Retirados do prédio da Secretaria, eles estão embaixo de cajueiro. Segundo secretário, índios não o procuraram em nenhum momento.
Por Natacha Portal, do G1 RR
Os indígenas que estão acampados desde o dia 17 de janeiro na Secretaria Estadual do Índio (SEI) protocolaram na tarde desta segunda-feira (27), no Ministério Público Federal (MPF), uma série de reivindicações em nome do Movimento por Política Justa e Solidária (MPJUS), Sociedade de Defesa dos Índios Unidos de Roraima (Sodiur), Associação dos Povos Indígenas de Roraima (Apir), Associação Estadual Indígena Kuwaikîrî de Boa Vista e Associação dos Povos Indígenas da Terra de São Marcos (APITSM).
Entre as dez reivindicações que fazem parte da pauta dos indígenas, constam que a indicação de nomes para os cargos de secretário titular, secretário-adjunto, diretores e chefes de divisão deve ser feita pelas organizações e associações indígenas e que seja realizada a entrega imediata dos materiais adquiridos pela Secretaria para as comunidades.
A realização de um seletivo para professores indígenas também é uma das reivindicações do grupo, além da criação de um Núcleo Indígena em Boa Vista, com moradia e estrutura básica para atender os índios que residem na cidade.
Ainda segundo Moraes, após a retirada dos indígenas das dependências da Secretaria do Índio, o grupo está acampado embaixo de um cajueiro, logo atrás do prédio da SEI. “Eles nos proibiram de usar os banheiros e a cozinha da Secretaria. O secretário [Chico Roberto] não procurou a gente em nenhum momento e, quando queremos, ele só fala com a gente se tiver polícia junto” afirmou.
Outro lado
O atual secretário do Índio, Chico Roberto, afirmou que em nenhum momento os indígenas o procuraram para entregar suas denúncias. “A única vez que eles vieram aqui foi na sexta-feira (17), quando eu os recebi. Eles apenas disseram: ‘Você se retire daqui, pois nós vamos ficar aqui na Secretaria’. Eu respondi que não sairia. Essa foi a única vez”, ressaltou.
Segundo Roberto, os indígenas foram proibidos de utilizar a cozinha para fazerem suas comidas, mas o uso da água está liberado.
“Eles querem cozinhar, fazer comida para 15 pessoas e nós não temos estrutura para isso, pois fico até sem poder fazer café”, afirmou. O secretário relatou também que os índios quebraram os banheiros e os funcionários da secretaria reclamaram da situação.