Onir de Araújo: “Não nos intimidarão”

Onir de Araújo foi preso pela Brigada Militar em Porto Alegre, no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, por um motivo aparentemente fútil. Mas talvez não seja. Onir é militante do movimento negro há mais de 20 anos, atuou em defesa do jovem Elder dos Santos, que teve que deixar o Estado depois de denunciar a violência e o racismo policial. Ele próprio recebeu ameaças de morte. É também advogado de comunidades quilombolas mobilizadas por seus direitos e integra a Frente Nacional dos Territórios Quilombolas do RS, além de ser solidário aos movimentos que ocuparam às ruas em protestos por todo o país.

Leia também: Advogado e militante, Onir Araújo é detido pela BM após ato pelo Dia da Consciência Negra

Ler Mais

MG – Suicídio de jovens indígenas será debatido na quinta (28)

Imagem capturada do Blog Direitos Xakriabá
Imagem capturada do Blog Direitos Xakriabá

Os altos índices de mortes preocupam o cacique Xakriabá de São João das Missões e o prefeito da cidade.

ALMG

O alto índice de suicídio entre os jovens das comunidades indígenas de Minas Gerais será tema de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A reunião, requisitada pelo deputado Arlen Santiago (PTB), será realizada na próxima quinta-feira (28/11/13), às 9h30, no Auditório.

A audiência pública, segundo Arlen Santiago, atende a uma solicitação apresentada pelo cacique da tribo Xakriabá de São João das Missões, Domingos Nunes de Oliveira, e pelo prefeito da cidade, Marcelo Pereira de Souza, que também é indígena. Eles acreditam que o índice de suicídio pode ser consequência da falta de oportunidades de trabalho e lazer para os jovens do município, que tem a maior reserva indígena do Brasil. (mais…)

Ler Mais

Conselho LGBT reafirma importância da aprovação do projeto que criminaliza a homofobia

SDH LGBTSDH – O Conselho Nacional LGBT realizou nesta sexta-feira (22), em Brasília, sua 18ª Reunião Ordinária. Durante o encontro, que ocorreu na sede da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), foram discutidas pautas relacionadas às políticas voltadas ao segmento, além da apresentação de relatórios sobre o desempenho de ações em curso no Governo Federal.

Entre as deliberações do colegiado, está a reiteração da importância da aprovação do Projeto de Lei Complementar nº 122/06, que criminaliza a homofobia. O PLC estava na pauta da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, na última terça-feira (19), mas não foi retirado de pauta. Na reunião, também foram feitos encaminhamentos para o Encontro Nacional de Conselheiras e Conselheiros LGBT, que ocorrerá entre os dias 7 e 10 de dezembro.

Na ocasião, os integrantes do Conselho foram convidados para participar da reunião do grupo de trabalho da Unaids, que discute o enfrentamento da epidemia de Aids que atinge a população LGBT no Brasil. Além dos representantes da SDH, a reunião contou com representantes do Ministério da Saúde e da Educação.

Ler Mais

Grupo de trabalho voltará à Cana Brava para investigar violações

No MAB

No feriado de quarta-feira (20), representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), CDPH/ GO, MPF/GO, Ouvidoria da CDDPH/PR se reuniram com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, além de integrantes do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, para discutir as ações de apuração dos casos de violação dos direitos dos atingidos por barragens na construção e implantação da Usina Hidrelétrica Cana Brava.

Houve um momento de exposição das lideranças locais sobre os fatos ocorridos e a atual situação que vivem as famílias.  Após essas considerações, a Ministra Maria do Rosário disse ser inadmissível que isso esteja acontecendo nos dias de hoje, e pontuou ser mais que urgente uma posição de governo para resolver esses problemas e impedir novos casos semelhantes.

Também ficou acordado que em janeiro de 2014 o Grupo de Trabalho do CDDPH irá voltar  para  a região para uma nova visita. Será vistoriado se houve cumprimento das condicionantes impostas pelo relatório Atingidos por Barragens.

