PE – Moradores da comunidade Zepelin protestam contra remoção de moradias

Foto: @GonzagaAryanna
Foto: @GonzagaAryanna

Os manifestantes bloquearam a entrada do bairro de Jardim São Paulo e, com isso, a Avenida San Martin e a Avenida Recife ficaram congestionadas

Do JC Online

Moradores da comunidade Zepelin, que fica no bairro do Jiquiá, Zona Oeste do Recife, realizaram mais um protesto na manhã desta terça-feira (6). Os moradores estão reivindicando que a Prefeitura do Recife pare com a remoção de moradias da localidade. A comunidade fica dentro de uma unidade de preservação que é o Parque do Jequiá. Os manifestantes bloquearam a entrada do bairro de Jardim São Paulo e, com isso, a Avenida San Martin e a Avenida Recife ficaram congestionadas.

Os moradores iniciaram a ocupação há quatro anos e nos dois últimos meses houve uma nova onda de invasões na área de preservação ambiental. Nessa segunda-feira (5), a PCR esteve na localidade para controlar a expansão da comunidade, para que o parque não seja mais invadido. Na ação, estiveram presentes policiais militares e a brigada do meio ambiente da Guarda Municipal do Recife.

De acordo com informações de moradores, seis barracos foram demolidos. A PCR voltou nesta terça-feira com caminhões e tratores. Por conta disso, a comunidade realizou novamente um protesto. Uma comissão foi feita para conversar com representantes da Secretaria de Habitação do Recife.

Entenda o caso na matéria de Cleide Alves para o Jornal do Commercio logo abaixo:

Parque JiquiáMoradores do Parque do Jiquiá esquecidos pelo poder público

A implantação do Parque Científico e Cultural do Zeppelin, no Jiquiá, bairro da Zona Oeste do Recife, não depende só de pesquisas arqueológicas e liberação de verba do governo federal. Uma parte do terreno é ocupada por dezenas de famílias, quase todas desempregadas, que moram em pequenas casas de tijolos, cercadas de lixo, lama e esgoto. A comunidade Zeppelin cresce há dois anos no trecho reservado, pelo projeto, à Praça da Juventude.

“Somos completamente esquecidos, usamos energia de gambiarra, a água é cedida por vizinhos e quando chove ficamos ilhados”, diz Carlos André da Silva, um dos moradores. Como as casas não têm instalações sanitárias, é comum as pessoas colocarem as fezes em sacos amarrados e jogar os pacotes no oitão. “Nos dias de chuva, a água arrasta tudo para dentro dos imóveis, incluindo ratos e cobras”, destaca Carlos André, sem emprego fixo há cinco meses.

A comunidade fica às escuras, à noite, porque só tem lâmpadas no interior das casas. “Vivemos ao deus-dará, numa situação precária. Há um único poste para todo mundo, se der um curto-circuito, vai pegar fogo em tudo”, alerta Rosângela Oliveira de Arruda. As famílias moravam em imóveis alugados ou em casa de parentes. “Com o desemprego, não tínhamos mais como pagar o aluguel”, diz Josemar Santos.

Segundo eles, as casas foram erguidas com dinheiro da indenização trabalhista e ajuda de parentes. “Sabemos que se trata de invasão, mas não estamos aqui porque achamos bonito. É por necessidade. Não queremos confusão com a prefeitura, tudo o que desejamos é uma moradia decente”, afirma Carlos André. O grupo sobrevive de biscate, trabalho doméstico e dinheiro repassado pelo programa Bolsa Família.

Famílias moram em casas cercadas por lama, esgoto e lixo (Foto: Hélia Sheppa/JC Imagem)
Famílias moram em casas cercadas por lama, esgoto e lixo (Foto: Hélia Sheppa/JC Imagem)

As poças de água em volta das casas são repletas de mosquitos e as crianças têm as pernas picadas por insetos. “Tentamos abrir valas para a água descer, mas a prefeitura não permite”, informa Cristiano Miguel. Os moradores também não podem mais fazer aterros nas ruas com barro e metralha. “Tentei e levaram minha pá e enxada”, diz Fernando Luiz da Silva.

