Batalha das ideias*: “Ser índio em tempos de mercadoria”, por Tarso de Melo**

Nota: Publicamos este texto no dia 27 de outubro de 2012, só que com a introdução da Editora Expressão Popular, que agora postamos no final, exatamente por entendermos que muitas pessoas deixaram de lê-lo na medida em que ele acabou meio “escondido” pela introdução. TP.

Tarso de Melo

 A recente divulgação da carta que uma comunidade indígena Guarani-Kaiowá de Dourados (MS) enviou à Justiça Federal pedindo que, uma vez que não lhes é permitido viver da forma que consideram digna, seja logo decretada a morte de toda a comunidade, por cruel que pareça, não deveria causar espanto. Condenados à morte, sejamos sinceros, os índios brasileiros já estão há mais de 500 anos, mas a execução da sentença é lenta, torturante e cínica.

O que espanta, desta vez, é que os próprios Guarani-Kaiowá tenham pedido ao seu inimigo mais ou menos declarado – esta coisa que insistimos em tratar como “civilização” – que seja mais sincero. Sim, mais sincero e diga claramente que o índio não interessa, não se encaixa no modo de vida a que todos, sem privilégios (ouçam o eco iluminista…), estamos condenados.

Aprendemos com Marx que o capital libertou o trabalhador da escravidão à força, típica de formações econômicas pré-capitalistas, para submetê-lo a uma forma diversa de escravidão: o trabalho assalariado, a compra e venda da força de trabalho. (Sim, ainda há trabalho escravo – e ele não é incompatível com o capitalismo. Apenas não pode ser a regra, porque a valorização do capital depende de sua circulação também na forma de salário, o que não impede que um ou outro capitalista faça uso da extração violenta da força de trabalho.) (mais…)

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“Israel rejeita oficialmente criação de estado palestino e defende construção de novas colônias”

 

Para premiê Netanyahu, país tem o direito de reivindicar os territórios em disputa “na Terra de Israel”

O Conselho de Ministros de Israel, aprovou neste domingo (02/12), por unanimidade, uma resolução oficial que rejeita o reconhecimento da Palestina pela ONU (Organização das Nações Unidas) como estado observador não-membro. O órgão, presidido pelo primeiro-ministro israelense, o conservador Benjamin Netanyahu, declarou que o estado israelense tem o direito de reivindicar os territórios em disputa “na Terra de Israel”.

As Nações Unidas aprovaram a mudança de status dos palestinos por 138 votos a favor e nove contra ocorrida na Assembleia Geral da entidade na última quinta-feira (29/11).

Netanyahu declarou que Israel continuará construindo “em Jerusalém e em qualquer lugar que estiver dentro do mapa de interesse estratégico de Israel”.  (mais…)

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Grupo de Estudantes Negr@s da Universidade Federal do Recôncavo Baiano promove Festival de Hip Hop em Cachoeira

 

O I Festival Escolar de Hip hop da Comunidade do bairro de Viradouro, em Cachoeira, será realizado no próximo domingo, dia 9 de dezembro, a partir das 14 horas.

A Escola de Hip hop é um projeto realizado por NEGRAS E NEGROS ESTUDANTES DA UFRB em parceria com os moradores da comunidade do Viradouro. Consiste em partir do ideal de educação afrocentrada, mesclando o conhecimento teórico/acadêmico ao conhecimento de cunho popular, da arte de rua e dos saberes da periferia encontrados nos quatro elementos do Hip Hop e trocados entre os jovens negros oriundos de periferias de cidades diversas, hoje estudantes da UFRB/CAHL, e os adolescentes oriundos da periferia cachoeirana.

Compartilhado por Gessiane Ferreira De Vasconcellos Dias.

