“Mais um indígena suicidado, Tania. Agora foi um indígena de 18 anos, do acampamento Ñu Porã. Sem nenhum documento. O corpo está aqui na frente, num carro funerário. (…) Enforcado, como sempre. Veio parar aqui pra gente tentar identificar algum parente dele, já que não tinha nenhum documento. Os boatos que correm é que tem parentes na aldeia Taquaperi, no município de Coronel Sapucaia, no sul do estado. (…) Como o IML de Dourados está desativado, o corpo está aí, ‘passeando’ dentro de um carro de funerária. Até agora o caso não teve desfecho; além do trágico, claro”.
Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental
Neste caso específico, os (…) não se referem a cortes feitos por mim no texto, e sim a hiatos no tempo, na troca de mensagens, nas informações respondendo a perguntas que eu fazia, ao mesmo tempo em que trabalhava para o Mapa de Conflitos, lia e respondia outras mensagens urgentes, verificava as últimas sandices (como as que posto no final deste texto) de homens e mulheres enlouquecidos pelo ódio e pelo racismo, muitos se deixando insuflar e usar como massa de manobra.
Mudam as fronteiras, mas permanece o mesmo tipo de preconceito alimentado pela mídia corrupta. Que age a serviço da omissão de governos que não respeitam a Constituição, nem cumprem suas funções; da canalhice de um congresso que na sua maioria sequer merece a letra maiúscula; de juízes vendidos e de MPFs que esquecem as minorias e a Tutela e se preocupam exclusivamente com os ‘colarinhos brancos’ (Ah, PEC 37! Por esses com certeza eu não teria lutado!); dos diversos serviçais do capital, em resumo! (mais…)