‘Sem-terrinha’ pedem melhorias no ensino em assentamentos

Agência Estado

Curitiba – Nos 300 assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Paraná, existem 146 escolas que atendem 12 mil alunos. “Isso é a metade da nossa necessidade”, diz a coordenadora de Educação do MST, Sandra Scheerer. Segundo ela, algumas escolas funcionam há mais de 20 anos em antigos e precários barracões que eram sedes de fazendas. A maioria carece de infraestrutura – não há telefones e poços artesianos, por exemplo. Para a coordenadora, esse é um dos motivos dos altos índices de evasão escolar nos assentamentos.

Apenas 22 escolas oferecem até o ensino médio. De acordo com Sandra, em vários assentamentos, o ensino é garantido apenas até o 5º ano (ou 4ª série), e, com isso, muitos alunos desistem de estudar. Entre os que continuam matriculados, é alto o nível de reprovação devido às faltas, frequentes em alguns locais de difícil acesso.

Há também escolas itinerantes que atendem as comunidades. No Paraná, são dez unidades, onde estão matriculados 1,2 mil estudantes. Para a coordenadora, o número é muito baixo para atender à demanda. (mais…)

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Código Florestal – Depoimento 6: Denise Fraga

Hoje apresentamos o depoimento da atriz Denise Fraga. E assim faremos nos próximos dias, ressaltando a importância da contribuição desses artistas e pessoas públicas que, a partir de uma iniciativa de Fernando Meirelles (ele também incluído num depoimento a ser ainda mostrado), estão buscando dar a sua contribuição na luta contra os ruralistas e a destruição do meio ambiente. Para fazer parte dessa luta, clique para acessar o Abaixo Assinado.

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Gramame: despejo irregular na Paraíba

Uma ação conjunta entre a Ouvidoria Regional do INCRA na Paraíba (Incra-PB) e a coordenação de Gerenciamento de Crises do Estado-Maior Estratégico da Polícia Militar da Paraíba, impediu que 37 famílias de agricultores fossem despejadas da fazenda Ponta de Gramame, em João Pessoa, esta semana. O superintendente regional do Incra, Lenildo Morais, disse que foi detectado a tempo que a área determinada pela ordem judicial não era a que os posseiros vivem há 13 anos.

“Dezenas de policiais foram até a área, prontos para cumprir a determinação judicial. A situação era muito tensa, porque as famílias estavam dispostas a resistir. Mas, o ouvidor agrário regional, Cleofas Caju apresentou um mapa constatando que o despejo não era destinado àquela área. Com a informação, o coordenador do gerenciamento de crises, o tenente coronel, Josman Lacerda imediatamente suspendeu a ação”, explicou o Superintendente do Incra PB. Ele  ressalta ainda que a Coordenadoria de Gerenciamento de Crises da PM paraibana tem convênio com INCRA e Ministério do Desenvolvimento Agrário que oferecem suporte operacional, inclusive um carro para o deslocamento dos coordenadores. (mais…)

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Nota pública sobre a ocupação do canteiro de obras de Belo Monte

“É vergonhoso que a mesma Justiça, que tem se mostrado cada vez mais morosa e suscetível a pressões políticas no julgamento das 12 Ações Civis Públicas movidas pelo Ministério Público Federal (MPF) contra as ilegalidades e violações de direitos humanos no processo de licenciamento ambiental de Belo Monte, tenha expedido o interdito proibitório favorável à empresa em apenas algumas horas”.

O canteiro da Usina Hidrelétrica de Belo Monte foi ocupado no início da manhã desta quinta-feira por cerca de 400 indígenas, pescadores, ribeirinhos e agricultores contrários à construção da obra devido aos graves impactos ambientais e violações de direitos humanos que marcam o processo de licenciamento do empreendimento. A decisão de ocupar o canteiro de obras foi aprovada coletivamente, em assembleia, por 700 representantes de comunidades locais que participaram de um seminário contra Belo Monte realizado esta semana na cidade de Altamira, no Pará.

Os manifestantes notificaram, através de carta e contato pessoal, representantes do Palácio do Planalto e outras autoridades do governo federal sobre a ocupação da usina. Segundo o documento enviado, “diante da intransigência do governo em dialogar e da insistência em nos desrespeitar, ocupamos o canteiro de obras de Belo Monte e trancamos seu acesso pela rodovia Transamazônica. Exigimos que o governo envie para cá um representante com mandado para assinar um termo de paralisação e desistência definitiva da construção de Belo Monte”.

Após 15 horas, o canteiro de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte foi desocupado com a chegada de dois oficiais de Justiça e três advogados do consórcioNorte Energia, acompanhados de um destacamento da Policia Militar, munidos de um interdito proibitório ajuizado pela empresa. Após informar os manifestantes sobre a ordem judicial, que tinha poderes de reintegração de posse, os oficiais de Justiça destacaram que a Tropa de Choque estava nos arredores, pronta para agir.  (mais…)

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Ossada de homem com tiro na cabeça é achada no Araguaia

A ossada de um homem que recebeu um tiro na cabeça foi encontrada em setembro pelo grupo que busca corpos de guerrilheiros mortos na região do Araguaia (divisa entre os Estados do Pará e Tocantins) no período da ditadura militar (1964-1985), informa reportagem de Flávio Ferreira, publicada na Folha deste sábado.

Análises iniciais mostraram que os restos mortais têm características compatíveis com as de um desaparecido político cujo nome é mantido em sigilo. A família dele já foi avisada e forneceu amostras para exames de DNA.