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“Los Shuar de Yawints – Pueblo Indígena que consagra la Ayahuasca” (total: 25′)

Compartilhado por Lúcia Carneiro

Son los seres sabios que conocen el concepto espiritual de la vida Shuar, el mundo del UWISHINT esta orientado a descubrir y curar al ser humano y destruir lo maleficio. El uwishint luego de una rigurosa preparación que demanda sacrificios, reservas, preparación, esta capacitado para ejercer el papel de rector del mundo espiritual, descubre los secretos del porque de las epidemias, las fatalidades. Con las visiones que obtienen a través de los brebajes, sustancias obtenidas de las plantas sagradas de la selva, otorgan la facultad de descubrir los secretos del mundo espiritual. (mais…)

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Dia Nacional do Samba: reverência a uma das manifestações culturais mais populares do Brasil

Instituído para homenagear uma das manifestações culturais mais populares do Brasil, o Dia Nacional do Samba é comemorado nacionalmente há 49 anos. Para celebrar a data – 02 de dezembro –, a história e a cultura desse estilo musical de raiz africana, a Fundação Cultural Palmares organizou uma programação que se estenderá pelo mês de dezembro em três capitais brasileiras: Brasília, Rio de Janeiro e Campo Grande.

A capital do Mato Grosso do Sul receberá a cantora e sambista Leci Brandão em um show gratuito que será realizado na comunidade São Benedito – Tia Eva, no  domingo (2), à meia-noite. Antes do show de Leci, a festa será animada por grupos de samba de raiz, gafieira e passistas de escolas de samba da cidade.

No dia 15 de dezembro, será a vez dos cariocas e dos brasilienses receberem artistas consagrados no estilo que se tornou uma das principais manifestações culturais populares brasileiras. Estão previstos shows com Diogo Nogueira, Mart’nália e Ney Lopes. A programação completa será divulgada no portal da Palmares nos próximos dias. (mais…)

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Demora da Justiça retarda conclusão de processos demarcatórios, diz presidenta da Funai

Marta Azevedo

Alex Rodrigues, Enviado Especial da Agência Brasil

Douradina (MS) – Ao participar da tradicional assembleia dos povos Guarani Kaiowá e Nhandeva, a chamada Aty Guasu, na qual ouviu dos índios críticas à lentidão do governo federal na demarcação de novas terras indígenas, a presidenta da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marta Azevedo, disse que a demora do Poder Judiciário no julgamento dos recursos que questionam as iniciativas da fundação tem retardado a conclusão dos processos demarcatórios. A assembleia indígena foi ontem (1º)

“Demora uma geração e, por isso, há jovens que crescem em acampamentos, impedidos inclusive de acessar a reprodução da própria cultura, já que não têm acesso efetivo a suas terras”, ressaltou Marta, citando o caso da Terra Indígena Arroio-Korá, que fica em Paranhos, município sul-mato-grossense na fronteira com o Paraguai.

Com mais de 7 mil hectares de extensão, a terra indígena foi homologada pelo governo federal em 21 de dezembro de 2009. Sete dias depois, o então presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, concedeu liminar aos donos de uma fazenda de 184 hectares existente na área e suspendeu os efeitos do decreto presidencial sobre a propriedade até o julgamento definitivo da questão. Quase três anos depois, a disputa jurídica ainda não foi julgada.

“É uma daquelas situações em que as pessoas entram na Justiça e obtêm a suspensão dos decretos de homologação das terras que já estão demarcadas. Como estão judicializadas, os índios ainda não tem a posse destas áreas”, disse a presidenta da Funai. (mais…)

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“O Grande Tambor”: documentário do Grupo Catarse sobre a diáspora no Rio Grande do Sul

Imperdível: longo e meio lento, no início, mas em seguida engrena e mostra uma visão e uma história inteiramente nova, pelo menos para mim, sobre o processo como se deu a diáspora no RS e toda a sua influência sobre o que normalmente se considera “cultura gaúcha”, começando pela ligação da “charqueada” com os Orixás… As lutas, as guerras, o positivismo “embranquecendo” a História! Como diz a música final, cantada enquanto os “créditos” (aquela coisa que desaprendemos a ler no final dos filmes, as luzes já acesas para a próxima sessão), “A escravidão/ a cidade esquece/ purga e cala!”. Confesso que não consegui ir até o fim sem chorar. Importantíssimo!!! TP.

