Adital – A pulverização de agrotóxicos pode ter sido a causa da morte de duas crianças que moravam no assentamento Húber Duré, em Canindeyú, Paraguai. A Federação Nacional Campesina (FNC) denuncia que, poucos dias antes das mortes, sojicultores brasileiros haviam pulverizado suas plantações, que ficam nas proximidades do assentamento. A Federação planeja, para esta semana, nos dias 30 e 31 de julho, uma série de atividades no intuito de cobrar responsabilidade e atenção à população rural.
Adelaida, de três anos, e Adela, de apenas seis meses, filhas dos agricultores Fabiola Cabrera e Benito Álvarez, foram internadas no hospital de Curuguaty com mais 15 adultos e 18 crianças que apresentavam sintomas de tontura, vômitos e diarreia. A criança mais nova recebeu alta, pois, segundo o médico que a atendeu, ela não tinha nada. Adela faleceu após ter sido levada para casa.
Em seu site, a Fundação Nacional Campesina informa que o diretor interino do hospital, Euribiades Riquelme, diagnosticou que as mortes foram causadas por insuficiência respiratória e broncopneumonia, mesmo quadro apresentado pelos outros adultos e crianças internados. Segundo ele, não há sintomas de intoxicação.
Nesta quarta-feira, 30, a FNC inicia uma intensa programação de mobilização. As atividades começaram às 6h da manhã na frente do Panteão Nacional dos Heróis, em Assunção, capital do país. Às 7h30, começou uma marcha até o Palácio do Governo, onde foi entregue uma carta escrita pelos familiares das duas crianças. Às 8h30, aconteceu uma mobilização em frente o Ministério de Agricultura e Pecuária.
Às 10h, foi realizada uma manifestação em frente ao prédio do Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Vegetal e de Sementes. Às 18h, a FNC promoverá uma nova concentração em frente ao Panteão Nacional dos Heróis, que seguirá em marcha com velas acesas até a Catedral, onde será realizada uma celebração religiosa. Para a quinta-feira, 31, está programada uma mobilização em frente ao Ministério de Saúde Pública e Bem Estar Social (MSPyBS).