Tania Pacheco* – Combate Racismo Ambiental
A Assembleia Geral da CNBB, que está sendo realizada em Aparecida desde o dia 10 de abril, terminando amanhã, 19, “após ouvir e discutir uma comunicação sobre a Questão Nuclear no Brasil e no Mundo, decidiu por unanimidade, pelo voto, abrir e aprofundar dentro da Igreja a discussão sobre o tema da produção de energia elétrica por Usinas Nucleares no Brasil, numa perspectiva pastoral de defesa da vida, e estimular a ampliação desse debate em toda a sociedade, numa perspectiva de transparência e informação dos cidadãos”.
A comunicação (de 12 páginas) foi feita por Fracisco (Chico) Whitaker, um dos fundadores do Fórum Social Mundial e integrante da Coalizão por um Brasil Livre de Usinas Nucleares, Ele demonstrou que as autoridades do setor nuclear brasileiro estão na contramão da Historia, ao quererem expandir nossa ainda pífia entrada no setor nuclear, enquanto que no Primeiro Mundo há uma tendência exatamente inversa: sair do nuclear, o mais rapidamente possível, por conta do risco de acidentes e do lixo atômico.
Em sua exposição, Whitaker citou como principais responsáveis pela pressão para a expansão da matriz energética nuclear entre nós os militares e as empresas europeias do setor, principalmente a francesa AREVA, que necessitam expandir suas atividades produtos para o “Terceiro Mundo” em consequência das dificuldades econômicas que estão tendo com a “agonia” do setor nuclear no Primeiro Mundo.
Para o próximo dia 27, que coincidirá com o 27º aniversário de Chernobyl, estão sendo preparadas manifestações em todo o País, com divulgação de informações sobre os perigos da energia nuclear, incluindo dados que são normalmente omitidos. Um deles é o de que, desde 1986, o acidente de Chernobyl já foi responsável pela morte de cerca de um milhão de pessoas.
Este Blog apoia a Articulação Antinuclear Brasileira desde o seu início, principalmente no que diz respeito à divulgação de materiais que demonstram que, desde os danos causados às vítimas do Césio, em Goiás, até a contaminação atual que sofrem as comunidades de Caetité, Bahia, para citar apenas dois exemplos, não podemos e não devemos aceitar a opção que o governo brasileiro quer nos impor.
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*Com informações enviadas por Ruben Siqueira.