
Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental
Publicada no Diário Oficial de quarta-feira, 26, a Resolução 457 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, assinada na véspera, vem recebendo críticas que vão de ONGs ambientalistas ao Conselho Federal de Medicina Veterinária. Por quê? A Resolução trata do “depósito e guarda provisórios de animais silvestres apreendidos ou resgatados pelos órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente”, ou “oriundos de entrega espontânea”, e foi taxada, de imediato, como uma porta aberta à facilitação do tráfico de animais silvestres.
Confesso que minha primeira reação também foi de ser contra, mas optei por uma leitura atenta do DOU, antes de mais nada. E aí, apesar de o Ministério do Meio Ambiente me presentear com uma cada vez maior coleção de indignações, me senti balançar. Considerando, entretanto, que essa está longe de ser a minha “praia”, decidi buscar informações com gente que entende do assunto e tem visão crítica. E recebi de Roberta Graf, servidora do IBAMA no Acre e pessoa em quem confio, a informação que sintetizo abaixo:
“Na verdade, a Resolução do CONAMA não é ruim e veio como uma necessidade. Não tem nada dessa coisa de que ‘cada um vai poder criar dez animais silvestres’ etc. Trata-se de uma medida para garantir a guarda provisória de animais silvestres apreendidos pela fiscalização em locais distantes dos ecossistemas de origem. Nesses casos, eles não podem ser soltos na natureza. Teriam que ser recolhidos em Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), criadouros ou zoológicos, que não têm capacidade, infelizmente, para nem 5% dos animais apreendidos”. (mais…)