Maranhenses migram para cidade surgida do minério

Pedra Branca do Amapari vive ‘corrida do minério’

Rodrigo Alvarez – do Jornal Nacional

A equipe do JN no Ar foi ao Amapá para ver de perto os efeitos do crescimento da migração, apontado no Censo do IBGE. O grupo teve a oportunidade rara de testemunhar praticamente o começo, o surgimento de uma cidade no centro-oeste do estado, com brasileiros que saem de suas cidades pensando em ter uma vida melhor na região. (mais…)

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‘A pistolagem está instituída’

Beatriz Noronha, do Canal Ibase

A recente decisão da justiça brasileira de obrigar um grupo de centenas de indígenas do povo Guarani-Kaiowá a deixar uma área de fazendas em Iguatemi, Mato Grosso do Sul, fez eco entre os participantes na VII Plataforma Ibase, realizada na semana passada em Vassouras. O evento reuniu ativistas de movimentos sociais do Brasil e do mundo para discutir uma agenda comum de luta diante dos novos desafios planetários. Paulino Montejo, assessor da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), esteve lá representando os indígenas e conversou com o Canal Ibase.

Para Montejo, a situação dos índios no Mato Grosso é o resultado de uma longa história de descaso do Estado brasileiro com os direitos indígenas. A Constituição de 1988 trata, em seu capítulo VIII, das questões indígenas, seus costumes e terras. De acordo com o parágrafo segundo deste capítulo, as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se à sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. O quinto parágrafo também estabelece que é vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo ad referendum do Congresso Nacional em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do país, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco. “Mesmo com a legislação, os índios vêm sendo alvo de ameaças e violência. A lei do agronegócio em Mato Grosso, por exemplo, parece disputar importância com as vidas indígenas. Lá o caso é de violência extrema. Eles estão sendo atacados por todos os lados e isso é uma questão de todos nós”, disse Montejo. (mais…)

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PF inicia retirada das famílias Kadiwéu de terra demarcada em Porto Mortinho

Dourados Agora

A Polícia Federal (PF) iniciou a retirada de 60 famílias Kadiwéu de uma área de cerca de 160 mil hectares de terra indígena demarcada em 1900 e homologada em 1984, no município de Porto Murtinho, na região do Pantanal do Mato Grosso do Sul. A área fica dentro da Terra Indígena (TI) Kadiwéu.

“Nós vamos continuar na terra até que seja dada a decisão no Supremo [Tribunal Federal]”, afirma o presidente da Associação das Comunidades Indígenas da Reserva Kadiwéu (ACIRK), Francisco Matchua. “A gente respeita autoridade. Mas no momento em que não respeitam a gente, a gente não pode deixar que eles abusem da autoridade. Eles tem que ter respeito com a comunidade. A terra é nossa”.

O território estava completamente ocupado por 23 fazendas de gado até que, em abril deste ano, os Kadiwéu retomaram a área e expulsaram os fazendeiros.

Uma decisão da Justiça Federal, contudo, concedeu liminar aos pecuaristas, determinando a retirada dos indígenas da área.

O Ministério Público Federal (MPF) do Mato Grosso do Sul entrou com um recurso contra a decisão, ainda não julgado, e uma liminar que pedia a suspensão da reintegração e descupação. O pedido foi negado pela Justiça. (mais…)

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“Terras perdem duas toneladas de ouro por mês”: reportagem especial por Elaíze Farias (4)

Nos dias comuns, se alimentam da caça em grupos, sentados em banquinhos de madeira, e conversam muito (Fotos: Odair Leal)

Frente da Funai estima que há 100 pontos de garimpo ilegal na TI Yanomami e mais de 800 pessoas trabalhando nas áreas

Aldeia Watoriki, Barcelos (AM) , 02 de Novembro de 2012 – O rico subsolo da  terra indígena yanomami  atrai garimpeiros ilegais há várias décadas, mas sua maior concentração aconteceu no final dos anos 80. Davi Kopenawa atribui a corrida do ouro a terra yanomami ao incentivo dado pelo governo do então presidente José Sarney (1985-1990) e, principalmente, para o presidente da Funai da época, Romero Jucá (hoje senador pelo PMDB).

