Xamã Davi Kopenawa participa de colóquio com acadêmicos

Ativismo. Davi Kopenawa já falou na ONU e viaja pelo mundo defendendo os direitos dos indígenas
Ativismo. Davi Kopenawa já falou na ONU e viaja pelo mundo defendendo os direitos dos indígenas

Xamã Davi Kopenawa, pajé da tribo yanomami, participa de colóquio com acadêmicos. Discurso de índio enfatiza urgência em deter a destruição de florestas e rios

Ana Elizabeth Diniz – O Tempo

O auditório da reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) tinha em sua plateia acadêmicos e catedráticos que foram ouvir a sabedoria de Davi Kopenawa, índio da tribo yanomami, uma das lideranças indígenas mais importantes do Brasil e do mundo. Intérprete da Funai, pajé, xamã, chefe do posto indígena de sua região, Kopenawa é presidente da Hutukara Associação Yanomami, “uma embaixada indígena junto com o homem branco”, como ele diz. (mais…)

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Cientistas querem adiar exploração do gás de xisto nas bacias hidrográficas brasileiras

xistoAmbientalistas e pesquisadores temem os estragos ambientais. Posicionamento da SBPC e da ABC foi registrado em carta

EcoDebate* – A exploração do gás de xisto nas bacias hidrográficas brasileiras, principalmente na região Amazônica, segue na contramão de países europeus, como França e Alemanha, e algumas regiões dos Estados Unidos, como o estado de Nova York, que vêm proibindo essa atividade, temendo estragos ambientais, mesmo diante de sua viabilidade econômica. Os danos são causados porque, para extrair o gás, os vários tipos de rochas metamórficas, chamadas xisto, são destruídas pelo bombeamento hidráulico ou por uma série de aditivos químicos.

Enquanto a Agência Nacional de Petróleo (ANP) mantém sua decisão de lançar em 28 e 29 de novembro os leilões de blocos de gás de xisto, autoridades de Nova York, um dos pioneiros na exploração desse produto, desde 2007, começam a rever suas políticas internas. Mais radical, a França ratificou, recentemente, a proibição da fratura hidráulica da rocha de xisto, antes mesmo de iniciar a extração desse produto, segundo especialistas. (mais…)

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Terra Legal retoma área no Maranhão e destina para reforma agrária

INCRA – O Programa Terra Legal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) realiza, nesta quinta-feira (14), ato de retomada da Fazenda Sipó Cortado localizada no município Senador La Rocque, no Maranhão. A área de 2,7 mil hectares será destinada à reforma agrária. A previsão é de com a recuperação das terras griladas da União, sejam assentadas, no local, 141 famílias. Na oportunidade, também serão entregues 240 títulos de posse da terra a agricultores.

“Esta é uma demanda de mais de 30 anos dos movimentos sociais. É importante dizer que estamos dando uma resposta positiva, vamos criar o assentamento e cumprir o grande papel do Terra Legal que é atuar na gestão fundiária da Amazônia. Hoje reafirmamos a credibilidade do programa na resolução de conflitos e na destinação de terras”, avalia a superintendente de Regularização Fundiária na Amazônia Legal do MDA, Shirley Nascimento.

Como explica o coordenador do Terra Legal no estado, Jowberth Frank, a atuação do programa na área é uma resposta às demandas sociais “Atuamos durante dois anos para resolver o problema desta área. É uma felicidade muito grande dar um retorno positivo aos movimentos sociais que estão a décadas lutando pela regularização fundiária na região. Uma área que já teve até morte pela disputa de terras e agora passa a ser ocupada por assentados da reforma agrária, nos enche de orgulho”, afirma. (mais…)

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Por chamar servidor de “crioulinho”, Prefeito de Carmo do Paranaíba é condenado

Hoje em Dia

Um analista do Ministério Público que foi chamado de “crioulinho” pelo prefeito de Carmo do Parnaíba, no Alto Paranaíba, Marcos Aurélio Costa Lagares, deve receber uma indenização por danos morais de R$ 6.000. A decisão do juiz Marcelo Geraldo dos Santos, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais” (TJMG), foi publicada no último dia 30.

