Informativo do Conselho da Aty Guasu Guarani-Kaiowá: TI Sombrerito sob ameaça desde a noite do dia 7 de abril

Este informativo do conselho da Aty Guasu é para o governo federal, justiça federal, a todas as sociedades nacionais e internacionais.

Em primeiro lugar, vimos informar a todos (as) que, desde 07/04/2013, após a assembleia geral das mulheres Kuña Aty Guasu em Terra Indígena Sombrerito, as lideranças e professores da comunidade Guarani-Kaiowá da Terra Indígena Sombrerito-município de Sete Queda-MS começam a sofrer a ameaça de morte pelos pistoleiros das fazendas localizada na faixa da fronteira seca do Brasil com Paraguai.

Desde o dia 07/04/2013 à noite, a casa da liderança e do professor da Terra Indígena Sombrerito foi cercada pelos homens armados das fazendas da região, querendo assassinar os líderes Guarani-Kaiowá.

No dia 08/04/2013 à noite, esses homens armados voltaram a procurar pelos líderes da comunidade indígena.

Diante dessa ameaça de morte frequente da liderança e professor indígena, o fato foi comunicado a Polícia Federal que deve investigar o ataque e a ameaça de morte das lideranças e comunidades Guarani-Kaiowá de Sombrerito.

Na Terra indígena Sombrerito, no dia 06 de junho de 2005, já foi assassinado o líder Guarani-Kaiowá Dorival Benites pelos pistoleiros das fazendas. Os autores e mandantes desse crime não foram punidos até hoje.

Importa lembrar que no dia 08 de março de 2013, na cidade de Sete Queda, a organizações dos fazendeiros, prefeito e vereadores de Sete Queda, de Tacuru e de Iguatemi realizaram a manifestação pública contra a reconhecimento das terras indígenas tradicionais Guarani-Kaiowá. Ao mesmo tempo, esses fazendeiros começaram, publicamente a propagar e alimentar o ódio, racismo e, sobretudo as violências contra as vidas dos Guarani-Kaiowá.

Alguns dos incitador intelectuais evidente de genocídio e violências contra as vidas dos Guarani-Kaiowá e funcionários públicos federais é o senhor Hilário Rosa e a senhora Roseli Rui que se autodenomina de antropólogo (a), essas duas pessoas são principais mentores de racismo, discriminação, genocídio e violências contra as vidas dos indígenas. Por isso, pedimos a todas as autoridades federais para investigar e punir rigorosamente esses mentores de violências contras as vidas indígenas.

De modos iguais, os prefeitos e vereadores do cone sul começaram a incitar publicamente o extermínio/ genocídio, racismo e violências contra os Guarani-Kaiowá, os atos e discursos públicos desses prefeitos revelam discriminação e racismo institucionais, alimentando as violências e o genocídio/extermínio dos Guarani-Kaiowá, por essa razão, solicitamos uma investigação pela polícia federa e punição aos prefeitos e vereadores envolvidos na incitação de discriminação, racismo, genocídio violências contra as vidas dos Guarani-Kaiowá.

No dia 05 de abril de 2013, a manifestação pública de incitação de racismo e discriminação dos fazendeiros e prefeitos contra os indígenas ocorreu na cidade de Tacuru. De modo similar, no dia 06 de abril de 2013 aconteceu na câmara dos vereadores da cidade Coronel Sapucaia-MS.

Em geral, observamos que no seio dessas manifestações públicas dos fazendeiros e políticos anti-indígenas somente são incitadas e estimuladas o racismo, violências, sobretudo o extermínio/genocídio Guarani-Kaiowá.

Claramente, a mídia local está a serviço dos fazendeiros, divulgando os atos e discursos racistas, truculentos, criminosos e violentos dos mentores de violências contras as vidas dos Guarani-Kaiowá. Diante disso, pedimos a autoridades federais uma investigação rigorosa dos conteúdos publicados pela mídia local.

Por fim, queremos informar a todos os cidadãos (ãs) do Brasil e do mundo que as comunidades Guarani-Kaiowá das terras indígenas em conflito e dos acampamentos do cone sul de Mato Grosso do Sul recomeçam livremente a sofrer a ameaça de morte pelos pistoleiros das fazendas.

As lideranças e comunidades Terra Indígena Sombrerito-Sete Queda neste momento estão sofrendo o cerco de pistoleiros. Visto que a Terra indígena Sombrerito, a mando da justiça e governo federal será demarcada fisicamente, neste final do mês de abril.

Além disso, na Terra Indígena Sombrerito, entre os dias 03 a 06 ocorreu a Kuña Aty Guasu assembleia geral das Mulheres Guarani-Kaiowá.

No dia 07 de abril, após o encerramento da Aty Guasu Kuña, os pistoleiros das fazendas chegaram à região e começam a cercar e ameaçar a casas das lideranças e professor. É muito claro que essas violências e a ameaça de morte das lideranças guarani-Kaiowá foram e são incitadas na manifestação pública dos fazendeiros e políticos locais. Por isso solicitamos a autoridades uma investigação e punição exemplar aos incitadores de extermínio/genocídio Guarani-Kaiowá.

Atenciosamente,

Tekoha Guasu Sombrerito, 09 de abril de 2013
Conselho da Aty Guasu contra genocídio

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