Bispo Desmond Tutu é homenageado em Curitiba

O bispo Anglicano e Prêmio Nobel da Paz Desmond Mpilo Tutu foi homenageado em Curitiba, nesta sexta-feira (28), com o título de Doutor Honoris Causa, concedido pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). A homenagem é um reconhecimento à sua luta incessante contra a pobreza, o preconceito e o racismo.

Em seu discurso, o reitor da PUCPR, Clemente Ivo Juliatto Juliatto destacou a incansável luta de Desmond Mpilo Tutu pela campanha pelo fim do apartheid e pela promoção da reconciliação e democracia na África do Sul. “Para todos nós, Tutu deixa uma mensagem: nós vivemos em um mundo em que a verdade e a liberdade sempre prevalecem”, disse. O título concedido pela PUCPR ressalta o papel de Tutu como um peregrino global para propagar valores espirituais, os direitos humanos, a não violência e a tolerância, assim como sua luta incessante contra a pobreza, o preconceito e o racismo entre todos os povos da Terra.

Desmond Mpilo Tutu falou sobre sua trajetória de luta. A cerimônia aconteceu na manhã de sexta, no teatro da Universidade, com a presença do vice-governador do Paraná, Flávio Arns, do Arcebispo Emérito de Curitiba, Dom Moacyr José Vitti, e do o presidente da Associação Paranaense de Cultura (APC), Dario Bortolini.  (mais…)

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SP – Um baobá para Zumbi

Terra da Gente – Josiane Giacomini Alves

Não é de hoje que um pé de baobá (Adansonia digitata L), plantado no quilombo urbano Casa de Cultura Tainã, na Vila Padre Manoel da Nóbrega, em Campinas (SP), aguarda a chance de reverberar o seu significado através da Rede Mocambos (www.mocambos.net), endereço que reúne 27 comunidades quilombolas do Brasil (12 pontos de cultura e 15 quilombos), presentes em 18 Estados (e que junto com o Ministério das Comunicações pretende implantar mais 105 telecentros). Chegou a hora. No próximo dia 13 de novembro, em comemoração antecipada do Dia da Consciência Negra (20), três mudas serão plantadas em área da Fundação Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, em Alagoas.

Na opinião de Antonio Carlos Santos Silva, o TC, coordenador do espaço Tainã e criador da Rede Mocambos, o plantio desses exemplares será um marco para a resistência negra do País. Uma muda será plantada em homenagem a Zumbi, outra para a sua companheira, Dandara, e uma terceira, em nome do poeta, político, artista plástico, jornalista, ator e diretor teatral, Abdias do Nascimento, morto este ano, um “articulador do movimento negro no Brasil e defensor da causa”, diz TC. (mais…)

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Belo Monte terá alojamento para abrigar Força Nacional

Ontem, índios e ribeirinhos invadiram e paralisaram a obra

Josette Goulart, de São Paulo, para Valor Econômico

A preocupação com a segurança do canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte fez com que os empreendedores da usina incluíssem, no plano para a instalação dos alojamentos da obra, quartos para abrigar homens da Força Nacional em situações críticas. A necessidade da medida seria em função das constantes ameaças de confrontos com indígenas e também por causa do quebra-quebra ocorrido na hidrelétrica de Jirau, no início do ano. O uso da Força Nacional se justificaria por se tratar de obra considerada estratégica para o país. Segundo fontes próximas ao consórcio, a medida não foi ainda efetivada pois a obra está somente no início e os acampamentos ainda são pioneiros.

A invasão de ontem realizada por centenas de índios, pescadores e ribeirinhos, entretanto, só reforçou aos empreendedores a necessidade de se ter um plano de segurança para a usina. Os organizadores da manifestação dizem que eram cerca de 600 as pessoas que estavam na região, mas a empresa Norte Energia, dona da usina, informou que eram cerca de 250.

O sítio Belo Monte, uma das quatro frente de obras da usina, foi tomado durante a madrugada de ontem mas sem qualquer resistência dos funcionários do consórcio construtor Belo Monte, que é liderado pela Andrade Gutierrez. No fim da tarde o juiz de Altamira já tinha determinado, por meio de decisão judicial, a desocupação. Em toda a construção, já estão trabalhando 3,6 mil operários. No sítio Belo Monte, são 1.200 e cerca de 190 estão alojados no local. (mais…)

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Governo lança medidas para acelerar licenciamento ambiental em obras

Claudio Angelo

O governo federal publicou nesta sexta-feira (28) sete portarias que tratam de um pacote de resoluções que visam acelerar o licenciamento ambiental de obras de infraestrutura.

