O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) manifesta solidariedade à luta e causa indígena, ao Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e suas lideranças, em especial neste momento em que vem sendo acusado de insuflar a luta justa e legítima dos povos indígenas pela demarcação de suas terras e defesa de seus territórios.
Sabemos que os ataques partem de deputados ligados à bancada ruralista, de setores conservadores do governo federal e de latifundiários do agronegócio com o único objetivo de difamar a seriedade desta entidade, desestimular e intimidar a luta indígena.
Os grupos que atacam o CIMI e a luta e resistência dos indígenas são os mesmos que se apropriam de nossos territórios através de empresas do setor elétrico, mineradoras e grandes corporações ligadas ao agronegócio. São estes os que buscam retirar direitos indígenas incorporados na Constituição de 1988 e conquistados através de muitas lutas, pela atuação de organizações populares como o CIMI e tantas outras.
Portanto, denunciamos a prepotente apropriação de terras e bens naturais fundamentada unicamente na demanda do capital, reforçamos nossa solidariedade ao Conselho Indigenista Missionário e repudiamos veementemente a criminalização e o assassinato de lutadores e lutadoras do povo, como o que ocorreu nos últimos dias em Mato Grosso do Sul.
Reafirmamos que o Estado brasileiro tem um dívida histórica com as populações indígenas, e neste momento de conflitos, pelo interesse do capital, os indígenas não podem ser novamente as vítimas.
Coordenação Nacional
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
São Paulo, 14 de junho de 2013