BA – Governo do Estado lança mais uma pedra no caminho da liberdade das comunidades pesqueiras e remanescentes de Quilombo do Iguape

CPT/BA

O MOVIMENTO DOS PESCADORES PESCADORAS DA BAHIA vem a público repudiar mais um ato de total covardia e desrespeito do governador do estado JAQUES WAGNER para com as comunidades pesqueiras e quilombolas do Iguape atendendo a mais um inescrupuloso interesse das empreiteiras construtoras do nefasto estaleiro naval localizado sob a comunidade quilombola de enseada do Paraguaçu.

No dia 26 de Julho de 2013, data em que se comemora o DIA INTERNACIONAL DO MANGUEZAL o governador ironicamente esteve em São Roque do Paraguaçu–Maragojipe (município com maior densidade de manguezais no Brasil) para lançar mais uma obra de infra-estrutura prevista no seu pacote desenvolvimentista e economicista associado as empreiteiras OAS, ODEBRECH e PETROBRAS. Trata-se da criação de uma ponte sobre o RIO BAETANTÃ que promoverá a remoção de dezenas de hectares de manguezais e a intensificação da exclusão social dos pescadores e pescadoras artesanais da região.

Com a imposição do POLO INDUSTRIAL NAVAL em Enseada do Paraguaçu observamos a ampliação da degradação ambiental provocada pelas dragagens realizadas no estuário, a elevação da especulação imobiliária, a intensificação da mineração e o aumento desenfreado do tráfico de drogas acarretando graves prejuízos socioambientais para as comunidades locais. Registramos também a presença de um exército de assistentes sociais, sociólogos, biólogos dentre outros “profissionais” pelegos e antiéticos contratados pelas empreiteiras para promover conflitos nas comunidades e impor  os interesses desses grupos econômicos.

Com muita indignação denunciamos a VIOLAÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL que protege esses ecossistemas e que assegura o direito a vida das comunidades tradicionais pesqueiras e remanescentes de quilombo que necessitam da produção pesqueira artesanal para sua reprodução física e cultural. Alem disso repudiamos a íntima relação do governo do estado com essas empreiteiras.

Nossa voz não vai se calar diante do silêncio do poder público, especialmente do Ministério Público do Estado da Bahia, que tem se omitido no cumprimento das suas atribuições constitucionais, atitude irresponsável que tem favorecido tão somente as empreiteiras e a engelharia política  que defende a ideologia do desenvolvimento a todo custo.

Continuaremos a buscar força em nossa ANCESTRALIDADE para superar esta composição política que a cada dia nos retira o direito a vida. Seguiremos acreditando que nossa organização triunfará frente aos ditames dos que estão no poder comprometidos com os projetos de morte.

Acreditamos que nossa luta não será em vão e que nossos filhos serão herdeiros da nossa força e da energia vital que brota nas entranhas das águas e dos manguezais.

NO RIO E NO MAR / PESCADOR/A NA LUTA

NOS AÇUDES E BARRAGENS/ PESCANDO A LIBERDADE

HIDRONEGOCIO/ RESISTIR

CERCA NAS AGUAS/ DERRUBA

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