Estamos mais parecidos com a Europa. Infelizmente

Leonardo Sakamoto

Um grupo de jovens brancos, bem vestidos, criados no leite Ninho e provavelmente alunos de escolas caras da Paulicéia alopravam dois bolivianos que cruzavam apressados uma rua na região dos Jardins. “Esse aí perdeu sua flauta de bambu e a lhama!”, proferiu um deles – que provavelmente aprendeu a fazer humor com alguns gênios da TV. Os dois, de origem humilde, antes mesmo de ouvirem qualquer uma das baboseiras, já deviam se sentir deslocados naquelas ruas de alto poder aquisitivo devido suas feições.

Há algum tempo, vi outro grupo de pessoas ridicularizando imigrantes bolivianos no Centro de São Paulo. Também jovens, todos brancos, alguns de olhos claros. Índios, portanto não eram. E, dessa forma, desprezavam aquilo que um dia seus pais também já foram: estrangeiros recém-chegados, tentando a sorte.

Queria retomar esse tema, aproveitando que a discussão sobre imigração está em alta por aqui por conta das recentes libertações de bolivianos em oficinas de costura. Não vou debater as origens da xenofobia, a relação entre estabelecidos e outsiders, o entendimento da alteridade… enfim. Afinal isto é um post, não uma missa ou uma defesa de mestrado. Mas é ridículo que pessoas da mesma classe média que reclama ser barrada nos aeroportos na Europa e nos Estados Unidos reserve um tratamento preconceituoso como esse aos que vêm de fora. O ser humano aprende com a experiência coletiva? Faz-me rir. (mais…)

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Sobre el papel de los intelectuales

Jorge Luis Muñoz (Desde Xochimilco, D. F., México. Especial para ARGENPRESS CULTURAL)

Los intelectuales son los pensadores que giran en derredor de un sistema, ya sea para ayudar en su sostenimiento o perpetuación mediante la apología, la crítica o el denuesto. Apología, denuesto y crítica son caras intelectuales de un sistema.

Un intelectual lo es porque está al servicio de los poderosos de una u otra forma. Fuera del poder solo es un pensador más, un ser que ejerce esa capacidad de modo natural, o sea, al servicio de la conservación de la vida.

El intelectual contemporáneo es producto del sistema capitalista y, aunque desciende del intelectual al servicio de los poderosos de la antigüedad, se diferencia de estos en que fomenta de continuo una función cerebral que de suyo es contingente. El fomento del pensamiento produce a su vez el funcionamiento continuo de la consciencia, lo que da origen al estrés y a toda esa pléyade de enfermedades modernas. (mais…)

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Os cartórios, as monoculturas e os conflitos socioambientais no Baixo Parnaíba

Mayron Régis

Um número exato em torno das denúncias formuladas pelas comunidades tradicionais, pelas organizações da sociedade civil e pelo ministério público sobre os desrespeitos aos direitos humanos no Baixo Parnaiba maranhense chega a ser uma impossibilidade porque a cada dia surge um novo conflito sócio-ambiental.

No dia 30 de agosto de 2011, na sede da Fetaema, antes de uma reunião sobre o processo de desapropriação da gleba Santa Cecilia, no município de Morros, que fora devolvido pela Casa Civil, representantes da comunidade de Mamede II e o presidente do STTR de Barreirinhas expuseram para assessores da Fetaema, da Tijupá e do Fórum Carajás uma venda de mais de mil hectares no município de Barreirinhas por parte de Cleudenor Viana e Maria Ozelita Costa Silva para um tal de Gilmar.

Os agricultores de Barreirinhas e o senhor Chico Farias, presidente do STTR, levaram documentos que comprovariam a propriedade da terra pelos que a venderam, contudo a Xerox da escritura lavrada no cartório de Barreirinhas no ano de 1979 não apresenta nenhum sinal de envelhecimento, fato natural para um documento “tão antigo” e fechado num cartório. Agora dá para pensar o que pretensamente moveu os pretensos proprietários a adquirirem uma área de Chapada no final dos anos setenta no município de Barreirinhas. (mais…)

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Indígenas são proibidos de falar língua guarani em escola de MS

Lúcia Morel, direto de Campo Grande

Indígenas que estudam na Escola Municipal Nerone Maiolino, em Campo Grande (MS), foram proibidos de conversar em guarani, sua língua-mãe, dentro da instituição. Três alunos que fazem a 2ª série do fundamental assinaram inclusive um termo, exigido pela direção da escola, se comprometendo a não falar no idioma original do povo kaiowa.

A indígena Maura Amaral, 35 anos, é uma das que teve que assinar o termo junto com o marido, Orlando Turíbio, 41 anos. Eles e mais um amigo que estuda na mesma escola e também mora na Aldeia Urbana Água Bonita foram chamados pelo diretor da escola e avisados de que não poderiam mais conversar na língua-mãe.

Sem entender o motivos, eles assinaram o papel sem nem mesmo ler o que estava escrito. “Primeiro o diretor disse que a gente não podia mais conversar em guarani na escola e depois deu o papel pra gente assinar. Não sei ler direito e nem deu tempo”, disse Maura. (mais…)

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