A tragédia que quase abateu seu povo está sempre viva na mente de Davi, que teme a repetição daquele drama. “Foram eles que derramaram o garimpeiro na terra yanomami. O Romero Jucá empurrou 40 mil garimpeiros na maloca Papiú, autorizando eles. Trouxeram avião, helicóptero. Os parentes começaram a pegar malária, tuberculose, doença venérea. O homem branco tem sangue contaminado”, lembra Davi. (mais…)

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“Revoltados, índios ameaçaram matar garimpeiros”: reportagem especial por Elaíze Farias (3)

João Catalano (de camisa vermelha e boné) conta que os yanomami, revoltados, não mataram os garimpeiros porque os servidores da Frente impediram (Divulgação FUNAI)

Durante operação da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye´kuana  para desativar novos pontos de garimpo, um grupo de índios yanomami tentou matar garimpeiros que foram flagrados extraindo ouro na calha do rio Couto Magalhães, próximo à fronteira com a Venezuela.

Aldeia Watoriki, Barcelos (AM) , 02 de Novembro de 2012 – No último final de semana, uma nova ação da Funai poderia ter terminado em tragédia. Durante  operação da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye´kuana  para desativar novos pontos de garimpo, um grupo de índios yanomami tentou matar garimpeiros que foram flagrados extraindo ouro na calha do rio Couto Magalhães, próximo à fronteira com a Venezuela. (mais…)

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“Mineradoras querem mais da metade da Terra Indígena Yanomami”: reportagem especial por Elaíze Farias (2)

'Queremos que a floresta permaneça silenciosa' (Fotos: Odair Leal)

A equipe do jornal A CRÍTICA esteve na aldeia Watoriki entre os dias 14 e 17 de outubro, cobrindo a assembleia e acompanhando os debates. O evento, contudo, não foi apenas discussões. Houve momentos de muita festa, dança e cerimônias. Durante este dias, a reportagem pode também testemunhar e compreender um pouco o cotidiano dos Yanomami, por meio de observação e relatos passados pelos indígenas

Em 1998, em depoimento dado ao antropólogo francês Bruce Albert, Davi Kopenawa Yanomami fez um pedido ao “homem branco”: “Queremos que a floresta permaneça silenciosa, que o céu continue claro, que a escuridão da noite caia realmente e que se possa ver as estrelas”. O trecho faz parte de uma publicação intitulada “Descobrindo os Brancos”, organizada por Albert. (mais…)

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“Mineração assombra índios yanomami”: reportagem especial por Elaíze Farias (1)

Índios Yanomami rejeitam parecer do Projeto de Lei que pretende regulamentar exploração minerária em suas terras

Aldeia Watoriki, Barcelos (AM) , 02 de Novembro de 2012 – Napë não tem dado trégua aos yanomami. Nem quando tira ouro de forma ilegal nem agora, quando apresenta um documento para legitimar a atividade garimpeira. Napë é “homem branco” na língua yanomami. Se for inimigo, ganha uma sílaba a mais: napëpë.

Para os yanomami, napëpë são os garimpeiros que desde os anos 80 vêm invadindo suas terras, contaminando seus rios, destruindo suas florestas e matando sua população por massacre e por doença. Os garimpeiros saem, são retirados, mas retornam. Mas a partir de agora, nepëpë podem também ser os políticos e as autoridades que querem permitir a entrada de grandes empresas mineradoras em suas terras. (mais…)

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Guarani-Kaiowá: ess@s a gente não “vê por aqui”!

“Enquanto a Globo se preocupa em mostrar que o furacão Sandy devastou os Estados Unidos, país que é capaz de reverter a situação em pouquíssimo tempo, ela omite do grande público a situação dos índios Guarani-Kaiowá. Nenhuma novidade para nós que estamos cansados de saber que a emissora sempre se moveu para que os interesses dos “grandes”, ricos e famosos sejam atendidos. #vergonhadissotudo”. Compartilhado por Rosemari Komarcheski.

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