Povo Tenetehara/Guajajara: Não vamos deixar que tirem o nosso chão, nosso lugar sagrado, o nosso bem viver

foto1CIMI – Nós, professores, alunos, pais e cantores do Povo Tenetehara/Guajajara, das terras indígenas Pindaré e Caru, reunidos I Encontro Regional de Educação Escolar Indígena, no Sitio dos Padres, em Santa Inês MA, refletindo sobre a situação da educação nas nossas aldeias, estudamos as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Escolar Indígena, sobre os Territórios Etno-educacionais e a conjuntura indigenista, constatamos que persiste a violação aos nossos direitos, seja na educação, na saúde e principalmente sobre os nossos territórios.

Vimos a público repudiar a manifestação de fazendeiros, políticos e moradores do município de Amarante do Maranhão contra o processo de demarcação da terra indígena Governador, do povo Gavião. O processo de nova demarcação da Terra Gavião é legitimo. Além de ser garantido por lei, é um reconhecimento, pelo Estado, de que parte importante do território desse povo ficou fora do primeiro processo de demarcação, que atendeu a outros interesses que não os dos indígenas.

Queremos manifestar nosso apoio e solidariedade ao Povo Gavião diante desse momento delicado e dizer que estamos com eles nessa luta. Entendemos que esse protesto na região não é somente contra a demarcação da Terra Indígena Governador, mas quer atingir a nós e outros povos indígenas, que se soma nessa onda sistemática de desmonte dos nossos direitos constitucionais.

Reafirmamos que continuaremos na luta pela defesa dos nossos territórios e pela defesa da vida. Não vamos deixar que tirem o nosso chão, nosso lugar sagrado, o nosso bem viver.

Santa Inês – MA, 14 de junho de 2013.

Professores, pais, alunos e cantores das aldeias Januária, Piçarra Preta, Tabocal, Novo Planeta e Areão – Terra Indígena Pindaré.

Professores, pais e alunos da aldeia Maçaranduba – Terra Indígena Caru

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