Kaique, negro e homossexual, de 16 anos, foi encontrado morto na madrugada de sábado (11). Segundo familiares que reconheceram o corpo, não havia dentes na boca do rapaz e seu corpo apresentava sinais de tortura, hematomas na cabeça e uma barra de ferro cravada na perna. De acordo com matéria de Felipe Souza e Ricardo Senra, na Folha de S. Paulo, desta quinta (16), ele havia sido visto pela última vez em uma balada gay no Centro de São Paulo.
Antes de mais nada, uma curiosidade: sabe como a Polícia Civil do 2º DP registrou o caso segundo a matéria? Suicídio. E a Secretaria de Segurança Pública não vai comentar a tortura porque o laudo da morte seria sigiloso e que há uma investigação em andamento.
Gente… Sério? Registrar como suicídio?
O Estado não aprendeu que não se “suicida” alguém diante de elementos que apontam o contrário? Os casos são diferentes, mas me lembrei da morte de Vladimir Herzog e de tantos outros “suicidas” da ditadura. Depois quando digo que a gente tem uma ferida aberta e mal resolvida que influencia o dia a dia da força policial, o pessoal que é saudoso dos Anos de Chumbo dá chilique. Da última vez que disse isso, muitos gastaram um bom tempo defendendo que eu fosse torturado em uma página de amigos da Rota ao invés de ler um bom livro de história contemporânea brasileira…
Marco Feliciano está deixando a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Viva! Mas me assusta a quantidade de pessoas, teoricamente com acesso à informação, que “discordavam, mas entendiam” as posições do profeta, que dizer, pastor, veiculadas durante 2013. O que preocupa, uma vez que as “abominações” continuam morrendo. (mais…)