Os restos mortais com perfuração por arma de fogo são considerados o principal achado da atual fase de buscas no Araguaia, que já dura cerca de três anos. No período já foram verificadas mais de 100 ossadas na região e apenas cinco foram enviadas para a realização de exames de DNA ao INC (Instituto Nacional de Criminalística) da Polícia Federal e ao IML (Instituto Médico Legal) de Brasília.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/998648-ossada-de-homem-com-tiro-na-cabeca-e-achada-no-araguaia.shtml

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Protestos contra o futuro radioativo do Brasil

Norbert Suchanek

Países como Alemanha e Suíça estão saindo do uso da Energia Nuclear: simplesmente porque é perigoso demais e ninguém sabe onde deixar o lixo atômico no final. Itália e Áustria já desistiram há muitos anos atrás da opção nuclear.

A realidade do século 21 depois de Chernobyl e Fukushima é essa: a maioria dos países do mundo nunca quiseram ou não querem mais usinas nucleares. Até a grande empresa alemã Siemens acabou com o seu setor de energia nuclear.

Mas, ao contrário desta onda de países “desenvolvidos”, países como o Brasil e a Índia estão investindo bilhões de dolares neste setor radioativo e de riscos não contráveis.

A nova Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, continua o programa nuclear civil e militar do Governo Lula da Silva. A Dilma não apenas confirmou a construção do primeiro submarino nuclear da América Latina, como também iniciou a construção de Angra 3, no Estado do Rio de Janeiro e deu sinal verde a outras usinas nucleares no Nordeste, especialmente no Sertão de Pernambuco, às margens do Rio São Francisco. (mais…)

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Contra o capitalismo, Bauman convoca à imaginação

Sociólogo não crê no colapso do sistema, alerta que seu parasitismo é incessante e sugere que para vencê-lo é preciso ser mais imaginativo que ele

 

Por Zygmunt Bauman

As notícias sobre a morte do capitalismo são, parafraseando Mark Twain1, um pouco exageradas. A capacidade surpreendente de ressurreição e regeneração é inerente ao capitalismo. Uma capacidade parecida com a dos parasitas – organismos que se alimentam de outros organismos, estando agregados a outras espécies. Depois de exaurir completa ou quase completamente um organismo hospedeiro, o parasita normalmente procura outro, que o nutra por mais algum tempo.

Há cem anos, Rosa Luxemburgo compreendeu o segredo da misteriosa habilidade do sistema em ressurgir das cinzas repetidamente, assim como uma fênix; uma habilidade que deixa atrás de si traços de devastação – a história do capitalismo é marcada pelos túmulos de organismos que tiveram suas vidas sugadas até a exaustão. Luxemburgo, no entanto, restringiu o conjunto dos organismos que aguardavam em fila, esperando a conhecida visita do parasita, às “economias pré-capitalistas”, cujo número era limitado e em constante regressão, sob o impacto da expansão imperialista. (mais…)

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Raimundo Pereira, o Jornal Movimento e a Mídia Alternativa

Conversar com o jornalista Raimundo Rodrigues Pereira é como reviver os tempos de um outro jornalismo, autêntico e, ao mesmo tempo, efervescente, primordialmente movido pelo espírito investigativo e corajoso, e cujo objetivo essencial era buscar uma informação relevante para o público. Quesitos que estão a cada dia mais distantes das redações, em um mundo em que a função social do jornalismo parece já ocupar um lugar remoto. (mais…)

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Cimi lança relatório específico sobre as violências contra os povos indígenas em Mato Grosso do Sul segunda, dia 31

Barraca de lona e pertences pessoais queimadas - foto: MPF/MS

Num período de oito anos, ao menos 250 indígenas foram assassinados somente no estado.

Produzido e publicado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o relatório analisa dados de violência coletados nos últimos oito anos. Através de artigos especializados, aprofunda as causas, consequências e caminhos para uma das realidades indígenas mais violentas do mundo – conforme palavras da vice-procuradora geral da República, Deborah Duprat, em artigo reproduzido.

Marcado por uma história de espoliação das terras indígenas, o estado concentra a maior quantidade de acampamentos indígenas do País, 31 quando há dois anos eram 22. São mais de 1200 famílias vivendo em condições subumanas à beira de rodovias ou sitiados em fazendas.

Atualmente, 98% da população originária do estado vivem efetivamente em menos de 75 mil hectares, ou seja, 0,2% do território estadual. Em dados comparativos, cerca de 70 mil cabeças de gado, das mais de 22,3 milhões que o estado possui, ocupam área equivalente as que estão efetivamente na posse dos indígenas hoje. (mais…)

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Inoperância do governo permite o genocídio do último povo indígena isolado no Maranhão

A equipe do Cimi de apoio aos povos indígenas isolados reuniu-se em Porto Velho/RO nos dias 26 a 28/10/2011 para fazer uma atualização de dados e a partir deles analisar o contexto em que se encontram estes povos na Amazônia.

Chamamos atenção para o risco de morte dos indígenas Awá Guajá isolados, no Maranhão pela ação de madeireiros que deixam um rasto de destruição na ultimas florestas da região localizadas no interior das terras indígenas. Os madeireiros, respaldados por influentes forças políticas, constituíram um verdadeiro poder paralelo afrontando o Estado de Direito e ameaçando a todos que se contrapõem as suas práticas ilegais. Desdenham das forças de segurança que se revelam incapazes de combater os crimes e de por fim a invasão das terras indígenas.

Os Awá Guajá perambulam em 05 terras indígenas demarcadas, continuamente invadidas e depredadas por madeireiros, que abrem estradas no seu interior, expondo esses grupos a massacres, a contaminação por doenças e afetando diretamente os recursos naturais que garantem a sua sobrevivência. (mais…)

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