antropológicos preocupa

As dúvidas levantadas pela CPISP são mais que válidas. Com todo o respeito e o direito à dúvida, que domínio da questão quilombola e antropológico pode-se esperar de uma empresa de informática, por exemplo? Ou de outras, voltadas para consultorias relativas a água ou para a aprendizagem industrial? Será que as razões sociais em pauta não têm nenhuma relação com os trabalhos efetivamente prestados? O critério do menor preço em geral tem um custo alto. E que cai principalmente sobre as pessoas que deveriam ter seus direitos garantidos. Esperemos que isso não aconteça no caso em questão. TP.

Em agosto, o Incra surpreendeu com a decisão de abrir licitação na modalidade de pregão eletrônico por menor preço visando a contratação de “empresa especializada” para a elaboração de 158 Relatórios Antropológicos destinados a fundamentar os processos de identificação de terras quilombolas no Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Tocantins.

O procedimento adotado gera preocupação na medida em que a qualidade dos estudos pode estar comprometida em função das regras de menor preço e dos curtos prazos estabelecidos. (mais…)

Ler Mais

MA – Mais notícias sobre o assassinato de Valdenilson e a situação quilombola

Tania Pacheco

Ontem  noticiamos a morte de Valdenilson Borges, 24 anos, do Quilombo de Rosário, Serrano do Maranhão, executado com duas facadas no peito dentro do próprio território da comunidade. Hoje chegaram mais notícias, enviadas por Diogo Cabral (advogado da CPT e do Movimento Quilombola da Baixada Ocidental Maranhense-MOQUIBOM), através de Eduardo Corrêa, da RENAP.

Segundo Diogo Cabral, Valdenilson e sua família já haviam registrado vários Boletins de Ocorrências nas delegacias de Serrano, Bacuri e Cururupu relatando as ameaças, sem que qualquer iniciativa fosse tomada. Seus irmãos Jodeca e Jadeildo estiveram em São Luís e pediram ajuda também ao Programa de Defensores em Direitos Humanos. Nada foi feito, entretanto, embora a comunidade Rosário seja listada como uma das mais ameaçadas de violência.

O assassino – Edvaldo Silva, que continua foragido – ocupa uma porção de terra dentro do território de Rosário e, por não ser quilombola, ameaça as famílias que lutam pela titulação de suas terras.

Escreve Diogo Cabral: “Semana passada estive na região, fazendo audiências, e, pelas falas dos trabalhadores, mortes eram anunciadas no grande território quilombola que compreende todo o município de Serrano”. Segundo ele, o assassinato de Valdenilson poderá ainda “encorajar outros assassinos a realizarem essas selvagerias. Em Açude, há homens armados 24 horas, intimidando as famílias quilombolas”. (mais…)

Ler Mais