Dilma e a esquerda sem povo

Os entraves políticos do governo Dilma não se dão apenas com sua fisiológica base aliada, mas também com aliados históricos que comungam muitas de suas causas


Roberto Malvezzi (Gogó)

Os entraves políticos do governo Dilma não se dão apenas com sua fisiológica base aliada, mas também com aliados históricos que comungam muitas de suas causas.

Podemos citar inúmeros casos desse desencontro: o golpe na Articulação do Semiárido na questão das cisternas e da convivência com o semiárido; o não andamento da reforma agrária; a falta de diálogo com o sindicalismo, que no governo Lula era praticamente correia de transmissão do governo; silêncio e até conivência nas mudanças legais que afetam o meio ambiente, assim por diante.

No ano de 2004 o Fórum da Reforma Agrária realizou em Brasília a Conferência da Terra e da Água. Milhares de pessoas estavam no ginásio de esportes da cidade. Houve uma mesa sobre energias e água. Eu estava na mesa, juntamente com alguém do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o cientista criador do Pró-Álcool Bautista Vidal e a então Ministra das Minas e Energia Dilma Rousseff. Ao meu lado, na mesa, estava uma secretária pessoal da então Ministra. Quando falou que iria continuar o programa das barragens, Dilma foi vaiada pelo público mais ligado ao MAB. De imediato, a secretária de Dilma que estava ao meu lado murmurou: “o movimento social parou na história. Há tempos não contribui com mais nada com o Brasil”. (mais…)

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NOTA PÚBLICA do Conselho LGBT sobre projeto de lei em tramitação na Câmara Municipal da cidade do Rio de Janeiro

O Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção de Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – CNCD/LGBT vem a público RECOMENDAR a não aprovação do Projeto de Lei Municipal Nº 1082/2011 que proíbe a distribuição, divulgação ou exibição de qualquer tipo de material que contenham temas relacionados à diversidade sexual nas escolas de Ensino Fundamental e Infantil pela Câmara Municipal da cidade do Rio de Janeiro.

O CNCD/LGBT solicita que as vereadoras e os vereadores da cidade do Rio de Janeiro votem contra tal Projeto de Lei Municipal, uma vez que este representa retrocesso na luta pela igualdade e pela cidadania de todas as pessoas, ferindo os marcos do Estado democrático e de direito.

Diversas pesquisas realizadas nos últimos anos apontam que no ambiente escolar ainda é muito forte a discriminação contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais – LGBT e que a escola é um espaço privilegiado para o combate a todos os preconceitos e a todas as discriminações.

A educação deve seguir, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, os princípios de liberdade e dos ideais de solidariedade humana, tendo por finalidade o pleno desenvolvimento do educando e seu preparo para o exercício da cidadania. (mais…)

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Documentário À Sombra de um Delírio Verde vence o tradicional prêmio Margarida de Prata

O documentário À Sombra de um Delírio Verde é o grande vencedor do prêmio Margarida de Prata, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na categoria média-metragem. O filme trata da exploração desumana de indígenas Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul em plantações de cana, incidentes sobre terras indígenas, e as consequências para o povo.

As canções, documentário de longa-metragem, de Eduardo Coutinho, Diário de uma Busca, documentário de longa-metragem, de Flávia Castro, e A música Segundo Tom Jobim, documentário de longa-metragem, de Nelson Pereira dos Santos, foram os outros vencedores do troféu.

Um dos diretores de À Sombra de um Delírio Verde é o jornalista Cristiano Navarro, que entre 2002 e 2006 foi editor do jornal indigenista Porantim, sendo que depois, até meados de 2009, foi missionário do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no MS – período em que gestou e produziu o filme.

Navarro hoje é um dos editores do jornal Brasil de Fato e coleciona prêmios jornalísticos tratando da questão indígena. O trabalho do jornalista representa grande contribuição para a causa destes povos resistentes e o prêmio joga luz sobre um dos principais processos de genocídio contra indígenas do mundo. (mais…)

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Câmara do Rio retira da pauta projeto que proíbe divulgação de material sobre diversidade sexual

Flávia Villela, Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Depois de uma manobra para retirar da pauta de votação o projeto de lei que proíbe a divulgação de qualquer tipo de material didático com orientações sobre a diversidade sexual nas escolas da capital fluminense, os vereadores contrários à proposta querem promover uma audiência pública para discutir a questão da homofobia e do preconceito.

O Projeto de Lei 1.082/2011, de autoria do vereador Carlos Bolsonaro (PP), deveria ter sido votado ontem (28), em segunda instância, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, mas duas emendas foram apresentadas ao texto e a proposta precisará voltar a ser apreciada por comissões.

