Em 6 meses, Minas registra 4 mil casos de violência contra menor

Luiz Costa/Hoje em Dia
Luiz Costa/Hoje em Dia

Renata Miranda – Hoje em Dia

O sistema de defesa da criança e do adolescente registrou quase 4 mil casos de violência contra menores nos seis primeiros meses deste ano, em Minas Gerais. O número consta do Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) da Secretaria de Estado da Defesa Social (Seds). Para entidades ligadas à proteção de crianças, ele ainda não pode ser considerado retrato da realidade porque há sub-notificação de casos.

“Muitas vezes, a situação de violência está do nosso lado, mas as pessoas têm receio de denunciar. A sociedade ainda é omissa em relação à proteção de crianças e adolescentes”, critica a presidente do Conselho de Proteção à Criança em Juiz de Fora, Valéria Martins Pereira, que faz um apelo. “Precisamos repensar nosso papel nesse assunto e convocar todos a combater um mal que atinge o mais fraco”.

Medo

De forma geral, o índice da Seds teve redução de 17% em comparação ao mesmo período de 2012, quando foram registradas 4.691 ocorrências. No entanto, os casos de violência em 2013 já representam quase a metade dos 8.778 do ano passado.

Valéria Pereira analisa que muitas vítimas ainda não fazem parte dessa estatística. Segundo ela, muitas crianças não sabem como agir diante da situação de violência ou temem denunciar os agressores.

Nessa situação, contam com a ajuda de vizinhos e parentes próximos para resolver o problema. Porém, quase sempre isso não ocorre.

Chineladas

Um dos casos mais recente de violência doméstica contra criança aconteceu em Juiz de Fora, no início da semana passada. Um menino de dois anos precisou ser internado na UTI da Santa Casa de Misericórdia.

Primeiro, ele foi levado, desacordado, pelo pai e a madrasta, para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com vários ferimentos, hematomas e arranhões pelo corpo e rosto. De lá, foi encaminhado para a Santa Casa.

Os médicos, desconfiados da situação, chamaram a polícia, que prendeu os responsáveis em flagrante.

Em depoimento à Polícia Civil, o pai alegou que teria dado “chineladas” na criança, mas repassou para a mulher a responsabilidade sobre possíveis agressões.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.

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