Apelidado pela ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) de “choque de gestão ambiental”, trata-se de um conjunto de portarias que visam regularizar empreendimentos que funcionam há décadas no país sem licença do Ibama e estabelecer normas mais claras para a concessão de licenças nos setores de petróleo e gás, portos, rodovias e linhas de transmissão.

Entre as novidades do pacote está o licenciamento da exploração de petróleo “offshore” por polígonos: ou seja, em um mesmo conjunto de blocos será dada uma licença só em vez de uma para cada poço. Também ficará determinado que as licenças serão mais simples quanto menor for a sensibilidade ambiental da área (medida em profundidade e distância da costa).

Os 40 portos do Brasil que funcionam sem licença, entre eles os de Santos e Paranaguá, terão 720 dias para entregar ao Ibama estudos de impacto ambiental de suas atividades. Depois disso, terão sua operação licenciada e não precisarão mais pedir uma licença ambiental a cada dragagem de manutenção que precisarem sofrer. (mais…)

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“É preciso que as pessoas queiram exercer o direito à memória e à verdade”

Em entrevista à Carta Maior, Maria do Amparo Almeida Araújo, que combateu a ditadura pela Ação Libertadora Nacional (ALN), fundou o Coletivo Tortura Nunca Mais de Pernambuco e hoje é secretária de Direitos Humanos e Segurança Cidadã na Prefeitura do Recife, fala sobre a Comissão da Verdade e os obstáculos para que a memória e a verdade sobre o período da ditadura venham à tona. “É preciso que as pessoas queiram exercer esse direito. Infelizmente, talvez pela distância, pelo tempo, as pessoas não estão muito sensibilizadas com isso”, afirma.

Márcio Markman – De Recife, Especial para Carta Maior

Não há qualquer exagero em afirmar que a alagoana de Palmeira dos Índios, Maria do Amparo Almeida Araújo, 61 anos, tem uma vida dedicada à luta pela liberdade e a defesa dos Direitos Humanos. Após três anos morando em São Paulo, ela ingressou ativamente no combate à ditadura militar, através da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização da qual se tornou militante junto com o irmão mais velho, Luiz. Tinha apenas 17 anos.

Amparo é um exemplo de uma cidadã brasileira que teve a vida marcada pela face mais desumana da ditadura. O irmão Luís está na lista dos militantes desaparecidos. Durante os anos de chumbo, teve ainda três companheiros desaparecidos. Iúri Xavier Pereira, Luiz José da Cunha e Thomaz Antonio da Silva Meireles Neto. Iúri e Luiz José foram mortos por policiais do Doi-Codi, o braço forte da repressão. Thomaz foi preso em 1974, no Rio de Janeiro, e engrossou a lista de desaparecidos políticos.

Entre 1972 e 1977, a família pensou que Amparo também havia sido executada pelas forças reacionárias. Só ficaram sabendo que estava viva quando retornou a Alagoas, no final de 1977, após a dissolução da ALN.  (mais…)

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Titulação do Quilombo de Preto Forro

Família Quilombolas, mais uma vitória.

Titulação definitiva dos remanescentes da Comunidade do Quilombo Preto Forro (Cabo Frio), em 26/10 no ITERJ, comandado pelo Presidente JG Machado e sua equipe de CRAQUES, Drs Pierre, Valter Elísio, Luiz Claudio, Petrúcio, suas secretárias, entre outr@s. E, também, pelo INCRA, Miguel, Gondinho, Diogo e Gustavo.

Em uma articulação da ACQUILERJ e do CEDINE , esse ato de reparação do Governo do Estado do Rio de Janeiro, só foi possível, em função da perseverança dos quilombolas do Preto Forro, de Maria Romana, Maria Joaquina, Maria  Conga, do Sacopã, da Marambaia da ACQUILERJ, da CONAQ, do INCRA, da SUPIR e de todo@s guereir@s que estavam torcendo pela justiça e reparação quilombola.

Dia 17 de novembro às 10:00h – Ato comemorativo com autoridades local e estadual no QUILOMBO PRETO FORRO (Cabo Frio), entrada pelo trevo de Búzios, Estrada da Agrísia s/n no campo de futebol.

Com várias atrações culturais, não percam este ato histórico.

Saudações Quilombolas.