Por estarem na ilegalidade, as famílias não conseguem atendimento no posto de saúde. “Quando a gente diz onde mora, o posto alega que é área descoberta. O jeito é evitar doença porque é um problema para ser socorrido”, declara Maria da Conceição Ferreira da Silva. A falta de endereço, de acordo com as mulheres, também impede a matrícula de crianças em creche. Um dos acessos à comunidade é feito pela pista nova da Avenida General San Martin.

A irmã de Josemar Santos mora num dos antigos paióis construídos no terreno pelas Forças Armadas, para guardar armamentos da Segunda Guerra Mundial. O projeto do Parque do Jiquiá prevê a recuperação de oito paióis já identificados e o resgate de outros 15, perdidos ao longo do tempo, que seriam demarcados.

“Minha irmã é doméstica, mora com o filho e não pode fazer uma casa”, afirma. Ela colocou uma porta no paiol, fechada por corrente. O lugar, quente e escuro, é iluminado por uma lâmpada fraca. “Nós somos o outro lado da história, estamos entre o parque e o projeto de um shopping center com prédios de luxo, perto da Justiça Federal, mas sem direito a nada”, diz Josemar.

O projeto do parque, coordenado pela Prefeitura do Recife, prevê a restauração da antiga torre de atracação do dirigível Zeppelin, que funcionou no local de 1930 a 1938, Praça da Juventude (quadras, pista de cooper, campo de futebol, anfiteatro), museus, planetário e herbário distribuídos em 36 hectares. Está avaliado em R$ 70 milhões. A obra começou em dezembro de 2010 e a previsão é terminar em 2014.

Apesar de não ter data definida, a prefeitura informa que as famílias serão retiradas, após negociações. O município marcou 50 imóveis, porém outros foram construídos depois do levantamento. A área não é protegida por cerca.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Diogo Rocha.

Comments (1)

  1. Boa noite, sou Enfermeiro há 6 anos no Hospital Estadual Bauru, e fui vítima de racismo por um colega médico. Estou movendo 2 ações judiciais (Civil/Criminal), e durante as audiência estou percebendo um certo PROTECIONISMO E COOPORATIVISMO, pelo fato do colega possui graduação em Medicina, e se como ele estivesse acima da Constituição Federal. Quero acreditar que a justiça não seja conrrompida com ações e atitudes desleais e por falta de transparência e caráter. Preciso de uma MÃO AMIGA que me oriente de como posso levar esse fato ao conhecimento da população Brasileira, tenho receio de que possa acontecer algo contra minha vida, pelo fato de eu está movendo um processo contra um médico que tem dinheiro e influências. Estou a ponto de explodir de tanta indignação pela lentidão e descaso das autoridades judiciais, tenho todos relatos por escrito e estou disposto a fornecer, para a população saber o que realmente aconteceu dentro de uma repartição pública financiada com dinheiro do povo. Imploro por socorro e tenho a fé de que alguma alma generosa possa me ouvir e me dá a oportunidade de gritar por justiça num país onde a POLÍTICA É PÃO E CIRCO. Por gentileza se vocês não puderem me ajudar, sejam educados e me respondam meu e-mail, pois assim, não ficarei cultivando a esperança que vocês possam me ajudar, a vencer a desigualdade social. Já enviei vários e-mail à algumas emissoras de TV,mas até o momento nenhuma ainda realizou o contato, tenho a esperança que eu consiga chamar a razão da sociedade,para esse fato que envergonha nossos irmãos afro-descendentes, pelo simple fato de terem sua pigmentação da pele mais concentrada. Hoje me sinto com a moral jogada na lama e a dúvida de que todos somos iguais diante da lei, espero que a lei não seja uma simples falácias. Clamo por justiça e socorro e conto com o apoio de cidadãos de bem, que não toleram a desisgualdades sociais. Não ignorem meu pedido de SOCORRRRRRROOOOO, pois assim vocês estaram agindo como o médico que repudia a raça negra e tem aversão ao cidadão afro-descendente. Pelo amor de Deus ouçam meus gritos de socorro e me estendam uma MÃO AMIGA, para que minha luta não sejam em vão e que possa levar uma mensagem de esperança as várias pessoas que passam por isso diariamente.
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