Bloqueio de 6 dias de quatro etnias contra a Norte Energia termina após governo marcar reunião para o dia 4

Manifestantes queimaram pneus e paus para bloquear trecho da BR-230 e impedir acesso de veículos transportando operários aos caneiros de obras de Belo Monte. Foto: Glaydson Castro/TV Liberal
Manifestantes queimaram pneus e paus para bloquear trecho da BR-230 e impedir acesso de veículos transportando operários aos canteiros de obras de Belo Monte. Foto: Glaydson Castro/TV Liberal

Reunião com representantes do Governo Federal foi marcada para o dia 4. Manifestantes pedem agilidade na execução do plano básico ambiental.

G1 PA

Manifestantes decidiram encerrar na noite desta terça (27) o protesto que bloqueava do acesso aos canteiros de obras da usina de Belo Monte, em Vitória do Xingu, no sudoeste do Pará. Índios de quatro etnias e ribeirinhos protestavam há cerca de 6 dias na rodovia Transamazônica, exigindo agilidade da Norte Energia na execução do plano básico ambiental, uma das condicionantes para a construção da hidrelétrica no rio Xingu. Uma reunião com foi marcada para o dia 4 de junho em Brasília.

O acordo foi decidido após doze horas de negociação entre representantes do governo e lideranças indígenas. Foi decidido que, na reunião do dia 4, estarão presentes representantes da Norte Energia, da Casa Civil, do Ministério da Justiça e da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Na rodovia, pneus e paus foram incendiados para bloquear a passagem de veículos, que foram revistados pelos manifestantes durante toda a tarde desta terça. O transporte de operários e mantimentos para os canteiros de obras foi impedido, e dois ônibus que tentaram furar o bloqueio receberam flechadas. (mais…)

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APIB repudia ataque da PM contra manifestação pacífica no DF

Seis indígenas, um fotógrafo da Reuters e um padre foram feridos durante ataque da polícia. Três pessoas foram presas. Foto: Agência Brasil
Seis indígenas, um fotógrafo da Reuters e um padre foram feridos durante ataque da polícia. Três pessoas foram presas. Foto: Agência Brasil

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) vem a público repudiar a violenta e despropositada ação da Polícia Militar do Distrito Federal, que reprimiu na tarde desta terça-feira, 27/05, ato pacífico em que participavam cerca de 600 lideranças indígenas de todo o país.

Por volta das 17h40 os indígenas, que estão em Brasília participando da Mobilização Nacional em Defesa dos Direitos Territoriais de seus povos, se uniram ao ato convocado pelo Comitê Popular da Copa – DF e marchavam tranquilamente em direção ao Estádio Nacional Mané Garrincha quando foram surpreendidos pela Cavalaria da Polícia com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, spray de pimenta e tiros de bala de borracha.

O Tenente Coronel Moreno, da Polícia Militar, havia feito acordo com o Comitê Popular da Copa para assegurar a chegada do protesto pacífico ao Estádio Nacional Mané Garrincha. Porém, quando os manifestantes se aproximaram do estádio, começaram a ser atacados pela polícia.

Seis lideranças indígenas foram atingidas por balas de borracha, entre elas uma mulher do povo Pankararu, do Nordeste. Um fotógrafo da Agência Reuters sofreu ferimento na perna por resquícios da explosão de uma bomba de efeito moral. Um padre que acompanhava o povo Xerente foi atingido na mão por uma bala de borracha. Além dos feridos, três manifestantes foram presos.

Diante desses fatos, exigimos a apuração imediata dos abusos cometidos pela polícia que são parte da estratégia de criminalização dos movimentos sociais e dos nossos povos.

Brasília-DF, 27 de maio de 2014.

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB

 

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