Será que as esquerdas em geral estão dispostas a enfrentar seus próprios paradoxos na questão socioambiental?
Mirando a Rio+20, as esquerdas em geral fazem uma ácida crítica da “economia verde”. Por detrás das palavras mágicas, de tecnologias inovadoras, está também o objetivo claro de privatizar e mercantilizar os bens naturais como água, solos, ar e biodiversidade. Portanto, não há dúvida que o capital lança suas garras sobre o patrimônio que é bem comum da humanidade e de todos os seres vivos.
Mas, será que as esquerdas em geral estão dispostas a enfrentar seus próprios paradoxos na questão socioambiental? Aparentemente se diz que sim. Então, damos por pressuposto que as esquerdas em geral, mais de origem marxista, estão dispostas a reconhecer os imensos territórios indígenas, de quilombolas, de comunidades tradicionais, do Brasil e da América Latina, mesmo que eles contenham imensas riquezas, como minérios, petróleo, potencial hidrelétrico, madeira, assim por diante. As esquerdas reconhecem que esses povos tem o direito de “dormir” sobre essa riqueza sem que ela seja explorada.
Outro caso exemplar, o Pré-sal. Sabidamente as energias fósseis estão poluindo o planeta e elevando a temperatura global. As consequências já são terríveis em grande parte do globo terrestre, particularmente nos meios mais pobres e tende a se agravar conforme o aumento da temperatura média da Terra. Nesse caso, as esquerdas, de forma consequente, serão contra a exploração do Pré-sal e concordarão que o melhor lugar desse petróleo é o lugar onde ele está, numa evidente negação da “realpolitik”. (mais…)
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