Cley Medeiros, enviado especial da Mídia NINJA à Terra índigena Tenharim
“Quando isso tudo vai acabar? Quando vão nos deixar em paz?”. As palavras, da anciã Maria Tenharim Cururuí, considerada a biblioteca viva da etnia Tenharim Marmelo, representam a angústia de um dos povos indígenas mais antigos do Sul do Amazonas, ameaçados na escalada de violência que tomou os noticiários das últimas semanas .
A letra faz parte de uma canção feita por ela para descrever as perseguições contra indígenas na região da Transamazônica (BR 230), rodovia que passa no meio das aldeias Tenharim, Jihaui e Pirarrã, afetando aproximadamente 1.700 índios.
“Eu caí e me machuquei. Enquanto eu corria para a mata eles queimavam a nossa aldeia.” Conta, cantando, sobre a perseguição que os Tenharins sofreram no dia 26 de dezembro, quando 300 pessoas motivadas por fazendeiros e madeireiros, queimaram construções nas aldeias ao longo da Transamazônica e ameaçaram os índios de morte. “Para construir essa rodovia, mataram muitos índios, hoje os brancos estão repetindo o passado.”
A Mídia NINJA esteve toda a semana acompanhando os conflitos na região em contato direto com as lideranças indígenas. Acompanhe as próximas postagens ao longo do dia.
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