Diante disso, os representantes do MAB cobraram também a criação da Política Nacional das Populações Atingidas por Barragens (PNAB) e também  a criação do Fundo para resolver  o passivo que o estado brasileiro  tem junto a essas famílias atingidas por  barragem  em todo o Brasil. (mais…)

Ler Mais

Exposição evidencia impactos da exploração do petróleo e do eucalipto

Maua-Mage-and-PAC_web
Fotos: Tamra Gilbertson

Any Cometti, Século Diário

A Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase) do Espírito Santo e a Carbon Trade Watch [Observatório do Mercado de Carbono] lançaram, nessa quinta-feira (21), a exposição “Como óleo e água: resistência contra a economia verde brasileira”, um relatório fotográfico que argumenta contra as compensações financeiras para os impactos ambientais, especialmente aqueles gerados pela indústria do petróleo e da celulose.

No Espírito Santo, as principais responsáveis pelos prejuízos de tais setores são a Transpetro, subsidiária da Petrobras, a Suzano Papel e Celulose e a Aracruz Celulose (Fibria). Os registros fotográficos foram feitos entre o território capixaba e o vizinho Rio de Janeiro, quando também foram recolhidos depoimentos que, junto às fotografias, revelam os modos de resistência de comunidades e líderes de movimentos sociais, como o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e associações de pescadores.   (mais…)

Ler Mais

A dívida do Brasil com os negros

Menino bandeiraCícero J. Silva*, Diário da Manhã

Antes de adentrarmos a qualquer discussão sobre as conquistas dos negros atualmente na sociedade, é essencial que remetamos aos primórdios de sua história de martírios, escravidão e lutas. Foi pelas mãos destes homens, em situação humilhante de escravidão, que as riquezas da América e em especial do Brasil se afloraram. Eles prestaram serviços escravo, obrigatórios, gratuitos, forçados e em condições subumanas, com maus-tratos por séculos; nas lavouras, nos garimpos, nos transportes de cargas e em qualquer outra atividade que precisasse de mão de obra.

Assim foram esculpindo uma grande parte da história econômica e social deste país. Basta vermos o número atual da miscigenação de raça, que, segundo o Censo Demográfico de 2010, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 43,1% da população se classificam como pardas, ou observarmos as influências na religião (umbanda e candomblé), na culinária (feijoada, vatapá, acarajé), na música e no vestuário.

É importante salientar que o comércio de escravos não representou ganhos econômicos apenas para a América, mas foi uma excelente alternativa econômica para a Europa e trouxe muitos lucros para os europeus. Devemos valorizá-los e conter, de uma vez por todas, qualquer resquício de preconceito. (mais…)

Ler Mais

PE – Maracatu e o Samba de Coco serão temas de palestras no Recife

samba-de-coco

FCP – Com a proposta de tratar de dois importantes ritmos negros brasileiros, a Fundação Cultural Palmares – MinC (FCP) levará à capital pernambucana a próxima edição do Ciclo de Palestras, Cultura Afro-Brasileira: nosso Patrimônio. Agendado para 26 de novembro, o evento será marcado por três palestras onde serão aprofundados aspectos relevantes à valorização dos maracatus e do samba de coco.

O Ciclo de Palestras é uma iniciativa da FCP – MinC, por meio do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC), e tem por objetivo ampliar o debate em torno do ensino da história e cultura afro-brasileira conforme a Lei 10.639/2003. A serem ministradas pelas doutoras em História Magdalena Almeida e Isabel Guillen da Universidade Federal de Pernambuco, e Martha Rosa Figueira Queiroz, que também é chefe de gabinete da FCP, as palestras desta edição terão como foco a elevação dos ritmos maracatu e samba de coco à patrimônio cultural étnico-brasileiro. (mais…)

Ler Mais

O Estado vem agindo em detrimento dos povos tradicionais no Cerrado

encontro_povos_cerrado3CPT Nacional

Conforme discussões do segundo dia do Encontro de Povos e Comunidades Tradicionais do Cerrado, organizado pela CPT, a atuação do Estado tem sido em detrimento dos direitos dos povos e comunidades tradicionais no cerrado e em outros biomas. Além disso, é subestimada a importância do cerrado dentro do conjunto de biomas brasileiros, apesar de mais de 90% dos rios do país nascerem no cerrado.

