A nova administração é uma forma de combater a violência na sala de aula. Os pais dos alunos terão de pagar por essa mudança no ensino.
Por Fred Ferreira, de Brasília, no G1
A Secretaria de Educação de Goiás decidiu colocar a Polícia Militar para administrar dez escolas públicas, como forma de combater a violência na sala de aula. Os pais dos alunos terão de pagar por isso.
A reforma é geral no Colégio Fernando Pessoa, na cidade Goiana de Valparaíso, a 40 quilometros de Brasília. A partir da próxima semana, a escola será administrada pela Polícia Militar de Goiás.
O diretor será um policial com formação em pedagogia. PMs darão aulas de Educação Física e exigir disciplina dos mais de 200 alunos. As demais matérias continuarão a ser dadas por professores da rede estadual. Valparaíso tem altos índices de violência e os alunos já presenciaram até assassinato em sala de aula.
Em nota, a Secretaria de Educação de Goiás diz que a criação dos colégios é uma medida de segurança preventiva da mais alta eficácia.
Alguns pais apoiam a mudança, como a secretária Rosana Godoy. “Eu estou trazendo meu filho pra cá porque estou apostando no ensino, na segurança, pela disciplina que tem”.
Os alunos vão ter de usar quatro uniformes diferentes e sapatos específicos. Todos são comprados fora da escola e os pais já fizeram as contas. Para vestirem os filhos, vão ter de desembolsar entre R$ 500 e R$ 600. Valor que não cabe no orçamento de algumas famílias.
Os pais também vão ter de pagar R$ 100 de matrícula, R$ 50 de mensalidade e comprar dois livros, que custam R$ 300. Na prática, a escola, antes gratuita, passará a custar pelo menos R$ 1.500 por ano.
Desempregado, o pai de uma das alunas diz que vai tirar a filha da escola. “Eu não tenho condições. Como fica para alguém sem emprego?”.
A Secretaria de Educação de Goiás garante que quem não puder pagar terá vaga garantida em outra escola pública e de graça.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Vanessa Rodrigues.
É simplesmente um retrocesso em termos de educação, que no final não vai resolver nada em termos de violência. Não tenho muita certeza, já que não tenho a vivência da coisa, mas sou capaz de afirmar que a violência não está no processo de ensino, no locus escola, na relação entre os alunos e entre estes e os professores (por mais que se tenha informação de um ou outro caso). A violência é algo contextual, do entorno da escola, é da sociedade em que essa escola está inserida. Militarizar o processo de ensino num sentido puramente disciplinar não vai resolver a questão da violência desse entorno, vai talvez proteger esses alunos momentaneamente, mas vai gerar distorções no processo educativo. Santa Merda, onde estão esses educadores á frente da secretaria de Educação, na escola, no estado, no Brasil?!
que absurdooo!!!