Primeira seleção do Mais Médicos vai enviar 40 profissionais para áreas indígenas da Amazônia

Crianças indígenas do Vale do Javari (AM). Terra Indígena vai receber um médico. Foto: Elaíze Farias
Crianças indígenas do Vale do Javari (AM). Terra Indígena vai receber um médico. Foto: Elaíze Farias

Elaíze Farias – Dezesseis Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei) da Amazônia vão receber 40 profissionais na primeira seleção do programa Mais Médicos, do governo federal. A maioria é composta por profissionais brasileiros. As terras indígenas são as áreas mais carentes de profissionais de saúde. As atuações são sempre pontuais, quando isto ocorre.

Na região amazônica, o Dsei Leste, de Roraima, terá a maior quantidade de médicos nesta etapa – seis -, sendo que um deles será estrangeiro. O Dsei Guama Tocantins/Belém, o Dsei Maranhão/São Luís e o Dsei Tocantins/Palmas receberão quatro médicos, cada um.

No Amazonas, os cinco Dsei existentes no Estado serão contemplados na primeira seleção. O Dsei Alto Rio Negro terá três médicos (um estrangeiro). O Dsei Médio Purus e o Dsei Alto Solimões terão dois médicos, cada (ambos brasileiros) e o Dsei Vale do Javari terá um médico (brasileiro). O Dsei Manaus terá um médico, também brasileiro.

Na primeira seleção, a Amazônia vai receber 441 médicos no total. O Amazonas vai receber 123 médicos. Dez deles serão estrangeiros. Doze municípios amazonenses serão atendidos na etapa inicial.

Os municípios do Amazonas que vão receber os médicos do programa nesta etapa são Coari (1), Humaitá (1), Iranduba (1), Itacoatiara (1), Manacapuru (5), Manicoré (1), Parintins (2), Presidente Figueiredo (2), São Gabriel da Cachoeira (1), Tabatinga (4), Urucará (1) e Manaus (34). Esta lista não inclui as cidades que possuem Dsei.

Portanto, municípios como São Gabriel da Cachoeira e Manaus vão receber também médicos que atuarão em saúde indígena.

Além de brasileiros, Itacoatiara, Manaus, Parintins, São Gabriel da Cachoeira e Tabatinga vão receber médicos estrangeiros.

Os médicos brasileiros começam a trabalhar na próxima segunda-feira (02). Os estrangeiros no dia 16 de setembro.

O Estado do Pará receberá 105 médicos. Eles serão distribuídos em 23 municípios nesta primeira seleção. Maranhão receberá 67 médicos. Os outros Estados contemplados são Tocantins (36), Roraima (30), Rondônia (29), Acre (27), Mato Grosso (13) e Amapá (11).

As informações são do Ministério da Saúde fornecidas anteontem (27) para este blog. A previsão é que os médicos estrangeiros sejam chamados na segunda seleção do programa.

Comentário deste blog

O programa Mais Médicos, não obstante seu formato duramente criticado por profissionais brasileiros, veio como um alento para as comunidades que não têm acesso a atendimento médico. Mas não basta enviar profissionais e aguardar que eles se virem sozinhos. No caso das Terras Indígenas, é preciso acabar com os “malabarismos” aos quais são submetidos os profissionais de saúde: médicos (quando existem), enfermeiros, técnicos em enfermagem, agentes indígenas de saúde. E acabar também com os improvisos. Uma das maiores dificuldades é o acesso às aldeias. Conheço profissionais que atuam em Dseis que, sem recurso para comprar combustível das embarcações e sem acesso a aviões de pequeno porte, deixam de fazer atendimento às populações indígenas. Este é um dos motivos do alto índice de mortes em muitas aldeias. Há também problemas de falta de medicamentos e condições precárias dos prédios dos polos bases. Ou seja, não adianta ter médico, se este não tem meios de chegar até os doentes e nem estrutura para trabalhar.

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