Em 2010, quando ocorreu o episódio, o acusado era vereador do município. Na ocasião, ele apelidou  o servidor público e passou a usar o termo durante ligações telefônicas.

Uma das conversas foi gravada com a autorização da Justiça. O prefeito admitiu ter usado a expressão, mas se defendeu alegando que não quis ser preconceituoso. A decisão cabe recurso.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.

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Escravidão e Ditadura: por mais Comissões da Verdade

debret

A reescrita histórica da Escravidão e da Ditadura e suas indenizações estão dentro de um mesmo movimento, mas a dinâmica social brasileira produz uma diferença racial típica no tratamento destes crimes. Até mesmo setores progressistas da sociedade parecem não estar muito atentos a esta dinâmica. Não percebem, por exemplo, que a Polícia Militar mata mais hoje do que durante a Ditadura: mortos que tem classe e cor específica. Estes crimes, cometidos pelo estado, também são políticos e são repetição não apenas dos crimes da Ditadura, mas já dos crimes contra a humanidade da Escravidão. O pau-de-arara da UPP no Rio de Janeiro é descendente daquele do DOI-CODI que é, por sua vez, descendente direto daquele da senzala”.

“Navio negreiro navegou, matou pela cor.
Depois da senzala, tortura é na favela,
Hitler morreu, mas tô no gueto, judeu da nova era”.

O homem estragou tudo – Facção Central

Por Tomaz Amorim Izabel* – Negro Belchior

É típica das relações brasileiras, tanto privadas, quanto públicas, a tentativa de solucionar conflitos profundos através de ações e tratados apressados e superficiais. Quando a simples violência não resolve mais, basta a assinatura de um acordo (normalmente em prol da manutenção de algo inexistente, como a “unidade nacional”) que libere de maneira igual todos os envolvidos, culpados e inocentes, sem consideração pelos possíveis efeitos posteriores. Quando se tornaram insustentáveis política e economicamente, a Escravidão e a Ditadura Militar foram terminadas “pacificamente” através de acordos como estes. Há uma diferença, fundamental, no entanto, no tratamento posterior dado a estes momentos, tanto pelos governos, quanto pelos movimentos políticos e sociais. (mais…)

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Um milhão de mortos: especial Juventude Negra!

image_largeCENPAHA matemática assusta: as guerras em curso no Iraque, no Afeganistão, na República Democrática do Congo, na Somália, na Palestina, no Sudão, na Colômbia, no Paquistão e no Nepal, em conjunto, somaram 147.120 homicídios entre os anos de 2004 e 2007. Segundo o Centro Brasileiro de Estudos Latinoamericanos, no mesmo período o Brasil registrou quase o mesmo número de mortes por arma de fogo – 147.373

A história por trás das estatísticas é a de uma tragédia silenciosa. Com 1,09 milhão de homicídios entre 1980 e 2010, o Brasil tem uma média anual de mortes violentas superior à soma dos 12 maiores conflitos armados do mundo, de acordo com o Instituto Sangari. Embora o assassinato de Amarildo de Souza tenha reacendido o debate nacional sobre a violência contra os mais desfavorecidos, ele não é de nenhuma forma um caso excepcional – de fato, segundo os números, os últimos 30 anos foram pontilhados por casos de igual violência a cada 14 minutos, ininterruptamente, 24 horas por dia.

