Gilberto Costa, Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os projetos desenvolvimentistas de integração viária até o Oceano Pacífico, a exploração de madeira e a extração de petróleo no Peru e o tráfico de drogas pressionam índios isolados no Acre, aponta o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Há o temor de que o impacto dessas atividades possa afetar a população de indígenas ainda não contatados da região, seja pela contaminação por doenças infectocontagiosas ou em função de conflitos por terra.
Segundo Lindomar Dias Padilha, do Cimi Regional Amazônia Ocidental, esse é o caso dos índios localizados, mas ainda não identificados, no Igarapé Tapada, próximo às terras indígenas Nukuni e Nawa, dentro do Parque Nacional da Serra do Divisor, que fica no norte do Acre. Padilha teme que os governos brasileiro e peruano construam uma estrada ligando Cruzeiro do Sul (AC) a Pucallpa, no Peru – via que teria cerca de 200 quilômetros de extensão.
O projeto faz parte da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), que projeta, no chamado eixo amazônico, a possibilidade de melhorar a circulação de pessoas e mercadorias entre os dois países, mais a Colômbia e o Equador. A IIRSA aponta que apenas 5% das exportações somadas desses países foram feitas entre eles (cerca de US$ 13 milhões em 2008). (mais…)