Raquel Rolnik* – Nesta quinta-feira, o Conselho Municipal de Política Urbana (Compur) de Belo Horizonte deverá votar o projeto Nova BH, uma operação urbana consorciada que vem sendo criticada por muitos movimentos, especialmente por ter sido definida sem nenhum diálogo com a população. O projeto prevê intervenções numa área de 25 mil m² do bairro, afetando a vida de cerca de 200 mil pessoas.
Santa Tereza é um bairro histórico da capital mineira, protegido por uma lei que o enquadra como Área de Diretrizes Especiais (ADE), que define regras específicas para preservar sua paisagem e suas características histórico-culturais.
Além disso, de acordo com integrantes desses movimentos, o projeto terá como consequência desapropriações (diretas e indiretas), fortalecimento da especulação imobiliária e mais incentivo ao transporte privado.
A composição do conselho (oito representantes do executivo, dois do legislativo, dois do empresariado, dois do setor popular e dois do setor técnico) é extremamente desfavorável aos que estão lutando contra o projeto, tentando impedir que ele seja levado a votação sem nenhuma discussão.
Movimentos como o Salve Santa Tereza, Tarifa Zero, Fora Lacerda, Brasilinha do Lacerda Não, dentre outros, vêm realizando manifestações e divulgando informações sobre esta e outras ações que vêm sendo implementadas.
Para saber mais, leia o informativo do movimento Salve Santa Tereza.
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*Urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e relatora especial da Organização das Nações Unidas para o direito à moradia adequada.