Carta Aberta do 1º Encontro das Comunidades Tradicionais do Baixo São Francisco sobre Terra e Território

Vindos dos Estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe nos encontramos em Propriá (SE) para debater os principais impactos dos projetos em execução ou previstos para a Bacia do Rio São Francisco. Somos mais de 47 pessoas, vítimas da cobiça dos grandes projetos previstos pelo Governo (Energia Nuclear, Mineração, Transposição do Rio São Francisco, Transnordestina, Hidroelétricas, Canal do Sertão e etc.) para esta região.  Estavam presentes representantes dos movimentos sociais, pastorais, sindicatos, ONGs, associações, comunidades quilombolas, indígenas e pescadores/as artesanais.

Nestes estados,  não diferente de outros locais do país, os grandes projetos que estruturam o modelo de desenvolvimento capitalista têm gerado fortes impactos socioambientais e os principais alvos são as comunidades quilombolas, ribeirinhas, indígenas, pesqueiras e camponesas.

As grandes obras são concebidas sem nenhuma preocupação referente aos impactos socioambientais. Na verdade, tais obras atendem aos interesses de grandes corporações e exportadores, vinculados a atividades econômicas concentradoras de riqueza como o agronegócio, mineração e a produção de biocombustíveis. Todas elas estão diretamente relacionadas à sanha pela acumulação de capital, o que tem projetado a América Latina e, mais precisamente o Brasil, como um grande celeiro para a exploração de recursos naturais e investimentos bilionários.

A lógica de mercantilização dos bens naturais reflete-se na atual situação de degradação do Rio São Francisco, de enorme importância para a população do semiárido, representando 60% das reservas de águas do Nordeste brasileiro. (mais…)

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