Estudantes chilenos realizam amanhã nova marcha pela melhoria da educação

Amanhã (22), a Confederação de Estudantes do Chile (Confech), apoiados por professores, trabalhadores, feministas da Rede Chilena contra a violência doméstica e sexual, entre outros, se prepara para a realização de mais uma Marcha Estudantil pela melhoria do sistema educativo e contra os custos da educação.

Os estudantes estão dispostos ao diálogo, no entanto, o governo tem se recusado a aceitar as condições – sintetizadas em quatro propostas – apresentadas semana passada pela representação estudantil.

Em carta ao Ministério da Educação (Mineduc), a Confederação de Estudantes do Chile (Confech) manifestou a exigência de garantias quanto os seguintes pontos: adiar o prazo limite para o encerramento do primeiro semestre; suspender os projetos de lei relativos à educação que estão no Congresso Nacional; transmitir as mesas de diálogo pela televisão; e que o Estado não conceda mais recursos às universidades que visam o lucro. Apenas as duas últimas propostas foram aceitas.

Para além de recusar metade das propostas, o ministro da educação, Felipe Bulnes, taxou os estudantes de intransigentes e afirmou que por esta postura está sendo difícil começar um diálogo e chegar a um acordo. Já os estudantes lamentaram o fato de “o governo ter se negado a entregar condições, na verdade mínimas, de sentido comum, porque eles estão dispostos ao diálogo”.

Diante da situação, Jaime Gajardo, diretor do Colégio de Professores, manifestou descontentamento com a resposta do governo e afirmou que os professores estarão junto aos estudantes nas paralisações de amanhã e do próximo dia 29.

Também a Confederação de Trabalhadores do Cobre (CTC) chamou os trabalhadores da Corporação Nacional do Cobre do Chile (Codelco) a se unirem em solidariedade ao movimento estudantil. Além de confirmar adesão à manifestação de amanhã, o presidente da CTC, Cristián Cuevas, pediu que o governo abandone a intransigência e enxergue que mudanças verdadeiras na educação não poderão acontecer dentro deste mesmo modelo.

Além de contar com o apoio de várias instituições em todo país, a marcha conta ainda com o apoio da Campanha Global pela Educação (CME), Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (CLADE) e do Fórum Nacional de Educação de Qualidade para Todos que estão lançando um movimento mundial de apoio aos estudantes chilenos via redes sociais.

As adesões à manifestação de apoio podem ser feitas por meio do envio de fotos através do link: http://www.flickr.com/photos/campaignforeducation e de uma mensagem ao presidente do Chile, Sebastián Piñera. Os apoios também podem ser feitos via Facebook ou Twitter (@redclade ou @globalcampaign). As instruções estão na página CME: http://www.campaignforeducation.org/chile (em Inglês) ou http://www.campaignforeducation.org/es/chile (em espanhol).

Há mais de quatro meses os estudantes chilenos estão em protestos pela melhoria do sistema educativo e suas principais exigências são: educação pública e de qualidade financiada pelo Estado, que deve destinar 10% do Produto Interno Bruto ao setor; a suspensão da tramitação de projetos de lei do Poder Executivo que dizem respeito aos créditos na educação superior; que o Estado não conceda mais recursos às universidades que visam o lucro, dentre outras.

Para saber mais sobre o assunto confira entrevista com Camila Vallejo, presidente da FECH:http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=59726.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=60526

 

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