Pão de Açúcar é acusado de racismo e apologia ao trabalho escravo

Por Bruna Carneiro, em DM.COM.BR

O hipermercado Pão de Açúcar do Bairro Vila Romana, em São Paulo, causou revolta nas redes sociais após colocar a estátua de uma criança negra em uma área de grande circulação do estabelecimento. A imagem foi postada por um dos clientes na última segunda-feira (19).

A estátua negra foi colocada na área de panificação da loja e o manequim está carregando uma cesta de pães e com os pés acorrentados com grilhões, fazendo apologia ao trabalho escravo infantil, já que o cesto tem um tamanho incompatível com o tamanho da criança. A comunidade negra se sentiu extremamente ofendida e acusou o Pão de Açúcar de cometer crime de racismo. 

A foto foi postada na Fã Page do Mundo Negro, uma página destinada à notícias da sociedade negra na web. Fixada no topo do Facebook, a imagem já teve mais de 4 mil compartilhamentos, 344 páginas de comentários abominando a ação do estabelecimento e 510 curtidas.

Assim que o caso repercutiu na ‘WEB’ o Pão de Açúcar publicou uma nota no Facebook da empresa se desculpando pela gafe cometida e informando que a estátua já teria sido retirada do local.

Em 2011 o Hipermercado Extra, da Marginal do Tietê, na Penha, zona leste de São Paulo, que também faz parte do Grupo Pão de Açúcar, foi acusado de racismo contra uma criança de 10 anos. A empresa teria acusado um menino por roubo quando ele saia de dentro do estabelecimento.

Na época a criança relatou à polícia que foi levada para uma sala e ofendida pelos seguranças. O menino contou que foi chamado de “negrinho sujo e fedido”, além de ter sido ameaçado com um canivete e obrigado a tirar a roupa.

Comunicado

Diante da repercussão do caso, o Grupo Pão de Açúcar emitiu nota oficial, afirmando que “a estátua em questão foi adquirida como parte de uma coleção de peças decorativas de loja, sem intenção ou apologia a qualquer tipo de discriminação. A rede agradece os contatos recebidos dos clientes e lamenta o fato ocorrido, uma vez que pauta suas ações na ética, promoção e respeito à diversidade. Assim que tomou ciência do caso, o Pão de Açúcar providenciou a retirada da estátua das lojas e está revendo o processo de seleção de peças decorativas.”