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Ataque que matou cacique Nizio Gomes no MS teve planejamento minucioso

Filho do cacique Nizio, Genito Gomes mostra como o pai foi baleado (Foto: Verena Glass)

Denúncia do Ministério Público Federal contra 19 pessoas revela os detalhes da ação criminosa, encomendada por fazendeiros e executada por empresa de segurança

Por Verena Glass

O assassinato do cacique guarani kaiowá Nizio Gomes em 18 de novembro de 2011, no acampamento da retomada do Tekoha Guaiviry, localizado nos municípios de Aral Moreira (MS) e Ponta Porã (MS), no Cone Sul do Estado, foi um crime que chocou o país e teve grande repercussão nacional e internacional. Agora, dez dias antes do aniversário de um ano do assassinato de Nizio, o processo contra os 19 acusados de planejar e executar o crime deixou de correr em segredo de justiça.

Públicas desde o dia 8 de novembro, as investigações e a conseqüente denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contam uma história digna de romance policial, com relatos de suborno, acenos ligados à disputa do poder político (promessa de apoio à eleição de um amigo da vítima ao cargo de vereador), planejamento minucioso do crime na calada da noite, delação da amante do dono da emprea envolvida no assassinato, entre outros.

Documentos públicos fundamentados em depoimentos e investigações revelam que a trama que levou à morte de Nizio começou pouco após a retomada de um pequeno trecho da Fazenda Nova Aurora pelos kaiowá de Guaiviry, em 1° de novembro de 2011. Vizinhos da área, os réus Idelfino Maganha (dono das Fazendas Querência, Cachoeirinha e Figueira), Claudio Adelino Gali (dono das Fazendas Sonho Mágico e Arueira) e Samuel Peloi (dono da Fazenda Dois Irmãos), além do presidente do sindicato rural e Secretário Municipal de Obras de Aral Moreira (MS), Osvin Mittanck, e dos advogados Levi Palma e Dieter Michael Seyboth (este último, genro do fazendeiro Maganha) começaram a discutir formas para retirar os indígenas da área. Foram aventadas três possibilidades: convencer o grupo a sair mediante o oferecimento de dinheiro; pedir reintegração de posse na Justiça; ou contratar uma empresa de segurança privada armada para promover a expulsão violenta. (mais…)

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“Farsas e hipocrisias governistas contra o racismo”

Reginaldo Bispo

O Movimento Negro vive um momento de legitimação de manobras do governo. Um velho ditado diz – “quem cala consente”, mas consentem com que proposito?

Os propósitos do governo nós sabemos, mentem e manobram o tempo todo com objetivos eleitorais. E tome-lhe propaganda para faturar eleitoralmente. Os militantes governistas do MN que apoiam, deveriam ter vergonha na cara e dar explicações publicas do seu apoio.

Desrespeitam negras e negros, perdem propositadamente a voz, e mantem o silencio, em troca do SOLDO mensal. Pra que nos servem então, esses caras?O estatuto da Igualdade, farsa vazia e inócua, foi comemorada por esses militantes, junto com Demóstenes Torres, ao som de um sorriso negro (profanação do hino de D. Ivone Lara), até hoje, tentam justificar a utilidade do INUTIIIIIL.

Depois dos conselhos universitários da maioria das universidades federais ter aprovado Cotas de 50% para os estudantes de escola publica, e percentual real, de acordo com a população negra nos estados, de até de metade destas, Dilma decretou reduzindo, as cotas para 12,5% e as raciais para metade disso, por 04 anos.

Reduziu tudo o que havíamos conquistado a 1/4, deixando muito feliz os anti-cotas, com 87,25% das vagas. Os trutas do governo, e dos partidos de oposição , não dizem nada!? Até o Alckmin copiou essa. Quanta hipocrisia!O Programa Juventude Viva, laboratório piloto do governo federal para “entender” a matança de jovens negros no estado de Alagoas, foi concebido para estudar em 03 anos o fenômeno? Depois dos estudos em Alagoas, é que o governo se propõe a implementar o Plano de Prevenção à Violência Contra a Juventude Negra. (mais…)

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