O Estado através de seus governos estaduais vem fazendo escolhas políticas. Essas escolhas são feitas no sentido de beneficiar os grupos mais abastados do país. Dados do IBGE, divulgados em setembro passado, mostram que o 1% referente aos mais ricos do país tiveram um crescimento em sua renda de 10,8%, enquanto o rendimento médio mensal real de todos os trabalhos das pessoas entre os 10% com rendimentos mais baixos, teve, em 2012, um aumento de 6,4%, em relação ao ano anterior. O rendimento dos mais ricos foi, portanto, 87 vezes maior do que o dos mais pobres em 2012, contra uma relação de 84 vezes em 2011. (mais…)

Ler Mais

“O PT com medo de peido”, por José Ribamar Bessa Freire

Taqui Pra Ti

– Menino, tua camisa está com medo de peido.

Foi assim que a Elita, filha da dona Nêga, nossa vizinha lá no beco, em Manaus, saudou minha passagem em frente à sua casa no meu primeiro dia de aula, há 60 anos, quando era eu ainda analfabeto. A expressão criada pela sabedoria popular era muito usada, pelo menos no Amazonas, para denominar uma camisa muito curta. Eis o que eu queria dizer: foi essa “camisa com medo de peido” que vários amigos meus do PT vestiram depois da prisão de Dirceu, Genoíno e Delúbio.

Por que este modelo medroso de camisa? No meu caso, é fácil explicar. Sem dinheiro para comprar a farda do Colégio Aparecida – calça marrom e camisa branca – minha mãe fabricou, ela própria, o uniforme, em uma antiga máquina de costura Singer que tinha pedal gradeado de ferro, gabinete e gavetas. Para isso, transformou os restos de uma batina velha do meu tio, mas o pano era insuficiente e a camisa ficou acima da cintura, deixando meu umbigo de fora. Nunca mais esqueci a gozação da Elita.

E no caso do PT, qual o receio? Na abordagem das recentes prisões, alguns companheiros vestiram simbolicamente a camisa do PT, mas um modelo curto, deixando a descoberto o bumbum, que ficou mais por fora que umbigo de vedete. Eles juram de pés juntos que Dirceu, Genoíno e Delúbio são inocentes, foram injustiçados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), podem ser considerados presos políticos e devem ser tratados como heróis e mártires. Em consequência, execram o presidente do STF, Joaquim Barbosa, como alguém “vingativo”, “ressentido” e “mesquinho”. Esse é o resumo da ópera. (mais…)

Ler Mais

A vigília das comunidades quilombolas do Brasil

Um grupo de quilombolas do Maranhão, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro realizam uma manifestação em frente ao STF (Antônio Cruz/Agência Brasil)
Um grupo de quilombolas do Maranhão, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro realizam uma manifestação em frente ao STF (Antônio Cruz/Agência Brasil)

Nas mãos da Justiça estão as aspirações sobre um país mais justo, sem preconceito e sem racismo

Por César Augusto Baldi*, Carta Capital

”Tristeza não tem fim, a felicidade sim”, já cantava Tom Jobim. E tristeza, perseguição, violência, racismo e violação de direitos têm sido uma constante em todas as comunidades negras, mas, no caso das quilombolas, mais ainda. Em alguns casos, como Oriximiná e Kalunga, está-se a exigir imposto territorial rural sobre propriedades finalmente reconhecidas, de comunidades sem qualquer capacidade contributiva, em valores que a Fazenda, muitas vezes, sequer cobra de sonegadores fiscais. O mesmo vale para quilombos urbanos, com prefeituras a exigirem IPTU.

No Congresso, a denominada “bancada ruralista” não tem poupado esforços para combater demarcações de terras indígenas e reconhecimento de direitos de quilombolas: afinal, nos dois casos, as terras estão fora do mercado e não podem ser objeto de apropriação privada e especulação imobiliária. Some-se a isso o fato de, nessas terras, operar-se a “maldição da abundância”: preservação ambiental, minérios no subsolo, cobiça de madeireiras, etc. Em outras situações, como Marambaia, Alcântara e Rio dos Macacos, é o próprio Poder Público, por meio das Forças Armadas, o maior antagonista de suas lutas. Outras comunidades, por sua vez, só vem sendo atendidas em função da atuação da Defensoria Pública, porque nem sempre o Ministério Público é o aliado desejável. (mais…)

Ler Mais