Evandro Éboli, O Globo
Em audiência pública dominada por ruralistas e outros parlamentares contrários à demarcação de terras indígenas, a Funai sofreu duros ataques ontem na Comissão da Amazônia da Câmara. Demarcações de áreas no Maranhão, sobretudo na terra dos awá-guajá, foram o tema. Estavam presentes cerca de 350 pequenos produtores rurais da região, contrários à Funai e que aplaudiam os discursos inflamados dos deputados.
Reportagem do GLOBO mostrou, há duas semanas, o drama dessa etnia, que foi recém-contatada e ainda vive de caça na selva amazônica no Maranhão.
O coordenador-geral de Índios Isolados e de Recente Contatos da Funai, Carlos Travassos, que representou o Ministério da Justiça na audiência, foi alvo de todo tipo de ataque, como o de Francisco Escórcio (PMDB-MA). Exaltado, batendo a mão na mesa e dedo em riste para Travassos, Escórcio disse:
— O senhor é um inócuo. É de quinto escalão. Vou me ausentar dessa reunião.
Quando teve a palavra, Travassos rebateu.
— Abstenho-me de responder às palavras do deputado Escórcio. Pela própria elegância do deputado — disse o coordenador da Funai.
Na mesa que conduziu os trabalhos, a maioria era de contrários às demarcações. Prefeitos, lideranças comerciais e os produtores rurais das cidades cortadas pelas terras indígenas do Maranhão dominaram a sessão. As dezenas de pequenos produtores vestiam uma camisa amarela com a frase: “Diga não à demarcação da suposta terra indígena Awá-Guajá”. Os manifestantes viajaram três dias de ônibus até Brasília e são das cidades de Zé Doca e São João do Caru.
Em 1992, a terra dos awá foi declarada de posse permanente desse grupo de índios, sendo homologada por decreto do presidente Lula em 2005. Foram movidas ações judiciais por proprietários rurais, todas derrotadas. O prazo para desintrusão da área — a retirada dos não índios — já venceu. O governo pode enviar a qualquer momento à região forças policiais para que a terra seja entregue aos cerca de 400 awá-guajá que vivem lá.
Travassos defendeu a demarcação da terra awá-guajá e afirmou esperar que o clima de provocação da audiência não chegue ao estado:
— Discursos vazios, sem dados concretos, não resolvem. A decisão judicial já foi proferida. A terra pertence ao povo awá-guajá, que, infelizmente, não está aqui para se expressar. As pessoas que aqui estão (pequenos produtores) não podem ser usadas como manobra.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Janete Melo
O jornalista Evandro Eboli realmente nao sabe da verdadeira situacao da demarcacao da RESERVA INDIGENA AWA-GUAJA,Caro reporter sao mais de 30.000 pessoas que sobrevive nesta area, esta area nao existe nenhum indio,esta area uma grande parte foi demarcada pelo INTERMA para uma empresa AGROTURIACU a masi de 30 anos hoje encontra-se invadida por agricultores, nesta area area possui varios povoados com precarias infraestrutura. Esse Carlos Travassos da FUNAI que tenho certeza so fica em gabinetes e nao sabe realmente das necessidades dos indios e Produtorers Rural, devia SIM ver o que realmente os INDIOS PRECISA COMO Medicamentos, Alimentos, e apoio em tempo real, pois estes indios aqui na nossa Regiao eles vive sim do apoio da funai, porque se depender da caca eles morrem de fome. Travassos precisa sim desenvolver iniciativas para que estas comunidades indigenas sejam autusustentavesis e dependam menos da ajuda da FUNAI, POIS o dinheiro que o governo gasta neste orgao quando chega para os Indios e menos da metade. Deveria sim fazer uma Auditoria no ORCAMENTO DA FUNAI e saber onde ta indo essa dinheirama toda. tenho certeza para os Indios e muito pouco. Pergunto ao reporte, onde iremos assentar estas familias assentadas nesta area demarcada.A reserva ja demarcada em nosso municipio e tao grande que da para toda populacao indigena do Maranhao.
Odilon Alves – Ze Doca-Ma.