Da Redação
O MPF (Ministério Público Federal) no Tocantins ajuizou, nesta quinta-feira (18/10), três ações penais contra acusados de reduzir trabalhadores à condição análoga à de escravo. Além dos proprietários das fazendas onde foram flagrados os crimes, também foi denunciado Carlos Antônio Gonçalves, que atuava como “gato” e aliciava os trabalhadores em suas cidades de origem para o trabalho em carvoarias nas três fazendas, todas no município de Sandolândia.
Na fazenda São Marco, de Walter Moreira da Silva, o Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho libertou dois trabalhadores. Já na fazenda São Nicolau III, de propriedade de Joaquim Almeida de Carvalho, foram libertados dez pessoas, e na fazenda Boa Sorte, de Salvador Leandro Nascimento, eram oito os trabalhadores em condições degradantes. A fiscalização aconteceu na região entre os dias 9 e 27 de abril de 2012.
Carlos Antônio é conhecido administrador de fazendas da região e era responsável pelas carvoarias existentes nos imóveis rurais. Era ele quem contratava diretamente os trabalhadores e respondia tanto pela produção do carvão, que demanda os trabalhos de enchimento do forno, carbonização e tiragem, como pela negociação e venda do produto. Apesar de Carlos Antonio figurar como contratante dos trabalhadores rurais, os inquéritos policiais permitem deduzir que os beneficiários diretos e majoritários do desempenho da atividade produtiva eram os proprietários das fazendas. Walter, Joaquim e Salvador chegaram a firmar termo de ajustamento de conduta perante o Ministério Público do Trabalho para pagamento das verbas rescisórias trabalhistas, o que evidencia responsabilidade e conhecimento dos fatos relativos aos trabalhadores em suas fazendas. (mais…)
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