Campanha em Defesa das TERRAS, das ÁGUAS e dos POVOS do Piauí

“Quando os problemas se tornam absurdos, os desafios se tornam apaixonantes”. Dom Helder Câmara

Você sabia que as terras públicas do Piauí estão sendo vendidas a preços muito baixos ao invés de serem regularizadas para quem nelas mora e trabalha? Que a área de desmatamento e plantio de eucalipto da Suzano Celulose, depois de concluída a implantação, será do tamanho do Estado do Sergipe? Que o Piauí hoje é o quarto Estado brasileiro em número de requerimentos solicitados para pesquisa mineral, ficando atrás apenas da Bahia, Minas Gerais e Goiás? Que esse número é mais de 10 vezes maior do que os pedidos registrados até 2004? Que a energia que será produzida pelas 05 hidrelétricas tem destino certo: os projetos do agronegócio? Que o Piauí entrou na rota da transnordestina para atender aos reclamos das mineradoras por transporte de minérios sem beneficiar no Estado? Que os empregos gerados pelos vários projetos para o Estado do Piauí são trabalhos pesados, descartados pelos profissionais considerados qualificados pelo mercado? Tudo isso e muito mais fazem parte da mudança de identidade do Estado do Piauí de pobre para Estado do Desenvolvimento.

Nessa busca de mudança de identidade o governo do Estado teve um papel importante, buscou gerar informações sobre as riquezas ambientais do Piauí: cobertura vegetal, minérios, água e terras em quantidade e em qualidade como atrativo para empresas do agronegócio e para a inclusão do Estado no Programa de Aceleração do crescimento – PAC. Assim nasceu o novo mapa de minérios em 2009, que atraiu empresários e infra-estrutura através de obras do PAC numa declarada intencionalidade de garantir a implantação e manutenção dos projetos privados. (mais…)

Ler Mais

‘Economia Verde’: As contradições do discurso ambiental no cerne do sistema capitalista, por André Antunes*

Dizer que determinada prática, produto ou empresa é ‘verde’ tornou-se quase um lugar-comum nos últimos anos: ‘verde’ qualifica aquele que se preocupa com o meio ambiente, com a preservação dos ecossistemas e com o futuro do nosso planeta como um todo. É quase como se tudo o que leve o selo ‘verde’ seja, por definição, positivo. Essa popularização do termo não ocorreu por acaso. Ela foi fruto da penetração cada vez maior da questão ambiental na agenda pública internacional. Não à toa, muitos dos debates feitos atualmente na área ambiental em âmbito global giram em torno da ‘economia verde’, concepção que tem sido adotada inclusive pela Organização das Nações Unidas (ONU) como resposta à crise econômica, ambiental e de escassez de alimentos.

Mas o que prega a economia verde, propalada como uma promessa de integração entre crescimento econômico, preservação ambiental e redução da desigualdade? E quais são os principais problemas que pesquisadores e movimentos sociais ligados à questão ambiental identificam nas suas propostas?

Correntes do ambientalismo

Por mais que seja difícil achar alguém que seja ‘contra’ a preservação do meio ambiente, não existe um consenso sobre qual é a melhor maneira de atacar o problema da degradação ambiental. O discurso da economia verde é apenas um dos que compõem o quadro do ambientalismo global, e, antes de falarmos especificamente dele, é necessário fazer um breve apanhado da historia e dos atores que compõem esse quadro. (mais…)

Ler Mais

Imperdível: “Madames discutem ocupação da USP e geram maior aglomeração de pérolas da história”

“A PM poderia ter sido mais enérgica. Poderia ter usado aquele gás… como que chama aquele gás? Não sei se é lacrimogênio… de efeito moral. Ou então usado mangueiras de água e dado um banho na turma, né? Por que não?”

A intervenção acima é apenas uma entre algumas dezenas para ilustrar o bombardeio grotesco que segue.

“É tudo orquestrado!”, brada uma das madames, que continua: “Orquestrado com os sem terra, orquestrado com os sem teto! Muitos são da máfia. Da máfia chinesa, japonesa, máfia russa, VENEZUELA…”, finalizando a sua fala tresloucada.

Não menos pior é a chamada da Folha para a divulgação do vídeo, com os seguintes dizeres: “A invasão da reitoria da USP virou assunto do Grupo de Ação em Cidadania, composto por socialites de São Paulo, que promoveu um encontro ontem à tarde, nos Jardins. A “reunião política” havia sido agendada para tratar do combate à corrupção, mas as mulheres debateram com entusiasmo a desocupação da reitoria da USP.” (mais…)

Ler Mais

“Povo no Poder” – Um rapper por Moçambique / Trilha sonora para o despertar de um povo

Em letras de enorme sucesso, e num estilo que lembra o dos “Racionais”, o africano Azagaia denuncia injustiça social e misérias políticas de seu país

O rapper Azagaia, 27 anos, faz história na música de Moçambique. Nascido na Vila de Namaacha, filho de uma moçambicana e de um cabo verdeano, Azagia vai para Maputo, capital da província, aos 10 anos de idade. Foi lá que concluiu o ensino médio e entrou na universidade e na música, fazendo parte do grupo Dinastia Bantu. Na mesma época conheceu o movimento humanista. Iniciava-se aí, a carreira de um rapper ativista no sul do continente africano.

Sua música assemelha-se muito com o rap brasileiro da década de 90, quando grupos como Racionais MC’s, RZO e Thayde e Dj Hum (entre outros) denunciavam o que acontecia em suas comunidades. Apesar de muita semelhança, Azagaia tem uma visão mais abrangente e política sobre o contexto nacional e internacional que circunscreve o cotidiano de seu país. (mais…)

Ler Mais

Por que será que os meios de comunicação falam cada vez menos sobre o Ocupe Wall Street?

Da internet às ruas e às contas bancárias

Manuel Castells analisa: a imoralidade dos executivos e do mundo financeiro parece haver encontrado opositores inesperados: seus próprios clientes

Por Manuel Castells | Tradução: Daniela Frabasile

O capital financeiro e seus altos executivos enfrentam um sério problema: as pessoas não gostam deles. Mais que isso, são odiados por muita gente. E a raiva atinge também os políticos, que são vistos como marionetes dos bancos e que não duvidam em protegê-los com o dinheiro dos contribuintes, sem que as instituições financeiras retribuam o favor quando vão bem e o país vai mal. Afinal, argumentam, o dinheiro pertence aos acionistas.

Ninguém acredita nisso, porque nos conselhos de acionistas está tudo bem amarrado. Com uma minoritária participação de controle, alguns poucos acionistas mandam e desmandam. Some-se a isso os investimentos cruzados entre bancos e o sistema se fecha em si mesmo, com escassa utilidade social e máxima captação de fundos em benefício dos banqueiros, com ganhos exorbitantes para eles mesmos, ainda que quebrem suas entidades. E nada de pagar mais impostos. Para isso servem nos paraísos fiscais. (mais…)

Ler Mais