Queimada ou incêndio criminoso?

A prova do crime: Embora não haja qualidade na imagem, o incêndio tinha proporções preocupantes. Foto: Carlos Lima

Por: Carlos Lima (*)

A noite desta terça-feira (30) foi de profundo clamor para a natureza e para aqueles que a amam. Um incêndio atingiu o pasto da Chácara Pasto do Fonseca, propriedade do espólio de Severiano da Silva Neiva, que fica localizada nas proximidades do Quilombo São Domingos, em Paracatu. As chamas, que alcançavam uma altura em torno de 4 metros, puderam ser vistas, principalmente, por moradores dos bairros Alto do Açude, Vista Alegre e Esplanada.

Até o momento não se sabe a causa de tamanha agressão ao meio ambiente, mas as suspeitas giram em torno da possibilidade de incêndio criminoso, aquele praticado de forma proposital.

O fogo que podia ser notado com maior veemência por volta das 21 horas tomou proporções assustadoras e mesmo de longe, ouvia-se o som consumador sobre a mata e sobre as poucas árvores que resistiam no local.

Sem um corpo de bombeiros ou de uma brigada de incêndio (esta até que existe em algumas empresas locais) que faça jus a problemas dessa ordem, pouco ou quase nada pôde ser feito para minimizar as conseqüências lastimáveis contra o planeta e, é claro, contra a própria comunidade. O vale, onde ocorrera a queimada, fora tomado assim por uma imensa nuvem de fumaça e nas residências dos bairros vizinhos, muita fuligem havia por toda a parte.

Problema frequente: Queimadas assolam o cerrado. Abaixo, seta indica o local atingido pelo incêndio nesta terça-feira(30). Foto: Carlos Lima

Queimadas como esta tornaram-se muito freqüentes em Paracatu e os seus efeitos comprometedores: Poluição, péssima qualidade do ar, destruição da fauna e da flora e fuga de animais para o meio urbano.

A conscientização de toda a comunidade sobre os prejuízos causados pelas queimadas é uma política que deve ser cada vez mais intensa nas escolas, associações de moradores e na imprensa como um todo, mas o combate a ações criminosas, como a que é tratada em questão, é uma medida que não pode ser posta a margem pelo poder público, nem tampouco, ignorada pela própria população, que pode cobrar e denunciar. Ligue 190 ou 193, e denuncie!

(*) Carlos Lima é graduado em Arquivologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBa), é Pós-Graduado em Oracle, Java e Gerência de Projetos, é consultor em organização de arquivos e memória empresarial e exerce o cargo de Coordenador do Arquivo Público Municipal de Paracatu.

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