Posseiros que resistem à desocupação de terra indígena em MT recebem ultimato

Sob clima tenso, posseiros que ocupam uma área indígena em Posto da Mata, distrito de Alto da Boa Vista (MT), receberam prazo para deixar o local até a próxima sexta-feira (4).

Segundo o comerciante Antonio Mesquita, 44, que mora na área há 20 anos, o aviso foi dado por um oficial de Justiça, que acompanha a ação de despejo que alcançou a área no domingo (30), com a presença de policiais federais e da Força Nacional de Segurança.

O distrito é o principal foco da resistência de não índios à ordem judicial de retirada da região. Moradores chegaram a confrontar forças de segurança neste mês em protesto contra a saída forçada.

“Eles avisaram que nós deveríamos sair, ou então seríamos presos”, disse Mesquita. De acordo com ele, alguns moradores já deixaram o local, enquanto outros aguardam a chegada de caminhões para transportar seus pertences.

Os posseiros, que vinham resistindo à ordem judicial, estão se deslocando para cidades vizinhas, como Alto da Boa Vista, localizada a 30 quilômetros de Posto da Mata, e Bom Jesus do Araguaia. (mais…)

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Estupro: uma violência que a cultura indígena desconhecia e custa aceitar

Cacique Tukano justifica a dificuldade do noivo da índia estuprada em aceitar o caso

Caio Lima*

O companheiro da indígena anos estuprada na madrugada do último domingo (23), no colégio Pedro II, em São Cristóvão, ainda não consegue entender e aceitar o crime que vitimou sua provável futura esposa. De acordo com o cacique Tukano, da Aldeia Maracanã, onde o casal vive, os motivos para a não compreensão são claros: não existe a violência do estupro nos costumes indígenas.

“Ele, de certa forma, é uma pessoa inexperiente em relação aos crimes ocorridos em cidades grandes, com grande violência. O estupro não ocorre nos nossos costumes, então para ele é difícil discernir o sexo consentido e o forçado. É um grande homem, batalhador, com temperamento forte, mas com boas intenções. Os sentimentos estão abalados, ele ainda não aceitou, fica se perguntando se há outro culpado, se realmente ocorreu o crime”, declarou o cacique.

A dificuldade do índio entender a violência contra a sua companheira, inclusive desconfiando que o sexo possa ter sido consentido, está fazendo com que a índia reveja a decisão de se casarem, conforme ela admitiu ao Jornal do Brasil.  A cerimônia estava marcada para o dia 8 de janeiro. No desabafo que fez, no domingo (30), ela se disse com raiva dos homens. (mais…)

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Chile – Justicia identifica a los presuntos autores del asesinato de Víctor Jara

A 39 años del crimen del cantautor, la justicia ha identificado a los responsables del homicidio calificado.

El ministro Miguel Vásquez dictó el procedimiento contra un total de siete oficiales en retiro del Ejército por autores y cómplices del homicidio del cantautor chileno Víctor Jara, ocurrido el 16 de septiembre de 1973, cuyo cuerpo fue encontrado con 44 impactos de bala. (mais…)

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Zapatistas anuncian iniciativas civiles y pacíficas para seguir caminando “abajo y a la izquierda”

Servindi, 31 de diciembre, 2012.- Un comunicado del Ejército Zapatista de Liberación Nacional (EZLN) anunció ayer que en los próximos días dará a conocer una serie de iniciativas de carácter civil y pacífico para seguir caminando junto a otros pueblos originarios de México y de todo el continente que resisten y luchan “abajo y a la izquierda”.

El comunicado señala ásimismo la construcción de puentes hacia los movimientos sociales “que aún mantienen su convicción y compromiso con la construcción de una alternativa no institucional de izquierda”.

Señalan que han logrado equipos de apoyo que se convertirán en “correas de comunicación” con dichos movimientos sociales “para aprender de ellos, de su historia, de sus caminos y destinos”. Asimismo, que mantendrán su distancia crítica frente a la clase política mexicana que en conjunto no ha hecho sino medrar a costa de las necesidades y las esperanzas de la gente humilde y sencilla.

El pronunciamiento suscrito el 30 de diciembre de 2012 por el Comité Clandestino Revolucionario Indígena – Comandancia General del EZLN reafirma su pertenencia al Congreso Nacional Indígena, “espacio de encuentro con los pueblos originarios” de México y que retomaran el contacto con los adherentes a la Sexta Declaración de la Selva Lancandona en México y el mundo. A continuación el comunicado completo: (mais…)

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Escutaram? Que venha 2013! Que venga!

Texto e foto: Telma Monteiro

Tania Pacheco

Não quero fazer nenhuma retrospectiva. Elas abundam, mais ou menos otimistas; mais ou menos pessimistas; alienadas, sectárias, felizes, desesperadas. Há, até, as ponderadas!

Também não quero fazer juras, promessas e propostas de desafios inatingíveis para 2013. Ou responsabilizar o ano que chega  por tarefas que sei ele não terá como cumprir. Nem nós.

Os últimos meses foram intensos e fizeram com que pessoas do bem se sentissem compelidas a desistir, enquanto que outras, exemplos de vaidade, arrogância, autoritarismo, asseclas subservientes ou mesmo detentoras do capital, se vangloriavam de mesquinhas vitórias. De “podres poderes”. (mais…)

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Relato de expedição à Volta Grande do Xingu: mecanismo de transposição que NESA anunciou estar pronto não funciona

Por Zeh Roberto Prates, do Xingu Vivo para Sempre

Em 28.12.12, estivemos, pelo Movimento Xingu Vivo, em deslocamento até o Sítio Pimental, pelo rio Xingu vistoriando o serviço de implantação das ensecadeiras e o Sistema de Transposição de Embarcações,  dados como concluídos pela Norte Energia, em matéria publicada em jornal de circulação nacional.

