A Brigada de Solidariedade aos povos indígenas Guarani Kaiowá aconteceu nos dia 6 a 16 de janeiro percorrendo várias aldeias do Mato Grosso do Sul, conhecendo a realidade de diversas etnias como Guarani, Kaiowá, Guató, Kadiwéu e Terena. O objetivo é somar na luta em defesa das comunidades indígenas, mas pra isso era necessário esse primeiro momento de contato onde entenderíamos melhor o que passam esses povos na luta por suas terras de origem, seus direitos básicos e suas vidas.
A realidade que vivem hoje os indígenas do Mato Grosso do Sul é cruel e desumana. As famílias estão em situação de extrema miséria, sofrendo ameaças cotidianamente dos fazendeiros, lideranças sendo assassinadas, aviões fumigando agrotóxicos por cima das aldeias, dos rios, da floresta, causando a morte de crianças e idosos e colocando em risco a vida de todos.
A principal reivindicação desses povos indígenas é o seu Tekoha, a sua terra sagrada de seus antepassados, que lhes foi roubada pelos fazendeiros com a omissão e permissão do Estado Brasileiro. Na promulgação de nossa constituição, em 1988, foi colocado um prazo máximo de 5 anos pra demarcação das terras indígenas e, mesmo 25 anos após esta data, o governo ainda segue de forma lenta e burocrática, obrigando os povos a se unirem na retomada de seu território tradicional. Para impedir a retomada legítima dos territórios indígenas, os fazendeiros assassinaram mais de 80 lideranças do movimento indígena.
Um dos assassinatos mais cruéis e emblemáticos se deu na aldeia Taquara no dia 13 de janeiro de 2003, quando pistoleiros assassinaram o Cacique Marcos Veron brutalmente na frente de sua família. É uma triste constatação, mas não existe qualquer perspectiva de justiça social no campo: no Mato Grosso do Sul um pé de soja ou cana tem mais valor que uma criança indígena, e uma usina tem mais valor que uma aldeia inteira.
As violações que acontecem principalmente contra os Guarani Kaiowá são ataques à vida desses povos, a essa importante cultura, aos direitos humanos. O clamor é que os movimentos sociais, as ONG’s e toda a população se juntem e abracem a causa indígena para que possamos avançar cada vez mais!
Pela agilidade no processo de demarcação e homologação das terras indígenas, basta de massacre!