Elaíze Farias – A Hutukara Associação Yanomami (HAY) divulgou nesta sexta-feira (16) um comunicado que lembra os 20 anos do massacre de indígenas ocorrido em uma aldeia localizada na fronteira do Brasil com a Venezuela. A nota foi elaborada nesta quinta-feira (15) pela Coordinadora de Organizaciones Indígenas de Amazonas (Coiam) e pela Horonami Organización Yanomami. A HAY é a principal organização representativa dos indígenas yanomami que vivem no território brasileiro.
O episódio de 20 anos atrás ficou conhecido como Massacre de Haximu. Dezesseis índios morreram. Os assassinos, garimpeiros provenientes do Brasil, não pouparam crianças e mulheres. Os sobreviventes se refugiaram em terras brasileiras, mas depois retornaram para o território venezuelano.
No documento, as duas organizações yanomami destacam que desde os anos 80 a presença dos garimpeiros ilegais em suas terras é permanente. O contato forçado e a contaminação dos rios por mercúrio causa doenças endêmicas e epidêmicas. O garimpo, destaca a nota, põe em perigo não apenas as condições físicas dos yanomami (incluindo ocorrência de estupros das mulheres), mas compromete a integridade cultural deste povo e prejudica as chances de sobrevivência no futuro. As organizações cobram medidas dos governos brasileiro e venezuelano para acabar com o garimpo.
Mais informações sobre o assunto podem ser obtidas pelo site da HAY.