Uma nota: o filme de fato contém cenas chocantes. Os três primeiros minutos mostram os momentos de glória do nazismo e a liderança de Hitler sobre as massas. O corte para 1945 e a chegada a Bergen Belsen dão início a um outro tipo de documentário. A cópia inicialmente aqui postada, com legendas em polonês, foi substituída por outras, em espanhol. (Tania Pacheco).
“Memória dos Campos” é conhecido como o documentário nunca visto de Alfred Hitchcock sobre o Holocausto. A película, realizada em 1945 para mostrar aos alemães as atrocidades nazis e vetada pelos aliados devido à brutalidade das suas imagens, está finalmente pronta para ser mostrada ao público. Veja aqui a versão incompleta do filme (contém imagens fortes).
Por Aline Flor, ZAP
Em 1945, Alfred Hitchcock ficou em choque. O “mestre do suspense” ficou tão horrorizado ao ver as imagens da chegada das tropas aliadas aos campos de concentração, no fim da Segunda Guerra Mundial, que ficou uma semana sem conseguir voltar aos estúdios. Em seguida, empenhou-se na produção do filme, que editaria as imagens chocantes para mostrar aos alemães a dimensão dos horrores do Holocausto.
No entanto, as autoridades britânicas consideraram o filme tão forte que não permitiram o seu lançamento oficial. Numa época em que as potências vencedoras estavam interessadas em reconstruir a Alemanha, uma obra que apontasse o dedo e atribuísse responsabilidades à população alemã em geral, de forma tão poderosa, não seria a melhor solução.
O jornal Independent conta que as bobinas de ”Memória dos Campos“, como se chamou a obra, ficaram durante anos armazenadas no Museu Imperial da Guerra. Em 1984, uma versão incompleta foi projetada no Festival de Cinema de Berlim. No ano seguinte, foi transmitida nos EUA, pela cadeia de televisão PBS, uma versão de baixa qualidade.
Foi apenas para os 70 anos da libertação da Europa do poder nazi, que se completam em 2015, que o museu decidiu restaurar o filme de forma a mostrá-lo, oficialmente, ao mundo.
Afinal, que filme é este?
São imagens da chegada das tropas aliadas aos campos de concentração, sendo recebidos pelos sobreviventes e, em seguida, recuperando os debilitados e encontrando os corpos dos que morreram por doença ou extermínios em massa.
Filmadas por soldados britânicos e soviéticos, as imagens revelam campos de concentração como Auschwitz, Bergen-Belsen (cerca de metade do filme), Buchenwald e Dachau.
Toby Haggith, curador principal do Museu Imperial de Guerra, descreve ao Independent que um dos comentários mais comuns entre os que viram as primeiras versões do filme era que o filme “era terrível e brilhante, ao mesmo tempo”.
A ser transmitido na televisão britânica em 2015, as projeções do filme serão acompanhadas de um outro documentário, “The Night Will Fall“, de André Singer.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Ruben Siqueira.