“Escola de Gente”, Repórter Brasil e Teia Social: procuradores debatem diferentes formas de inclusão social

claudia-werneck-destaque (1)ANPR

A inclusão social permeou as discussões do primeiro debate de hoje, dia 31, no 30º Encontro Nacional dos Procuradores da República (ENPR). O assunto foi o tema da palestra “Sociedade inclusiva – Quem cabe no seu todos?” promovida por Cláudia Werneck.

Fundadora da Escola de Gente – Comunicação e Inclusão, ela tratou do preconceito e das dificuldades que sofrem as pessoas com deficiência. “Ainda que se expressem, por conta de um cérebro considerado de menor qualidade, por exemplo, o que elas manifestam não é considerado um valor para a nação”, afirmou.

De acordo com ela, existem hoje mais de um bilhão de pessoas com deficiência no mundo. Ela salientou a importância do papel do Ministério Público em assegurar que as políticas públicas inclusivas não discriminem qualquer condição humana.

A ANPR é parceira da Escola de Gente e apoia as ações de inclusão da instituição, como o Teatro Acessível.

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Na segunda palestra desta quinta-feira, 31, o procurador da República Áureo Makiyama (PRM-Campinas) apresentou o projeto “Teia Social”. O programa cria uma base aberta de informações de responsabilidade comum entre sociedade civil, órgãos públicos e entidades privadas, que visa a buscar soluções para problemas públicos.

Segundo Makiyama, a proposta não é centrada no Ministério Público Federal. “O MP é apenas um órgão de controle, parte do poder público e da sociedade”, disse. O procurador da República acredita que a ferramenta pode ser utilizada de formas diversas, caso o MPF se proponha a isso e haja o interesse de promover a mediação dos atores sociais e dos interesses públicos.

“A plataforma de compartilhamento de informação é para que possamos colaborar com esse ambiente”, afirmou. Makiyama ressaltou ainda ser a transparência a base fundamental desse processo, no entanto, ela ainda é trabalhada em caráter experimental. “A transparência é um instrumento de participação. Não existe participação na administração pública sem ela”, explicou.

natlia-suzuki-destaque (1)A palestra de encerramento da programação científica do ENPR, nesta quinta-feira, 31, tratou da realidade do trabalho escravo no Brasil. A jornalista e cientista social Natália Suzuki apresentou o projeto “Escravo, nem pensar”, promovido pela ONG Repórter Brasil.

O programa revela a realidade de trabalhadores explorados nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. “Para muita gente, o trabalho escravo não é percebido”, disse a palestrante. Natália Suzuki relatou que em diversas comunidades as vítimas afirmam que essa prática não existe. “Elas até percebem que há uma relação de exploração, mas não veem a violação de direito. Na visão deles, aquela é a única forma de trabalho possível”, detalhou.

Com isso, a palestrante destacou a importância do trabalho de prevenção e conscientização promovido no projeto. Nos municípios com alto índice de tráfico de seres humanos, são formadas lideranças populares, professores e educadores que tratam do trabalho escravo contemporâneo e temas correlatos, para que possam multiplicar – na sala de aula e nas comunidades – as informações sobre esse tema.

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