Cerca de 60 moradores iniciaram a manifestação que teve como objetivo reclamar os apartamentos ainda não distribuídos do Vila Viva no local, assim como pedir o término das obras de reurbanização do aglomerado
Por Gabriela Pacheco, para Estado do Minas
Cerca de 60 moradores da Pedreira Prado Lopes (PPL), na região Noroeste de Belo Horizonte, ocuparam um dos prédios do programa Vila Viva na comunidade, durante a manhã deste sábado. Uma das reivindicações é de que os apartamentos ainda não destinados do programa na comunidade sejam distribuídos entre moradores da própria região. “Temos apartamentos sobrando aqui enquanto a prefeitura paga aluguel social para as pessoas. É um absurdo isso”, comenta a professora e morada da PPL, Valéria Borges.
Segundo ela, a proposta da ocupação era ser temporária e pacífica. Além da distribuição dos apartamentos, os moradores também pedem a reurbanização efetiva da comunidade que, segundo eles, ainda tem ruas sem asfalto e escombros espalhados. “Na verdade a gente queria só chamar a atenção da sociedade e dos órgãos públicos para o nosso problema de moradia, dessas obras que não terminam nunca. A situação está muito critica, tanto é que entramos com com 60 famílias e quando assustamos tinham mais de 200 lá fora pedindo a mesma coisa”, afirma.
A assessoria de imprensa da prefeitura não confirmou a quantidade de pessoas que participou da ocupação. Um representante da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) esteve no local e agendou para segunda-feira uma reunião com os moradores, com a proposta de conhecer e discutir as reivindicações deles. Ainda segundo a assessoria, o movimento não era conhecido pela prefeitura e alguns atos de vandalismo foram registrados, como portas e grades danificadas. A Polícia Militar não confirmou ter acompanhado a manifestação.
A ocupação temporária foi organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Desempregados, que atua em projetos sociais dentro da comunidade. Segundo a assessoria de imprensa da ONG, desde 2008, quando o programa Vila Viva foi implantado na comunidade, mais de 730 famílias foram removidas da região e boa parte ainda não teve seus problemas de moradia resolvidos.
Além do término das obras, eles também reclamam a volta do Centro Cultural da comunidade, fechado há cinco anos, e da Unidade Municipal de Ensino Infantil (UMEI), que foi fechada há cerca de um ano para reformas ainda não iniciadas.
–
Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.