Ronaldo dos Santos – Coordenador Executivo da CONAQ

 

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SE: Incra conquista área emblemática para reforma agrária

Na última terça-feira (25), a Superintendência Regional do Incra em Sergipe garantiu mais uma importante conquista no estado. Batizada com o mesmo nome do município em que está localizada, a Fazenda Indiaroba, instalada na região Sul do estado, teve sua posse imitida à autarquia, em decisão expedida pelo juiz Marcos Antonio Garapa de Carvalho, da 7ª Vara Federal de Estância.

Considerado emblemático para o avanço da reforma agrária na região, o imóvel, objeto de uma longa disputa judicial, era apontado como um dos principais focos de tensão agrária do estado. “Nos últimos anos, lamentavelmente, a disputa pela fazenda gerou um clima de instabilidade e tensão na região. Agora, com a decisão judicial sobre o caso, teremos a oportunidade de aplacar os conflitos, assentar as famílias que reivindicavam o acesso à terra e criar condições para que elas tenham uma vida mais digna, com toda a estrutura necessária para que produzam alimentos no local e gerem sua própria renda”, afirmou Manoel Messias de Meneses Freire, superintendente regional do Incra/SE.

Com extensão de 1.745 hectares, a Fazenda Indiaroba será utilizada pelo Incra para a implantação de um novo projeto com capacidade para o  assentamento de 150 famílias. (mais…)

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“O grito dos pobres” – uma reflexão sobre o Porto Sul – Ilhéus/BA

Os projetos Pedra de Ferro, FIOL e Porto Sul, atualmente, na Bahia, são os maiores responsáveis pelos impactos sócio-ambientais em comunidades tradicionais, quilombolas, ribeirinhas, indígenas e assentamentos.” Ressaltou dom Mauro Montagnoli, bispo diocesano de Ilhéus – BA, na carta “O Grito dos Pobres”. O religioso participa do Encontro de Atingidos pela Bamin , que acontece na Vila Juerana, em Ilhéus (rodovia Ilhéus – Itacaré Km 11) até o dia 29 de outubro. Confira a carta na íntegra.

O grito dos pobres

“Levanta-te, Senhor! Socorro!  Resgata-nos em nome da tua fidelidade!” (Sl 44,27)

Mais uma vez constatamos essa triste realidade: em nome de um falso desenvolvimento os pobres são novamente desconsiderados, nem sequer são ouvidos e, o que é pior, são ameaçados na sua dignidade e não são respeitados nos seus direitos de cidadãos.

Vivemos num país em que os nossos governantes são trocados no comando do poder, mas quem nele se encontra continua perpetuando o modelo colonialista que impera, infelizmente, na nossa pátria.   (mais…)

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SP – Quilombos terão projetos subsidiados pelo Banco Mundial

São 36 quilombos no Estado de São Paulo, que foi dividido em três grandes áreas: Vale do Ribeira, Litoral Norte e Planalto Paulista - Por: Emídio Marques

A comunidade quilombola do Cafundó, de Salto de Pirapora, será uma das contempladas

Samira Galli

O Banco Mundial vai subsidiar os projetos de quatro quilombos da região, no valor de até R$ 100 mil ao todo. As comunidades quilombolas de Cafundó, de Salto de Pirapora; Brotas, em Itatiba; Jaó, de Itapeva; e Cangume, de Itaóca, poderão investir em estrutura e equipamentos para produção agrícola a partir do ano que vem. Na última terça-feira, as comunidades estiveram reunidas em Sorocaba para escolher os dois representantes que irão fazer parte de um colegiado, formado por quilombolas de todo o Estado. “Após a aprovação técnica dos projetos das comunidades, o próprio colegiado irá definir qual quilombo será atendido primeiro”, explica a assistente agropecuária da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), Sandra Maria Ramos.

A iniciativa faz parte do Programa Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável “Microbacias II – Acesso ao Mercado”, desenvolvido a partir de 2008 pelo Governo do São Paulo. Para a segunda etapa do projeto Microbacias, o Banco Mundial pediu uma salvaguarda: que os indígenas pudessem participar com uma contrapartida de apenas 1% – bem inferior que os 30% impostos aos produtores agrícolas. As comunidades quilombolas se reuniram para pedir participação na salvaguarda, da mesma forma em que os indígenas. “Essas comunidades tradicionais não têm recursos. Além disso, esses R$ 1 mil de contrapartida podem ser rateados entre todos os quilombolas. É mais acessível para eles e, com isso, eles vão ter acesso ao projeto”, afirma Sandra. (mais…)

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