MPF/SE ajuíza ação para regularizar coleta de lixo em comunidade quilombola

Comunidade quilombola Lagoa dos Campinhos, no município de Amparo de São Francisco, está sem coleta regular

 Ministério Público Federal em Sergipe

O Ministério Público Federal em Sergipe (MPF/SE) ajuizou uma ação civil pública contra o município de Amparo do São Francisco, a 116 quilômetros da capital, por problemas na coleta de lixo no povoado Pontal dos Crioulos, na comunidade quilombola Lagoa dos Campinhos.

Os quilombolas relataram ao MPF/SE que eles mesmos têm se responsabilizado pelo trabalho de coleta de lixo, principalmente no povoado Pontal dos Crioulos, um dos quatro que compõem a comunidade. O município, entretanto, não tem feito o recolhimento desse lixo coletado. Com isso, nos períodos de chuvas, os resíduos sólidos se espalham e contaminam o Rio São Francisco e a Área de Preservação Permanente Lagoa dos Campinhos.

Em resposta às requisições do MPF, a prefeitura disponibilizou coletores nos quatro povoados, mas não regularizou a coleta dos resíduos sólidos. Para a procuradora da República responsável pela ação, Lívia Nascimento Tinôco, a ineficiência da coleta periódica compromete a saúde da comunidade local, além de poluir o meio ambiente podendo afetar, inclusive, a subsistência de diversas famílias quilombolas.

Na ação, o MPF/SE pede, em caráter liminar, que o município implemente o sistema de coleta de resíduos sólidos em todos os povoados que compõem a comunidade quilombola Lagoa dos Campinhos no prazo de 15 dias, com periodicidade mínima de duas vezes por semana. De forma definitiva, o MPF requer a confirmação da sentença e a fixação de multa diária no valor de mil reais, em caso de descumprimento.

Audiência – Em audiência pública realizada no último dia 30 de setembro, na comunidade Lagoa dos Campinhos, os quilombolas voltaram a se queixar da coleta de lixo ineficiente. Na ocasião, o prefeito de Amparo de São Francisco, Atevaldo Cardoso, se comprometeu a buscar uma solução viável que atendesse às necessidades dos quatro povoados. A procuradora Lívia Tinôco ressalta que, se a promessa for realmente cumprida, será possível realizar um acordo no âmbito do processo.

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