Por Gustavo Marinho, da Página do MST
Todas as 11 pautas específicas dos camponeses e camponesas do município de Atalaia foram discutidas na manhã desta quinta-feira (09/01) junto ao prefeito da cidade, Manoel da Silva Oliveira (PTB), quando foi construído em conjunto um calendário de trabalhos para atender as demandas dos assentamentos e acampamentos da região.
Com a sede da Prefeitura e da Câmara Municipal ocupadas desde a última segunda-feira, centenas de servidores públicos da educação, aposentados, beneficiários do Bolsa Família, trabalhadores rurais e sem teto mobilizaram toda a cidade para exigir da gestão municipal respostas aos problemas que a população atalaiense vêm passando. Tanto a prefeitura quanto a câmara foram desocupadas pelos manifestantes após a reunião.
“Nestes quatro dias de luta ocupamos as ruas e os órgãos públicos da cidade para cobrar uma posição frente ao descaso que estamos vivendo tanto no campo quanto na cidade”, destacou Margarida da Silva, da Direção Estadual do MST.
Entre os acordos firmados junto à prefeitura, os Sem Terra estabeleceram prazos para a resolução dos problemas estruturais dos assentamentos e acampamentos. “Nós sabemos que estamos em dívida com vocês, mas estamos dispostos a construir uma agenda positiva para atender todas as demandas”, disse o prefeito Manoel da Silva Oliveira (PTB), conhecido como Mano Professor.
A partir da próxima segunda-feira (13/01), uma equipe técnica disponibilizada pela prefeitura fará uma inspeção na estrutura da Ciranda Infantil Dorcelina Folador, no Assentamento Milton Santos, além do mapeamento das áreas que receberão reforço na iluminação pública.
A máquina responsável pela assistência aos assentamentos já foi encaminhada à zona rural onde os próprios assentados vão coordenar sua utilização. Também foi garantido pelo prefeito um espaço fixo para comercialização dos produtos dos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária no município. Com relação ao posto de saúde do povoado Ouricuri, a prefeitura responsabilizou-se em inaugurá-lo no dia dois de fevereiro.
“Continuaremos em alerta, fiscalizando e monitorando os acordos que firmamos durante essa semana. Se os problemas do povo de Atalaia não forem solucionados, continuaremos mobilizando cada vez mais a população na garantia dos nossos direitos”, finalizou Margarida.