Apoio a protestos deve ser menor na Copa do Mundo, diz pesquisa

apoio a protestos

Quase metade dos entrevistados afirmou que não vai apoiar protestos durante a Copa do Mundo, embora aprove as manifestações de forma geral. Maioria também não acredita que protestos trouxeram mudanças para o País

Por Marcos Robério do O Povo

Levantamento realizado nas cinco regiões do Brasil pelo instituto Paraná Pesquisas revela dado curioso sobre a série de manifestações que ocorreu no País este ano e que podem se repetir em 2014. Questionados se, de maneira geral, aprovam os protestos, 79% dos entrevistados responderam que sim. Porém, quando indagados se vão apoiar possíveis manifestações durante a Copa do Mundo, só 47% responderam positivamente – mesma porcentagem dos que responderam não. Os números foram divulgados pelo jornal Correio Popular, do Paraná.

Este ano, o auge das manifestações ocorreu no período da Copa das Confederações, em junho. A contrariedade à realização do mundial no Brasil, aliás, foi uma das principais bandeiras entre as muitas que motivaram a saída de milhares de pessoas às ruas, em várias partes do País. Em Fortaleza ocorreu um dos maiores atos, quando cerca de 80 mil pessoas participaram da manifestação no dia em que Brasil e México se enfrentaram na Arena Castelão.

A pesquisa também denota certo ceticismo da população quanto ao real impacto dos protestos. Embora a presidente Dilma Rousseff (PT) e o Congresso tenham adotado medidas como forma de “resposta às ruas”, 52% dos entrevistados disseram não acreditar que as manifestações trouxeram mudanças para o País. O maior índice de descrença está no Nordeste, com 56%. Quando perguntados se houve mudanças para a cidade na qual residem, as respostas negativas tiveram percentual ainda mais elevado (67%).

Causas

A corrupção foi o item mais apontado (33%) na sondagem como principal motivação para os protestos. Transporte coletivo (22%), Copa do Mundo (19%) e situação econômica do País (16%) também estiveram entre as causas mais citadas. Vale lembrar que o ponto de partida para a eclosão dos protestos foi a luta de movimentos contra o aumento da passagem de ônibus em São Paulo.

O instituto entrevistou 2.250 pessoas maiores de 16 anos em 158 municípios brasileiros, entre os dias 3 e 7 de dezembro.

Saiba mais

Entre os que participaram da sondagem, 96% disseram ter conhecimento dos protestos. Dos que desaprovam as manifestações, a maioria cita a violência dos atos como principal causa para não apoiar.

Apenas 24% dos entrevistados disseram saber o que são os black blocs – adeptos da estratégia que pratica a depredação do patrimônio como forma de protesto. Entre os que conhecem, a grande maioria (79%) afirmou não apoiar a atuação do grupo.

Na comparação entre regiões, a maior parte dos que discordam dos protestos está no Nordeste, onde quase 21% desaprovam. Já a maior aprovação ocorre nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde 83% aprovam e 13% desaprovam.

O levantamento tem grau de confiança de 95% e margem de erro de 2%.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Rodrigo de Medeiros Silva.

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