Contrário ao projeto, o vereador Paulo Messina (PV) apresentou uma emenda pedindo a exclusão da palavra “diversidade” da redação. “Foi uma manobra legal. Nosso principal objetivo foi o de ganhar  tempo para reflexão sobre o assunto ou o projeto já teria sido aprovado por absoluta maioria”, explicou.

Agora, ele pretende convocar uma audiência pública nos próximos dias com a presença de especialistas em educação para que a população e os vereadores saibam mais sobre a questão da homofobia nas escolas e o papel dos materiais didáticos no combate ao preconceito. (mais…)

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“Expulsão do GT de Saúde da SEA – Caso TKCSA e seus impactos”

Carta aberta de Mônica Lima denuncia sua expulsão da reunião do GT Saúde da SEA sobre a TKCSA

“Acabei de ser muito constrangida e expulsa da reunião na SEA que tratará do relatório dos impactos na saúde, e que servirá ao TAC criado pelo Minc para com celeridade liberar a licença definitiva para a TKCSA, com a ameaça de chamarem a segurança e a polícia caso eu não me retirasse. Segundo Tenório (coordenador do GT), seria uma ordem do Secretário Minc. Não poderiam permitir que eu participasse da reunião, por não fazer parte oficialmente do GT Saúde instituído pela SEA. Aproveito para questionar a reitoria da UERJ por jamais ter se posicionado em relação ao meu trabalho e criar este mal-estar, nem mesmo quando processada pela TKCSA houve um pronunciamento. O que configura essa atitude da UERJ?

Assim age o governo representado por Carlos Minc: na defesa das grandes corporações. Será que represento um perigo tão grande assim para o monstro TKCSA e seus aliados? Se realmente pretendem tratar  dos danos à saúde da população, por que eu não poderia estar presente? A meu ver a expulsão foi uma atitude desproporcional e só intensifica a fragilidade deste GT. No entanto,  se fosse uma representação da TKCSA teria garantida a sua participação na reunião. Para ilustrar encontrei o senhor Luís Cláudio (da TKCSA) ao sair. Sabemos porque não me querem lá, por defender o direito dos atingidos  e eles do da TKCSA. Querem um relatório de “cartas marcadas” pouco discutido para formalizarem o TAC e a licença definitiva. (mais…)

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Convocatória: enlace das juventudes da Cúpula dos Povos

Às organizações, redes e movimentos das juventudes do mundo

Desde 1972, a cada 10 anos, a ONU organiza as conferências mundiais conhecidas como as Cúpulas da Terra, espaços de tomadas de decisão em nível global. Nesses processos, a cúpula mais importante até o momento foi a do Rio de Janeiro, em 1992, com a presença de mais de 100 chefes de estados e 1.500 ONGs, redes e movimentos sociais. Essa cúpula foi um momento de conjunção política muito forte, com contexto que favoreceu diretrizes fundamentais para a garantia de uma sociedade sustentável e justa, introduzindo a idéia dos direitos e responsabilidades aos países para políticas sociais e ambientais. E foi desde esse evento que o conceito de desenvolvimento sustentável ganhou grande destaque em todo o mundo e passou a fazer parte da agenda global.

A Rio+20 é um importante momento para refletir sobre os rumos dos povos e das nações em níveis globais. Sabemos que, desde a Eco 92, muitos problemas se agravaram. E, nesse caminho, o neoliberalismo – fase atual de manifestação do capitalismo – promove um modelo de desenvolvimento predatório que agride a vida do planeta como um todo. Sabemos também que esse modelo passa por uma grave crise e que as saídas para ela são mobilizadas pelas ‘grandes potencias mundiais aliadas às mega-corporações’, e que suas soluções continuam fomentando mais agressão aos povos – como o corte de direitos universais, a privatização e mercantilização da vida e tantas outras formas de injustiça. Visivelmente, a juventude é uma das partes mais afetadas por essas injustiças, visto que, em todo o planeta, mais de 50% dos desempregados são jovens e que por isso acabam sendo reféns dessa lógica perversa. (mais…)

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Aterro do Flamengo sediará atividades da Cúpula

Cúpula será realizada na área que vai do MAM, Centro do Rio, à altura do Museu da República, no Catete. (Imagem: Google Maps)

Nesta segunda-feira (26/3), o Comitê Facilitador da Sociedade Civil para a Rio+20 concluiu com a Prefeitura a negociação do local de realização da Cúpula dos Povos. Como previsto, as atividades do evento serão centralizadas no Aterro do Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro.

