ES – Moradores de Itaguaçu pegam comida suja de lama para saciar a fome

População atingida pela chuva recolhe alimentos descartados por supermercado em Itaguaçu
População atingida pela chuva recolhe alimentos descartados por supermercado em Itaguaçu

Os supermercados, tomados pela água, descartaram os alimentos. ‘Situação é caótica’, diz tenente

Gazeta On line

Isolados, os moradores de Itaguaçu, no Noroeste do Estado, estão pegando comida suja de lama. Os alimentos foram descartados por um supermercado da região. Além da chuva e da inundação que castiga o município, a população aponta mais problemas: a falta de alimentos e água potável.

O Governo do Estado comunicou que tem enviado kits de sobrevivência para as cidades atingidas, mas as vítimas reclamaram que isso ainda não é suficiente. Várias partes da cidade ficaram alagadas por conta das chuvas e oito pessoas morreram. As informações são da TV Gazeta e do G1 ES.

A funcionária pública Michele Beccali explicou que faltam os alimentos essenciais. “Está acabando o leite, o açúcar, o arroz. E o que está chegando, uma hora vai acabar também. A água que temos na cidade é da enchente”, disse. Já a dona de casa Ana Cláudia Beker contou que a água mineral que chega, ela separa preferencialmente para as crianças. “Quase nada sobrou no supermercado. Tudo o que temos vem de doação”, falou.

Todos os supermercados da cidade foram tomados pela água. Na manhã desta quarta, um dos estabelecimentos abriu para fazer uma limpeza e colocou vários produtos, molhados e sujos de lama, na rua. Mesmo vendo a situação da comida, muitos moradores se juntaram para verificar o que era possível salvar.

“Pequei trigo e sabão em pó. Está muito sujo, mas vou chegar em casa e lavar, ver o que fazer. Está faltando comida na minha casa”, disse a aposentada Raimunda dos Santos.

Para o tenente do Corpo de Bombeiros, Douglas Briel, a situação no município chegou a um nível caótico. “Há seis dias, a situação na cidade já é de calamidade total, caótica”, declarou o militar. O agricultor Oswaldo Padovan contou que não conseguiu salvar nada em casa. “Estou só com a roupa do corpo, que não é minha. Uma pessoa de coração muito bom mandou para a igreja e me deram”, disse.

A Igreja Matriz é o maior abrigo para as pessoas que precisaram deixar as casas. Além de roupas e comida, há também doações de remédios. De acordo com voluntário que ajuda no local, ainda não ocorreu nenhum caso grave de saúde com os moradores.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Mit’s Sants.

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