Entre histórias de chacina e tortura, alguns eventos ainda se sobressaem: a desfiguração de Robson Silveira da Luz, em 1978, cujo conhecido torturador virou símbolo da impunidade; o dentista Flavio Santana, em 2002, extorquido e assassinado por PMs que foram condenados, mas nunca cumpriram pena; a tortura, estrangulamento e morte dos motoboys Eduardo Pinheiro dos Santos e Alexandre Santos, enforcados diante da mãe; o massacre do Carandiru, do qual o comandante ganhou projeção para se eleger deputado federal sobre 111 cadáveres; o extermínio infantil da Candelária, cujas crianças ninguém se prestou a acolher. As comoções que despertaram, mesmo que barulhentas, nada fizeram por futuras vítimas. (mais…)

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Com falta de água e infraestrutura, indígenas dizem que jogos em Cuiabá são os piores da história

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Jardel P. Arruda – Olhar Direto

Índios de variadas etnias participantes dos 12ª Jogos dos Povos Indígenas afirmam que o evento realizado em Cuiabá é o pior de todas as edições já realizadas anteriormente. A maior parte das reclamações é referente a precariedade da infraestrutura, passa pela falta de conforto e vai até a pouca visibilidade da competição. (mais…)

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Desmatamento ilegal em terras indígenas e entorno e a inércia de muitas instituições públicas no Maranhão

Moto Serra e Manoel
Moto serra trabalhando em Terra Indígena

Representantes do Conselho Estadual de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos do Estado do Maranhão realizaram no último mês de outubro (dias 23 a 26) a II Atividade Itinerante do CONSEMA, quando foram verificar in loco crimes ambientais que são diariamente cometidos sem a menor dificuldade no Maranhão.

A situação está sem controle há anos e que foi constatado não é surpresa, mas impressionou os conselheiros(as) estaduais: são carvoarias, serrarias, empreendimentos de gesso, transporte ilegal de madeira, toras, carvão, e lideranças indígenas reclamam que praticamente toda essa madeira vem de terras indígenas. (mais…)

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Carta das comunidades da Serra do Cipó, atingidas pela criação e pretendida expansão do Parque Nacional, em luta pelos seus direitos

Panorâmica do PARNA Serra do Cipó. Fonte: Wikipédia
Panorâmica da Serra do Cipó. Fonte: Wikipédia

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO CIPOENSE, AO ICMBIO E AO MPF

“A memória vem e salva, a memória vem e guarda,
guarda o cheiro da minha terra, a música do meu povo,
a certeza de hoje e sempre que ninguém vai nos tirar.”
(Milton Nascimento)

A Serra do Cipó, no coração de Minas Gerais, é uma região marcada pela alta diversidade biológica e cultural. Situada na porção média da Cadeia do Espinhaço, a Serra é divisor de águas das bacias do Rio São Francisco e Rio Doce. A leste predomina a Mata Atlântica, a oeste o Cerrado, e, nas áreas de maior altitude, os campos rupestres. Foram nestes ambientes que as comunidades da Serra do Cipó construíram sua história, sua cultura e sua memória. O uso múltiplo de uma paisagem tão heterogênea é uma característica marcante dessas comunidades, com os plantios de arroz e feijão nas baixadas, o extrativismo vegetal no cerrado, a criação de gado no alto da Serra e, há cerca de quatro décadas, também era freqüente a extração de sempre-vivas nos campos rupestres. Em séculos de convivência com os ecossistemas locais, as comunidades construíram complexos saberes ecológicos sobre o manejo das espécies e paisagens que garantiram por gerações a perpetuação de seus modos de vida e ambientes.

Todavia, a implantação do Parque Nacional da Serra do Cipó (PNSCi) nos anos de 1970, no auge da ditadura militar, iniciou uma nova etapa na vida das comunidades.  Dezenas de famílias tiveram que, de forma abrupta, deixar suas casas, sua história e suas terras e mudar para outros municípios ou para o distrito de Cardeal Mota. Os diversos relatos feitos durante esse reencontro apontaram a violência física e simbólica que marcou o processo de criação do Parque, sendo que grande parte dos ex-moradores nunca recebeu nenhum tipo de indenização. O que deu início a um processo de dramas sociais vivenciados por estas comunidades que tiveram seus modos de vida profundamente modificados com a criação do PNSCi e a violação de seus direitos. (mais…)

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