O espaço corresponde a uma extensa área a céu aberto, que vai do Museu de Arte Moderna até o Museu da República. Há vinte anos, o local foi sede do Fórum Global, encontro histórico de ONGs de caráter socioambiental durante a Rio 92. (mais…)

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Carta da 41ª. Assembleia Geral dos Povos Indígenas de Roraima

Carta encaminhada para a Presidenta Dilma Rousseff;  para os Ministros José Eduardo Cardoso, Aloisio Mercadante, Isabela Teixeira, Alexandre Padilha, Afonso Forense, Tereza Campello, Gilberto Carvalho e Maria do Rosario Nunes; para o Procurador Geral da República e a Sub Procuradora Geral da República; para os Presidentes do IBAMA, ICMBIO e FUNAI; para o Secretário Especial de Saúde Indígena e a Secretária Estadual de Educação e Cultura.

Nós, Povos Indígenas Macuxi, Wapichana, Ingarikó, Wai-Wai, Yanomami, Patamona, Sapará, Taurepang, pertencentes às etnorregiões do Amajari, Baixo Cotingo, Murupu, Taiano, Raposa, Serras, Serra da Lua, Surumu, Ingarikó, Wai-Wai e Yanomami, membros do Conselho Indígena de Roraima (CIR), com a participação das organizações indígenas Hutukara Associação Yanomami (HAY), Conselho do Povo Indígena Ingarikó (COPING), Associação dos Povos Indígenas Wai-Wai (APIW), Organização das Mulheres Indígenas de Roraima (OMIR), Organização dos Professores Indígenas de Roraima (OPIR), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), instituições públicas e privadas, autoridades públicas, totalizando o número de 1.083 presentes na 41ª. Assembleia Geral dos Povos Indígenas de Roraima sob o tema “Fortalecendo a Luta e Autonomia dos Povos Indígenas de Roraima”, ocorrida no Centro Regional do Lago do Caracaranã, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol – RR, nos dias 11 a 15 de marco de 2012, após ampla discussão, avaliação e questionamentos sobre a situação dos Povos Indígenas no Estado de Roraima quanto à aplicação de nossos direitos amparados na Constituição Federal Brasileira de 88, e reafirmados nos tratados dos direitos humanos, em especial na Convenção 169 da OIT, vimos apresentar nossas demandas e reivindicar junto ao Estado Brasileiro: (mais…)

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CPT disponibiliza a coleção Conflitos no Campo Brasil, desde 1985

Em 1985, como forma de denunciar esta realidade, os dados começaram a ser sistematizados e publicados. Desde então, todos os anos, a entidade publica o livro Conflitos no Campo Brasil, onde se registra os conflitos por terra – violências como despejos e expulsões – e os números da violência contra pessoa, como assassinatos, ameaças de morte, prisões. Há, ainda, os dados do trabalho escravo, conflitos pela seca e as manifestações envolvendo os temas citados, entre outras informações. Em 2002, a CPT incluiu em sua documentação os conflitos gerados pelo uso da água. Ainda neste mesmo ano, a obra Conflitos no Campo foi reconhecida como publicação científica pelo Instituto Brasileiro de Informação e Ciência e Tecnologia (IBICT).

A CPT, com este trabalho, tornou-se a única entidade a realizar tão ampla pesquisa da questão agrária em escala nacional, e os seus dados são utilizados por várias instituições de ensino, pesquisadores, instâncias governamentais e pela imprensa.

Por que documentar?

Por fidelidade “ao Deus dos pobres, à terra de Deus e aos pobres da terra”, como está explicito em sua missão, é que a CPT assume o compromisso de registrar e denunciar os conflitos de terra e da água e a violência contra os trabalhadores e seus direitos. A documentação, realizada por um setor específico da entidade, possui as dimensões: (mais…)

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Indígenas do MS evitam despejo e colocam agronegócio no banco dos réus

Indígenas Guarani Kaiowá viajaram a São Paulo para acompanhar o julgamento que tratava da ordem de despejo da aldeia Laranjeira Nhanderú. Desta vez a comunidade indígena venceu, e a justiça decidiu pela sua permanência no local. Movimentos sociais e indígenas organizam o Tribunal Popular da Terra em Mato Grosso do Sul, entre 30 de março e 1º de abril, que fará um julgamento simbólico do Estado brasileiro, do latifúndio e do agronegócio.

Fábio Nassif

São Paulo – Nesta segunda-feira (26), indígenas Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul viajaram mais uma vez a São Paulo para acompanhar o julgamento que tratava da ordem de despejo da Aldeia Laranjeira Nhanderú. Desta vez a comunidade indígena da aldeia localizada no município de Rio Brilhante venceu, e a justiça decidiu pela sua permanência no local. A decisão vale pelo menos até a finalização de uma perícia judicial que levará a aldeia a novos julgamentos.

As lideranças saíram aliviadas, já que os outros três despejos e os ataques dos pistoleiros renderam algumas mortes de indígenas. Mesmo assim, a situação ainda é muito instável pois a comunidade está localizada no meio de uma plantação de soja, depende das cestas básicas entregues pela Funai e permanecem sendo ameaçados por jagunços. (mais…)

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