Pudemos observar que nem as ensecadeiras estão concluídas, nem está funcionando o Sistema de Transposição de Embarcações. Mais uma vez a NESA mentiu ao informar sobre o andamento das obras que estão “a todo vapor”, mas não tão adiantadas como informado em matéria jornalistica nesta semana.

A ensecadeira atingiu a ilha de Serra, mas desta até a próxima ilha, onde estão construindo o sistema de Transposição de Embarcações, ainda não deu prosseguimento. Neste canal natural entre duas ilhas e no próximo canal até a margem direita, o Xingu ainda corre livremente.

Também tentamos utilizar o Sistema de Transposição de Embarcações com a “Voadeira” que estávamos, mas não foi possível colocá-la na pequena carreta acoplada a um trator de pneus para transpô-la até ao montante do STE, apesar de várias tentativas. (mais…)

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Café-sem-troco, urbano santos, anajás, barreirinhas

Mayron Régis

Percorrer um caminho sem proferir nenhuma palavra não faz sentido. O caminho reivindica que alguém o exalte. Que alguém traga à baila a conversa que forjou o caminho. O Café-sem-troco – parada obrigatória entre Barreirinhas e Urbano Santos. Dessa história nada restou. A principio, os eucaliptos suplantaram os idosos e as crianças. Estes espalhavam as conversas sobre a Chapada. Depois, os eucaliptos suplantaram os jovens e os adultos. Talvez não tivessem o que dizer sobre aquela Chapada. Um dos poucos que se atinha as conversas sobre aquela Chapada nem morava no Café-sem-troco. O Divan Garcês reside no Anajás. Ele costuma dizer que os moradores do Café-sem-troco são seus parentes. Os parentes do Divan venderam suas posses para atravessadores que, em seguida, venderam para a Margusa, empresa de ferro-gusa, que desmatou várias partes da Chapada com o propósito de plantar eucaliptos. O Nonato, ex-interventor do STTR de Urbano Santos, exerceu influência para que o Iterma regularizasse essa Chapada para a comunidade. Não deu em nada, em razão do desinteresse dos moradores.

No ano de 2007, em um seminário organizado pela Associação de Preservação do Riacho Estrela de Mata Roma e pelo Fórum Carajás, com apoio do Casa (Centro de Apoio Socioambiental), o Divan Garces denunciou os desmatamentos que extinguiam parte da Chapada. Desde dessa época, o Divan Garces pleiteava ao Fórum Carajás alguma ação que paralisasse os desmatamentos. O município de Barreirinhas, onde fica o povoado de Anajás, como a maioria dos municípios maranhenses, é um ilustre desconhecido para a maior parcela da população do estado. Do município, informa-se apenas que existe o parque nacional dos Lençois Maranhenses e é uma informação mínima se restringindo as lagoas e acabou-se. Imolam-s e, diariamente, as populações do interior de Barreirinhas em razão dos interesses econômicos que se movem por dentro e ao redor do município. As populações se adaptaram amargamente à criação do parque que tolhe suas vidas. (mais…)

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Estado social, estado providência e de bem-estar, por Boaventura de Sousa Santos

O estado social é o resultado de um compromisso histórico entre as classes trabalhadoras e os detentores do capital. Este compromisso foi a resposta a uma dolorosa história recente de guerras destrutivas, lutas sociais violentas e crises econômicas graves. Este modelo de estado e de capitalismo começou a ser atacado a partir dos anos 1970 até a seu cume nos anos 1990 por um modelo alternativo, designado por neoliberalismo. É um ataque ideológico, ainda que disfarçado de uma nova racionalidade econômica. O artigo é de Boaventura de Sousa Santos.

A designação “estado social” tem várias genealogias. Foi com esta designação que Marcello Caetano tentou rebatizar o Estado Novo. No virar do século XIX para o século XX foi a designação usada pelos socialistas para marcar a forma política do estado que faria a transição para o socialismo. É esta também a designação que consta da Constituição Portuguesa de 1976. Nas ciências sociais, e consoante as filiações teóricas, as designações mais comuns têm sido a de estado-providência ou estado de bem-estar. É tendo em mente estas últimas designações que falo do estado social, um tipo de estado cuja melhor concretização teve lugar nos países europeus mais desenvolvidos depois da segunda guerra mundial. O estado social é o resultado de um compromisso histórico entre as classes trabalhadoras e os detentores do capital. Este compromisso foi a resposta a uma dolorosa história recente de guerras destrutivas, lutas sociais violentas e crises econômicas graves.

Nos termos desse compromisso ou pacto, os capitalistas renunciam a parte da sua autonomia enquanto proprietários dos fatores de produção (aceitam negociar com os trabalhadores temas que antes lhes pertenciam em exclusividade) e a parte dos seus lucros no curto prazo (aceitam ser mais fortemente tributados), enquanto os trabalhadores renunciam às suas reivindicações mais radicais de subversão da economia capitalista (o socialismo e, para o atingir, a agitação social sem condições face à injustiça da exploração do homem pelo homem).  (mais…)

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